Novas tempestades no RS a partir desta sexta (10) podem ampliar cheias dos rios
Existe a possibilidade de deslizamentos e quedas de barreiras, mas em menor proporção, devido ao menor volume de chuva
- Data: 10/05/2024 09:05
- Alterado: 10/05/2024 09:05
- Autor: Redação
- Fonte: CLAUDINEI QUEIROZ - FOLHAPRESS
Rio Grande do Sul
Crédito:Ricardo Stuckert/ Presidência da República/Agência Brasil
Representantes dos principais institutos meteorológicos e geológicos do país se reuniram nesta quinta-feira (9) para analisar os riscos que a nova frente fria, que chega ao Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (10), deve levar para o estado já castigado pelos temporais da semana passada.
O documento, divulgado por Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres) e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), confirmou a previsão de que, a partir desta sexta, o sistema frontal ficará estacionado sobre a região central do estado, criando condições para a piora do quadro atual das enchentes.
“Entre a sexta e a segunda-feira (13), as chuvas serão mais intensas no centro-leste e nordeste do estado, incluindo a região metropolitana da capital, Porto Alegre, onde se encontram algumas bacias de captação do Guaíba. Os acumulados de chuva neste período poderão superar os 150 mm, condição que pode agravar ainda mais a situação do estado”, destaca a nota.
A previsão indica ainda que a passagem da nova frente fria pode provocar até a formação de um ciclone extratropical nas proximidades da costa, o que causaria o incremento dos ventos vindos do leste, dificultando o escoamento das águas da lagoa dos Patos em direção ao oceano.
“Nos dias seguintes, esta frente fria e o posterior ingresso de uma massa de ar frio e seco irá causar queda nas temperaturas e possibilidade de chuva na próxima semana”, informa a análise.
Atualmente, segundo os institutos, os rios Taquari, Caí e Sinos continuam voltando lentamente ao nível normal, da mesma forma que toda a região do delta do Jacuí. No entanto, devido à velocidade e direção dos ventos existe uma situação de estabilidade com leve tendência de subida no nível do lago Guaíba, na Grande Porto Alegre. Ao longo dos próximos dias, a volta da chuva para a região metropolitana e norte do Rio Grande do Sul pode aumentar o volume de água que chega no lago.
Conforme a previsão, a chuva volumosa deve atingir as bacias hidrográficas mais próximas à região metropolitana de Porto Alegre, como as dos rios Gravataí, rio dos Sinos e rio Caí. Além disso, ao longo dos próximos dias, a posição dos ventos na lagoa dos Patos dificultará o escoamento das águas, aumentando o risco de inundação dos municípios na região de Pelotas, Rio Grande e arredores.
Outra região que precisa de atenção redobrada é a bacia do rio Uruguai, localizada na região da fronteira oeste do estado gaúcho com a Argentina, que deve continuar subindo pelos próximos dias.
Deslizamentos podem voltar a ocorrer
Outro alerta do documento emitido pelas autoridades é em relação aos deslizamentos de terra, principalmente nas áreas já atingidas pelos temporais da semana passada.
“Considera-se alta a probabilidade de ocorrência de movimentos de massa (em laranja no mapa) nas mesorregiões centro-oriental e ocidental rio-grandense, além da região metropolitana de Porto Alegre e nordeste rio-grandense, onde se encontra a serra gaúcha, devido aos elevados acumulados registrados ao longo da última semana, que incrementaram significativamente a umidade do solo, intensificaram processos erosivos e causaram diversos deslizamentos de terra”, diz o texto.
O volume de chuva esperado também é citado como complicador para esses eventos geológicos. Segundo a análise, “são esperados novos deslizamentos de terra em áreas urbanizadas e também quedas de barreiras à margem de estradas e rodovias, não se descartando a possibilidade de deslizamentos em encostas naturais, além de reativação de deslizamentos recentes, especialmente entre sábado (11) e domingo (12)”.
Nas demais regiões do estado também existe a possibilidade de deslizamentos e quedas de barreiras, mas em menor proporção, devido ao menor volume de chuva.