Ainda se recuperando de terremoto no Ano Novo, Japão é atingido por outro abalo sísmico

O governo japonês ainda está lidando com os impactos do terremoto de magnitude 7,6 que atingiu a região central do país no Ano Novo, mas um novo tremor afetou o arquipélago nesta terça-feira (09). Desta vez, com 5,8 graus, o sismo não causou mortes nem ferimentos.

Embora este terremoto não tenha causado mais vítimas, o desastre gerou preocupação às autoridades que já passam por dificuldades em prestar socorro aos mais de 30 mil japoneses que se encontram desabrigados. Além deste contingente populacional, mais de 60 mil casas na região estão sem água e 15 mil sem luz.

Os números mais recentes indicam um total de 202 mortes provocadas pelo primeiro abalo na província de Ishikawa, uma das mais afetadas pelo fenômeno. Mais de uma centena de pessoas continuam desaparecidas.

O que causou o terremoto no Japão

Especialistas apontam que a Península de Noto, epicentro do terremoto, está localizada sobre falhas geológicas que estiveram dormentes por um período de três a quatro milênios. Nos últimos três anos, porém, uma série de pequenos tremores começaram a acontecer na região — aumentando de cerca de 20 por ano para uma taxa de 8.000, algo que os cientistas chamam de aquecimento sísmico. 

Quando a taxa de tremores leves aumenta desta forma, é esperado que um grande terremoto ocorra também, explicou Shinji Toda, pesquisador da Universidade de Tohoku, ao The Japan Times.

Cientistas da instituição apontam ainda que um agravante dos danos do abalo sísmico foi o fato de que muitas construções na região eram antigas, anteriores às atualizações no código de obras local. Em 1981 e em 2000, ele foi atualizado para exigir reforços adicionais contra os tremores.

O inverno japonês ainda tem dificultado as buscas por sobreviventes, já que as equipes de resgate estão tendo de enfrentar — além dos deslizamentos de terra causados pelo próprio terremoto — problemas de deslocamento por conta da neve.