PM mata homem em abordagem no litoral de SP e alega tiro acidental
Luan Santos estava na garupa de uma moto com um amigo quando foi abordado no km 61 da Rodovia Anchieta.
- Data: 17/02/2024 17:02
- Alterado: 17/02/2024 17:02
- Autor: Redação
- Fonte: UOL/FOLHAPRESS
Crédito:Reprodução de redes sociais
Um homem de 32 anos foi morto em uma abordagem policial na Rodovia Anchieta, em Santos, litoral de São Paulo, na tarde da sexta-feira (16).
Luan Santos estava na garupa de uma moto com um amigo quando foi abordado no km 61 da Rodovia Anchieta. Ele é natural de São Paulo e estava descendo para o litoral.
Durante a abordagem, Luan foi baleado no tórax. Ele chegou a ser levado ao Hospital Modelo de Cubatão, mas morreu.
Os PMs rodoviários alegaram em relatório que viram duas motos em alta velocidade na rodovia e deram ordem de parada. A ordem de parada foi dada porque “o garupa de uma das motos fez menção de estar armado”, segundo relatório.
A arma foi apontada para Luan “como forma de se proteger” e o disparo acidental ocorreu quando os PMs frearam, alegaram os policiais.
Nenhuma arma foi encontrada com Luan. Os PMs, o amigo da vítima e outro motociclista no veículo “em alta velocidade”, que é policial civil, foram ouvidos e liberados.
A arma do policial militar foi apreendida e encaminhada para perícia. Um inquérito policial foi aberto e as investigações são feitas pela Polícia Civil em parceria com o Ministério Público, segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.
O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial. O UOL buscou a Polícia Militar, que não deu qualquer retorno até o momento.
Familiares de Luan estão em Santos para o reconhecimento do corpo. Nas redes sociais, amigos destacaram que o jovem era trabalhador e lamentaram o ocorrido.
Ao UOL, um amigo de Luan informou que todos estão “em choque” e classificou o ato como uma covardia. Não há previsão para velório até o momento.
A morte de Luan ocorre no mesmo momento em que o número de mortos na Operação Verão, que mira o “combate à criminalidade”, deixa ao menos 26 mortos na Baixada Santista. Os militares envolvidos na ocorrência que acabou na morte de Luan não fazem parte da operação, informou a SSP.
“Só posso afirmar que mataram meu amigo, um trabalhador alegre que tinha um coração do tamanho do mundo. Estamos em choque. Foi uma covardia.”, disse o amigo de Luan, ao UOL.