Para o armário, nunca mais! – União e conscientização na luta contra a homofobia
Este é o tema da 17ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, marcada para 2 de junho, na Paulista
- Data: 30/05/2013 12:05
- Alterado: 30/05/2013 12:05
- Autor: Redação
- Fonte: paradasp.org.br
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A primeira manifestação do orgulho gay no Brasil aconteceu em São Paulo, em 1996, e desde o começo teve uma característica curiosa: seu público recorde. A edição deste ano contou com um milhão e meio de pessoas. Em 2005, o número subiu para 1,8 milhão e, em 2007, a organização estimou cerca de 3,5 milhões de participantes. Esse número a converteu no maior evento do mundo desse gênero, com um público massivo tanto do Brasil, como internacional.
A Parada Gay, cujo nome oficial é Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), acontece na Avenida Paulista e a cidade fica praticamente interditada durante sua realização. A festa, que possui como objetivo principal a reinvidicação dos direitos do coletivo, também organiza debates, seminários, shows e palestras sobre o assunto. A cada ano, possui um tema diferente.A frase escolhida pela organização é uma resposta à perseguição dos conservadores e, ao mesmo tempo, convoca a comunidade a se manter firme e esclarecida no combate à discriminação. Além da Parada, o tema norteia todas as atividades do Mês do Orgulho LGBT, que ocorre entre maio e junho deste ano.
Segundo o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), Fernando Quaresma, o tema fala ao Poder Legislativo que o movimento não aceita mais ter seus direitos negociados ou barrados por pressão de fundamentalistas. “Antes não incomodávamos tanto esses setores, pois vivíamos na invisibilidade do gueto. A partir do momento em que a gente sai do armário e começa a reivindicar igualdade, eles passam a nos perseguir e a tentar barrar as nossas conquistas. Isso a gente não vai admitir”, diz o ativista.
Quaresma ainda cita como exemplo a discussão no Congresso em torno da “cura gay”, proposta de lei do deputado evangélico João Campos (PSDB-GO). “É inconcebível que a Câmara se utilize de conceitos subjetivos, como a religião, para questionar o parecer do Conselho Federal de Psicologia, que proíbe os profissionais de tratarem a homossexualidade como uma patologia. Essa é uma conquista nossa e não vamos permitir essa politicagem”.
O tema da 17ª Parada também manda um recado para os próprios LGBT. “Apesar de termos garantido alguns avanços, ainda há muito trabalho pela frente. A militância está dispersa e é preciso engajamento, principalmente da juventude, para que nossa isonomia seja de fato alcançada. Não podemos abaixar a cabeça, pois essa guerra nunca está vencida”, completa Quaresma.
A diretoria da APOGLBT ressalta que objetivo da expressão “Para o armário, nunca mais!” não é incitar que as pessoas assumam sua homossexualidade publicamente, pois essa é uma iniciativa pessoal e cada indivíduo deve ter a sabedoria de tomar a decisão no momento mais oportuno. Deve ser compreendida como uma palavra de ordem, para que não haja recuo diante das ameaças dos conservadores.
A TODO VAPOR
A Parada acontece no primeiro final de semana de junho, mas o trabalho da organização já está intenso. No último dia 11, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assinou a portaria que garante a realização atividade na Avenida Paulista, com todo apoio logístico e de infraestrutura do Município. Na segunda-feira passada (14), a APOGLBT se reuniu com o novo coordenador geral de Assuntos da Diversidade Sexual, Julian Rodrigues, para estabelecer parceria durante o Mês do Orgulho LGBT de São Paulo e demais projetos.
A partir do dia 29 de janeiro, a Associação inicia o procedimento para inscrição de trios elétricos com empresas e instituições interessadas em compor o trajeto da manifestação. E no site da entidade, o público já pode fazer sugestões de homenageados para o 13º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade.
O 17º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo está previsto para iniciar no dia 3 de maio. Além da Parada e do Prêmio, a programação oficial conta o Ciclo de Leituras Dramáticas, o Ciclo de Debates, a Feira Cultural LGBT e o Gay Day.