Diretor e funcionários são afastados de órgão da Fundação CASA a pedido da Defensoria e do Ministério Público
Adolescentes relataram uma série de agressões cometidas na unidade
- Data: 01/04/2024 17:04
- Alterado: 01/04/2024 17:04
- Autor: Redação
- Fonte: Defensoria Pública de SP
Crédito:Governo do Estado de São Paulo
A Defensoria Pública de SP, em atuação conjunta com o Ministério Público estadual (MPSP), obteve uma decisão judicial liminar que afasta de suas funções um diretor e sete funcionários de um Centro de Atendimento Inicial e Provisório (CAIP), ligado à Fundação CASA, em Franco da Rocha. A decisão é de 27 de março e dá prazo de cinco dias para cumprimento da medida, com indicação de diretor substituto interino até a finalização de processo interno para escolha de novo dirigente definitivo. A multa diária para caso de descumprimento será de R$ 5 mil até o limite de R$ 500 mil.
Na ação, o defensor público Paulo Sérgio Guardia Filho e o promotor de Justiça Willian Ortis Guimarães, responsáveis pelo caso, apontam uma série de abusos físicos sistemáticos praticados contra jovens por profissionais que atuam no local. Relatos feitos por adolescentes durante inspeções realizadas pelo Poder Judiciário incluem chutes, joelhadas e socos em diversas partes do corpo, além de enforcamentos e limitação na oferta de água. Em um dos episódios, um jovem teria sido agredido mesmo sofrendo convulsões.
Servidores das áreas de psicologia e assistência social confirmaram as informações ao juiz da Vara da Infância e Juventude. Além disso, uma testemunha protegida narrou que o diretor chegou a participar de atos violentos contra os internos.
Ao conceder a decisão liminar, o magistrado Rafael Campadelli Andrade considerou que o quadro de violações presente na unidade, com a certeza de impunidade, somente poderia ser sanada com o afastamento dos envolvidos. Assim, determinou o afastamento do diretor e de sete funcionários que atuavam no local.