Ameaçada, Arara-Azul-de-Lear nasce no dia em que Zoológico de São Paulo completa 66 anos
Instituição foi a primeira a reproduzir a espécie no país
- Data: 18/03/2024 19:03
- Alterado: 18/03/2024 19:03
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Ameaçada, Arara-Azul-de-Lear nasce no dia em que Zoológico de São Paulo completa 66 anos
Crédito:Divulgação
No sábado (16), o Zoo SP registrou o nascimento de mais uma Arara-Azul-de-Lear, ave endêmica da caatinga baiana, classificada como Em Perigo (EN) de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O filhote é fruto do casal Maria Clara e Francisco. As araras chegaram ao Zoo em 2004 e 2006, respectivamente, vítimas do tráfico de animais, após apreensão.
“A chegada deste filhote no dia do aniversário do Zoo SP é um presente para toda a equipe que atua diariamente na conservação e no cuidado de espécies tão importantes para a nossa biodiversidade”, comemora Fernanda Guida, bióloga responsável pelo setor de aves e colaboradora da instituição há mais de 20 anos.
O próximo passo será realizar a sexagem do animal por meio de exame de DNA. O mais novo morador do Zoo é irmão do Teobaldo – primeira arara desta espécie a nascer no país, há oito anos, no âmbito do programa de preservação.
Programa de Soltura
Futuramente, após avaliação técnica, os filhotes nascidos no Zoo podem integrar o Projeto de Soltura Monitorada da Arara-Azul-de-Lear, uma iniciativa do Grupo de Pesquisa e Conservação da Arara-Azul-de-Lear, formado por profissionais da biologia que desenvolvem pesquisas de longo prazo na Caatinga aplicadas à conservação da espécie.
Até 2019 restavam apenas dois indivíduos da espécie no Boqueirão da Onça, na Bahia, sobreviventes da população original da localidade que quase foi extinta na década de 90, principalmente devido ao tráfico de animais silvestres.
Desde então, já foram soltas 19 destas araras na natureza, das quais cinco encaminhadas pelo Zoo SP. A expectativa é que nesta semana novos indivíduos sejam introduzidos na região sendo três também provenientes do zoológico.
As solturas são financiadas pela Enel Green Power Brasil. O projeto é desenvolvido com o apoio de mais de 20 instituições parceiras – públicas e privadas, de moradores e guias locais.