Entre os estados mais populosos, SP tem a menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes
Estado paulista tem taxa de 5,98 de mortes intencionais; no primeiro trimestre houve queda de 8,3% nos crimes intencionais
- Data: 07/05/2024 08:05
- Alterado: 07/05/2024 08:05
- Autor: Redação
- Fonte: SSP
Polícia Militar
Crédito:SSP
Apesar de ser o estado mais populoso do Brasil, São Paulo registrou a menor taxa de homicídios dolosos entre os cinco mais povoados. Com mais de 44,4 milhões de cidadãos, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes no estado paulista chegou a 5,98 entre abril de 2023 a março de 2024, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
O estado paulista vem apresentando uma queda sequencial de crimes contra a vida. Segundo o levantamento mais recente, foram 658 homicídios dolosos nos primeiros três meses deste ano, 8,3% a menos do que no mesmo período de 2023, quando houve 710 vítimas. Vale frisar que, em 2001, no início da série da histórica, o cenário era totalmente diferente, com mais de 3,4 mil pessoas mortas intencionalmente no período. Naquela época, a taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes era de 35,6.
A compilação desses dados resultou em um diagnóstico e foi o ponto de partida para que as polícias de São Paulo passassem a agir estrategicamente, conforme afirma o coordenador de Análise Criminal e Pesquisa (CAP), da SSP, major rodrigo Vilardi.
“O cenário que a gente tinha na época da virada do milênio era de preservação de cadáver e conflitos constantemente. O homicídio era até algo banal de tanto caso que acontecia. Para ter os números que temos hoje, houve um processo de reestruturação, então separamos as companhias por distritos policiais, integramos as Polícias Civil e Militar e deixamos cada equipe responsável por determinadas áreas”, explicou.
Ele destacou, ainda, que as ações feitas pela atual gestão estão “desburocratizando” os processos internos da polícia, permitindo que o efetivo da PM passe mais tempo fazendo rondas preventivas e a Polícia Civil ampliando as investigações. “Nós vamos permanecer analisando esses dados para identificarmos e trabalharmos conjuntamente justamente na onde vemos o problema”, pontuou.
Com contexto, motivação e região, SPVida dá detalhes sobre homicídios para análise
A Secretaria da Segurança Pública lançou, em fevereiro do ano passado, o Sistema de Informação e Prevenção de Crimes Contra a Vida (SPVida). Na plataforma, que fica aberta ao público no site da pasta, é possível encontrar registros desse tipo de crime em todo o estado, com detalhes que têm auxiliado as forças de segurança no planejamento de políticas públicas e ações para prevenção de delitos.
Além de identificar o número de vítimas, o sistema especifica gênero, cor e orientação sexual dos envolvidos, bem como o contexto, motivação e região onde o crime aconteceu.
Para o major Hudson Rosa, coordenador do SPVida, a plataforma também integrou ainda mais as Polícias Civil e Militar, uma vez que, com a apresentação dos dados por cada região, as equipes se unem para montar estratégias específicas contra a criminalidade conforme a realidade de cada área.
“A região de São José dos Campos, por exemplo, costumava ser crônica em ocorrências de homicídios. Fizemos uma reunião integrada entre comandantes e delegados no ano passado para discutir esses dados. Com o diagnóstico, fizemos um plano estratégico e já vimos melhora”, mencionou.
Taxa de homicídios em outros estados
O estado de Minas Gerais, o segundo mais populoso do país (com 20,5 milhões de habitantes), está na segunda posição. A taxa de homicídios dolosos é de 12,46 por 100 mil habitantes, conforme dados disponibilizados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Já o Rio de Janeiro, que tem 16 milhões de moradores, a taxa é de 20,83 de mortes intencionais, ficando atrás apenas da Bahia (14,1 milhões de habitantes), com taxa de 31,99. O Paraná (11,4 milhões habitantes), está na sequência com 14,61 mortes por 100 mil habitantes. No Brasil, que possui 215,3 milhões de cidadãos, a taxa de homicídio doloso por 100 mil habitantes é de 18,28, também na análise dos últimos 12 meses feita pelo órgão federal.