Às vésperas de Dia D, moradores de Santo André denunciam focos de dengue
Embora a prefeitura tenha notificado proprietário de terreno, focos de dengue na Vila Valparaiso não são eliminados desde 2023
- Data: 04/04/2024 20:04
- Alterado: 04/04/2024 20:04
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: ABCdoABC
Focos de dengue na Vila Valparaiso, Santo André
Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC
Com a alta dos casos de dengue na região do ABC e a recente entrada de quatro de seus municípios em estado de emergência em relação à doença, moradores de Santo André não veem solução para suas denúncias. O ABCdoABC apurou um caso de focos de dengue em aberto desde 2023.
O foco em questão está localizado em área residencial da Vila Valparaíso, em um lote vazio entre dois condomínios. Moradores vizinhos ao local abriram chamados através do Colab — aplicativo e portal de atendimento para solicitações diversas da população sobre problemas no município. A primeira delas aconteceu ainda em março de 2023 — no período de aumento dos casos de dengue no ano passado.
Mais de um ano depois, o foco identificado pelos moradores não foi solucionado, apesar da insistência dos moradores e a abertura de novas denúncias.
Entenda o caso dos focos de dengue
Os focos de dengue identificados na Vila Valparaíso consistem em uma série de poças presentes no terreno de propriedade da incorporadora e construtora Axe Empreendimentos. O Haveli Residence teve seu alvará de construção emitido em 2020 — conforme placa afixada no lote —, mas o local não apresenta obras em andamento, apenas materiais de construção acumulados e vegetação em crescimento.
Em março de 2023, Maria do Carmo Todorov, moradora de um dos condomínios vizinhos, abriu chamado pelo Colab sobre as poças no terreno. A resposta no sistema foi a de que agentes da prefeitura realizaram vistoria no dia 23 de março daquele ano, não encontrando quaisquer criadouros.
No mesmo período, porém, a munícipe — que é síndica do prédio onde mora — havia aberto outra solicitação no portal, desta vez a respeito de vagas de estacionamento na rua. No dia em que este segundo chamado foi feito, a moradora avistou os agentes municipais fazendo sua vistoria no terreno. Em entrevista ao ABCdoABC, Maria do Carmo afirma que os servidores, porém, não entraram no lote. Com o terreno totalmente fechado por tapumes, eles foram impossibilitados de negar a existência dos criadouros que a resposta da primeira cita.
Água parada, chamado parado
A história não teve novos desdobramentos até 2024, quando outro morador — Elcio Abrahao — do mesmo edifício trouxe à tona a questão novamente ao sistema Colab. A foto que embasa sua denúncia mostra que o estado das poças continuou o mesmo 11 meses após o chamado inicial — além disso, é possível notar o crescimento de vegetação e nenhuma movimentação da obra.
Sem respostas ao chamado de Elcio, a reportagem do ABCdoABC entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Santo André para obter esclarecimentos. A assessoria de imprensa informou que, após o contato do veículo, “uma equipe da Vigilância à Saúde esteve no local e constatou que existem pontos de água parada. A construtora foi notificada e prometeu resolver o problema. Uma nova vistoria será realizada nos próximos dias para verificar se a situação foi resolvida.”
Mais de um mês passado desde o retorno da prefeitura, moradores seguem reclamando que nada foi feito — fato verificado pela reportagem. A região se mobiliza para uma ação conjunta contra a dengue após o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC decretar estado de emergência para a doença, mas a falta de soluções de uma denúncia antiga acende um alerta em relação a efetividade do combate ao mosquito Aedes aegypti.
Lote já foi objeto de outras denúncias
Uma matéria publicada pelo Diário do Grande ABC em janeiro deste ano expôs uma outra problemática envolvendo o terreno em questão na Vila Valparaíso, além de outros lotes de propriedade da Axe Empreendimentos.
Segundo a reportagem, esta e outras três obras — na Vila Alzira, Vila Pires, Vila Valparaíso e Vila Curuçá — não foram entregues pela construtora.