A indústria paulista na trilha da diversidade
Artigo de Rafael Cervone, engenheiro e empresário, é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
- Data: 07/02/2024 11:02
- Alterado: 07/02/2024 11:02
- Autor: Redação
- Fonte: CIESP
Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo
Crédito:Divulgação
A indústria, em paralelo à grande capacidade de gerar empregos e renda, desenvolver tecnologia e agregar valor à pauta de exportações, tem avançando no âmbito da governança ambiental, social e corporativa (ESG). Trata-se de algo relevante, pois tais princípios são cada vez mais decisivos para o êxito dos negócios e da sua contribuição em favor de uma sociedade mais inclusiva, equânime e plural.
Um exemplo da adoção de boas práticas afirmativas pelo setor encontra-se no programa “Elas na Indústria”, promovido pelo Conselho Superior Feminino (Confem) da Fiesp, e implementado pelas nossas atuantes diretoras em todas as Regionais do Ciesp. Houve crescimento de 280% no número de formandas em sua terceira turma de mentoria e capacitação. A iniciativa, destinada a ampliar as perspectivas para que mais mulheres alcancem altos cargos na gestão ou sejam empreendedoras, tem sido catalisadora relevante na promoção da sua capacidade de liderança.
Na primeira turma, em 2022, formaram-se 45 mentoradas. Na segunda, em agosto de 2023, foram 109 e na terceira, em dezembro do ano passado, 171. Aspecto significativo refere-se ao aumento da representatividade de mulheres pretas e pardas, passando de 16%, no início do programa, para 24%. A expectativa é de crescimento contínuo da equidade étnica.
O programa responde a um desafio concreto dos setores produtivos quanto à necessidade de progressos na igualdade de gênero. A terceira edição, referente a 2023, do estudo Análise da participação das mulheres em conselhos e diretorias das empresas de capital aberto, do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), apontou que, dentre os 6.160 profissionais que compuseram a amostra nas posições de liderança e gestão das companhias de capital aberto, elas representam apenas 15,2%.
Houve avanços em relação às edições anteriores da pesquisa. Em 2021, o índice de participação feminina era de 12,8% e, em 2022, 14,3%. Porém, há espaço e necessidade de ampliar a diversidade de gênero nos cargos de comando nas empresas brasileiras de todos os setores. É o que estamos buscando realizar na indústria paulista, colocando-a na vanguarda das transformações voltadas ao desenvolvimento da sociedade e ao advento de um Brasil mais plural e inclusivo.