Lula reforça importância de pautar combate à fome e mudanças na governança global na Presidência do G20
Em conversa com radialistas de todo o Brasil, presidente falou sobre o potencial de legado da liderança brasileira à frente do bloco econômico
- Data: 07/05/2024 17:05
- Alterado: 07/05/2024 17:05
- Autor: Redação
- Fonte: Governo Federal
"Estamos reivindicando que a ONU tenha representatividade geopolítica", disse o presidente na conversa com radialistas
Crédito:Ricardo Stuckert
Durante a conversa com radialistas de todo o país no programa “Bom dia, Presidente”, nesta terça-feira, Luiz Inácio Lula da Silva abordou o potencial legado da Presidência brasileira no G20. O país sedia em 2024 a cúpula do bloco e recebe, ao longo do ano, dezenas de eventos conectados ao fortalecimento da economia internacional e ao desenvolvimento socioeconômico global. O Brasil estabeleceu como uma de suas prioridades as discussões sobre combate à fome e desigualdade social e mudanças nos órgãos multilaterais de representação das nações.
“Nesse G20 do Brasil, temos coisas importantes a discutir. Uma é o combate à fome e à pobreza. Essa é uma coisa fácil de resolver se houver disposição política dos governantes de assumir a responsabilidade. Porque, veja, o mundo já produz alimento suficiente. A tecnologia e a genética já permitem que a gente possa produzir alimento para toda a humanidade”, afirmou o presidente.
Lula destacou também que uma das prioridades do país é o aumento da representatividade geopolítica no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) e a mudança de regras do Conselho, que atualmente garantem poder de veto aos cinco países membros-permanentes, o que ele avalia como um dispositivo que impede avanços na mediação dos principais conflitos internacionais.
“Estamos reivindicando que a ONU tenha, primeiro, representatividade geopolítica. Não tem nenhum país africano no conselho e a África tem três países com mais de 100 milhões de habitantes”, disse. Lula defende a inclusão de mais nações nas instâncias com maior poder de decisão, como, Brasil, Alemanha, Índia, Japão, México e Nigéria. Atualmente, o conselho é formado por 15 integrantes, mas somente cinco têm poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
Para Lula, a pauta é essencial porque a atual estrutura impede avanços importantes inclusive na questão ambiental e climática. “Quando a gente coloca a questão climática como prioritária para a sobrevivência do planeta, que a gente não quer que ele fique aquecido mais de um grau e meio de temperatura, é preciso que a gente tenha uma governança que tome decisão e essa decisão seja obrigatória”, defendeu.
CRISE CLIMÁTICA – Durante o bate-papo, Lula citou ainda o Acordo de Copenhague, criado na COP15, em 2009, em que os países desenvolvidos assumiram o compromisso de contribuir com US$ 10 bilhões ao ano, entre 2010 e 2012, e com US$ 100 bilhões ao ano a partir de 2020, para a mitigação e adaptação dos países mais vulneráveis frente aos efeitos das mudanças climáticas.
“O mundo não fez sua parte, o dinheiro não saiu, mas o Brasil está fazendo sua parte. Já diminuímos o desmatamento na Amazônia em mais de 42%. Estamos recuperando 40 milhões de hectares de terra degradada com a iniciativa privada. Uma demonstração de que o Brasil está cumprindo com aquilo que a gente propõe”, observou Lula.
O presidente ressaltou que o Brasil é o país que tem a maior quantidade de energia renovável no mundo e que isso coloca a nação na linha de frente da transição energética. “Cerca de 90% da nossa energia elétrica é renovável. Seja hídrica, seja eólica, seja solar, seja biomassa. E agora vai entrar o hidrogênio”.