Cadastro positivo ajuda na educação financeira
Artigo de Gil Agrela (*)
- Data: 08/05/2013 14:05
- Alterado: 08/05/2013 14:05
- Autor: Redação
- Fonte: Sescoop/SP
Exposição Afogada, da artista visual Emília Santos
Crédito:
A partir do dia 1º de agosto entra em funcionamento o Cadastro Positivo – um banco de dados que mostra o comportamento financeiro de pessoas físicas e jurídicas. Esse mecanismo visa facilitar a vida dos bons pagadores na hora de assumir empréstimos. A adoção do sistema é um grande passo para aqueles que sempre procuraram ficar em dia com as suas contas. São eles que deverão conseguir crédito a juros com taxas muito melhores e com maior facilidade e rapidez.
O consumidor deve autorizar, por meio de um documento específico, a abertura de seu Cadastro Positivo, que poderá ser consultado pelas instituições financeiras. Ele pode, a qualquer momento e caso o deseje, cancelar o seu cadastro. Uma das vantagens desse cadastro é que as instituições financeiras que consultam os dados do cliente podem, por exemplo, verificar que o atraso é apenas um problema pontual diante do histórico de bom pagador do consumidor. A primeira conquista é a redução das taxas de juros, mas o cadastro ajudará ainda a ampliar a capacidade de consumo das pessoas, permitindo a redução da inadimplência e do spread bancário. Sem falar, é claro, do aumento da oferta de crédito no mercado.
Depois da forte redução das taxas de juros, o país dá mais um passo rumo à situação que já vigora em nações desenvolvidas. O Cadastro Positivo garantiu aos EUA aumentar para 80% o número de consumidores que passaram a ter acesso ao crédito, contra 40% antes da implantação do sistema. O Chile conseguiu aumentar a participação das mulheres do mercado de crédito e, no México, o Cadastro Positivo beneficiou a população de baixa renda, que aumentou a sua participação no acesso ao crédito.
O Cadastro Positivo chega em um momento importante para a economia brasileira. A melhoria da renda do trabalhador, com os salários registrando ganhos reais acima da inflação, aumentou a base de consumo. Muito vem se falando do acesso de novos segmentos sociais ao crédito e o novo sistema vai colaborar para a educação financeira de toda a população. Afinal, é preciso estar em dia com as contas para conseguir empréstimo com taxas e condições melhores.
As cooperativas de crédito conhecem de perto a importância da educação financeira. Elas são diferentes das instituições financeiras tradicionais e têm na sua essência a preocupação de contribuir para que o cooperado mantenha suas contas em dia. As cooperativas não buscam o lucro a qualquer preço, mas trabalham para que o seu associado saiba das suas possibilidades e limitações, utilizando o crédito para garantir uma vida digna e sem percalços.
* Gil Agrela, consultor técnico do ramo crédito do Sescoop/SP