Luta do Movimento Passe Livre gera guerra
Haddad afirma que nova tarifa de R$ 3,20 será mantida e para negociar com o movimento o espírito precisa estar aberto para negociação
- Data: 14/06/2013 09:06
- Alterado: 14/06/2013 09:06
- Autor: Alex Faria
- Fonte: Prefeitura-SP/Rede Globo
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Sobre a redução do valor da tarifa de R$ 3,20 Haddad afirma: “Vou repetir para deixar bastante claro. Não pretendo, porque o esforço que foi feito ao longo do ano para que o reajuste da tarifa fosse muito abaixo da inflação foi enorme. E ele (aumento) vai significar investir mais de R$ 600 milhões em subsídios”.
O prefeito lembrou que, no início das manifestações, “deixou as portas abertas para o diálogo e foi recusado por parte dos manifestantes. Antes de qualquer violência ter acontecido na cidade. E depois, todos conhecem a história”.
VIOLÊNCIA DO MOVIMENTO
O prefeito afirmou ainda que considera legítima toda e qualquer manifestação e expressão democrática. “O que a cidade repudia é a violência. São Paulo está acostumada às manifestações. O que a cidade não aceita é a forma violenta de se manifestar e se expressar. Com isso não compactuamos”, disse Haddad. “A renúncia à violência é o pressuposto de diálogo”.
VIOLÊNCIA POLICIAL
No fim da noite desta quinta (13), o prefeito Fernando Haddad afirmou que as manifestações e confrontos criaram uma “escalada” de violência na cidade. Ele também elogiou a iniciativa da Secretaria de Segurança do Estado de investigar os indícios de excesso de força policial.
“Na terça-feira a imagem que ficou foi a da violência dos manifestantes. Infelizmente, hoje não resta dúvida de que a imagem que ficou foi a de violência policial, razão pela qual entendo que o secretário Grella, ao abrir inquérito para apuração rigorosa dos fatos, agiu corretamente”
COMPROMISSO COM A CIDADE
Haddad disse que os compromissos firmados durante a campanha para o transporte público da capital estão sendo cumpridos nos primeiros meses de gestão. “O reajuste abaixo da inflação, o Bilhete Único Mensal (em fase de cadastramento) e corredores e faixas exclusivas de ônibus (46 km já foram implantados). É isso que está previsto no meu programa de governo e é isso que vai ser feito”.
REAJUSTE
A tarifa de ônibus em São Paulo foi reajustada no último dia 2 de junho, passando de R$ 3 para R$ 3,20. O aumento de 6,67% ficou abaixo da inflação acumulada desde janeiro de 2011, quando passou a vigorar a tarifa anterior de R$ 3. De acordo com a inflação calculada pelo IPC/Fipe para o período (14,4%), o reajuste poderia chegar a mais de R$ 3,40. A Prefeitura subsidiará o sistema de ônibus em R$ 1,25 bilhão durante o ano de 2013.
Para reajustar a tarifa apenas no mês de junho e abaixo da inflação, a Prefeitura, ao lado do Governo do Estado, fez um esforço orçamentário e conseguiu junto ao Governo Federal uma desoneração de tributos (Medida Provisória que zerou a alíquota do PIS/COFINS).
A mudança da tarifa não altera o sistema de integração gratuita por três horas para o bilhete comum e de duas horas para os demais bilhetes. A integração dos ônibus com o metrô e os trens da CPTM passou a custar R$ 5. Para os estudantes, a cota de junho foi calculada com base no valor de R$ 1,60, metade da nova passagem.
RESUMO DA ÓPERA
Existe consenso que a liberdade de se expressar é um direito garantido pela constituição. O Movimento Passe Livre é constituído por jovens que lutam pelo direito de ir e vir sem custos. A prefeitura não concorda com a reivindicação e o atrito é gerado com as passeatas e atos mútuos de agressão. Em entrevista ao Bom Dia São Paulo, o prefeito afirma que não se pode dialogar sem o espírito aberto e com o resultado definido, o que é incoerente com suas declarações sobre o reajuste; “Haddad afirmou que nova tarifa será mantida e que todos os esforços foram feitos para que o reajuste ficasse bem abaixo da inflação”. Também sou contrário aos atos de vandalismo e violência policial, mas também concordo que para se ter um diálogo, posições não devem ser “imexíveis”. Novas manifestações ocorrerão e espero que atos violentos cessem.