L’Étape Brasil abre temporada 2024 em Cunha (SP) com disputas roda a roda
Mais de 1.000 ciclistas amadores enfrentaram as subidas no L'Étape Brasil
- Data: 08/04/2024 07:04
- Alterado: 08/04/2024 07:04
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Mais de 1.000 ciclistas amadores enfrentaram as subidas no L'Étape Brasil
Crédito:Caio Souza | On Board Sports
O L’Étape Brasil by Tour de France abriu sua temporada de provas de 2024, neste domingo (7), em Cunha (SP). Mais de 1.000 ciclistas amadores enfrentaram as subidas e curvas características da região, que faz divisa com o Rio de Janeiro, em dois percursos, de 110 quilômetros e 59 quilômetros.
A largada da prova mais longa ocorreu pontualmente às 7 horas com temperaturas ainda amenas. A do short foi às 8 horas. No decorrer do dia, os atletas encararam o calor do início de abril, que bateu 25 graus pela manhã.
O percurso, que remete às origens do Tour de France no Brasil, é considerado um dos mais difíceis do calendário de estrada do País pelas montanhas e curvas, com altimetria de 2.870 metros na distância maior.
A chegada foi na subida da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, um dos pontos turísticos de Cunha (SP). Bandeirinha triangulares pretas e amarelas, as cores do L’Étape Brasil, enfeitaram os metros finais da prova. Crianças e adolescentes de escolas da cidade fizeram a decoração com mensagem de apoio aos ciclistas.
E os vencedores do percurso de 110 quilômetros foram Bruno Lemes (São José Ciclismo), superando dois adversários faltando menos de 5 metros para o pórtico de chegada, e Patricia Mendes Franco (Visual Bike). Na prova curta de 59 quilômetros, os ganhadores foram Márcio Bigai (Famiglia), bicampeão em Cunha (SP) e Carolina Weber (Dellas Cycling), que chegou de mãos dadas com a companheira de equipe Ana Luiza Real.
Em ambos, o equilíbrio do começo ao fim foi registrado, rendendo chegadas emocionantes aos fãs, que fizeram muito barulho nos metros finais. ‘‘É uma das maiores provas de ciclismo amador do Brasil e da América Latina. Os atletas souberam encarar bem os percursos, que tiveram todos os padrões de segurança, atendimento e estrutura das provas profissionais chanceladas pelo Tour de France”.
”São 10 anos de evento no país com alto nível de excelência. Esse mesmo padrão vamos ver em junho no Rio de Janeiro e em Campos do Jordão no mês de setembro”, disse Fábio Bodra, diretor do L’Étape Brasil.
A prova de 2025 já está confirmada na cidade do interior paulista, que completou 300 anos em 19 de março. Foi em Cunha (SP) que o L’Étape desembarcou no Brasil pela primeira vez em 2015 e, para o ano que vem, o município chamado de a capital nacional da cerâmica abrirá também a temporada com a etapa em 30 de março. As inscrições estão abertas.
”Ficou perfeito mais uma vez o L’Étape em Cunha. Nós colocamos mais de mil pessoas e com a energia sempre muito positiva. Para nós, é uma satisfação, uma gratidão muito grande receber esse evento”, contou o prefeito Zé Eder.
”É incrível ver o quanto a população participa do evento! Cunha e L’Étape estão escrevendo uma história de 10 anos, um motivo de orgulho para nós! Já é um percurso tradicional e em 2025 teremos mais uma etapa. Estamos ansiosos!”, explicou Marivaldo Rodrigues, Secretário de Turismo de Cunha.
A prova, além dos mais de 1 mil inscritos, contou com 3 mil pessoas entre staff, patrocinadores, familiares de atletas, fora os munícipes e os visitantes da cidade turística.
Pedal roda a roda
Os ciclistas participantes do L’Étape Brasil by Tour de France tinham o mesmo discurso ao final da etapa: ”que prova dura”. Logo na saída, o duelo entre os atletas do masculino ficou evidente. A cada fuga, uma recuperada. As subidas íngremes na parte inicial já testaram os competidores, muitos figurantes da elite do ciclismo de estrada nacional.
Mas os imprevistos, fator surpresa e o ‘mental’ decidiram para Bruno Lemes, que passou por dois ciclistas – Caio Godoy e Igor Molina – nos metros finais da subida da Igreja Matriz e venceu com 3h23min54s.
Mas antes é preciso contar que os favoritos ficaram pelo caminho em Cunha! Vencedor em 2023, Guilherme Couto teve problemas com sua bicicleta e não conseguiu repetir seu título.
Alessandro Guimarães estava liderando quando caiu a corrente de sua bike, e José Aramayo Villena, o Boliviano, teve o pneu furado quando estava na ponta. A equipe da Shimano logo o ajudou e ele ainda terminou em décimo.
Bruno Lemes, que já foi campeão pan-americano, não quis saber de nada e montou sua estratégia para chegar com gás na subidinha. Estava tudo calculado nos 110 quilômetros de percurso.
”Na última subida, eu senti as pernas boas! Então resolvi atacar logo no começo, vi que o Caio veio na minha roda, esperei ele atacar. Então na última curva ele atacou no momento que eu queria e faltando 50 metros, eu consegui ir pela direita, atacar por cima e sair com a vitória geral! Passar em uma subida é algo diferente. É difícil, mas os atletas estão muito em alto nível! Este ano, eu acho que foi a etapa mais forte de atletas”, contou Bruno Lemes.
No feminino, Patrícia Mendes Franco não deu chances às adversárias e sobrou no percurso longo. A estratégia da atleta estava clara: fazer o planejado nos treinos e não errar nos pontos de hidratação espalhados pela pista.
”Foi tudo perfeito até a chegada. Não perdi uma água, nenhum gel, tudo 100%! Eu sabia que minha prova seria na segunda metade, então já vim preparada! Então fui com ela pelotão na primeira e na segunda acelerei”, Patrícia Mendes, ganhadora do percurso longo com 3h57min37s529. Atrás chegaram Marina Boite com 3h59min17s481 e Erika Soares com 4h00min16s157.
O Rei e Rainha da Montanha também premiaram os melhores escaladores nesta etapa. Destaque para Luiz Fialho, que fez o trecho mais íngrime em 10mins972. No feminino, a vencedora da prova Patricia Franco passou em 14min17s350.
De mãos dadas com a vitória
As atletas do Dellas Cycling dominaram as estradas de Cunha no percurso curto. Carolina Weber venceu com 2h12min58s214, praticamente o resultado igual de Ana Luiza Real com 2h12min58s301. Completou o pódio do short a atleta Ana Borba, com 2h17min12s330.
Na prova curta de 59 quilômetros masculino, Márcio Bigai foi bicampeão com 1h54min46s392. Em seguida apareceram Eric Fagner, com 1h54min45,217, e Mathias Cervantes, com 1h54min52s913.
”Bicampeão! Estava muito confiante para defender o título. Sabia o que precisa fazer desde o começo da prova. O final foi no sprint, mas durante a prova teve muita marcação. Feliz de conseguir esse bicampeonato!”, comemorou Márcio Bigai, ganhador da prova curta.