Artistas indígenas levam a praia de São Gabriel da Cachoeira, do Amazonas, para a “praia de paulista”
Museu de arte de Rua de São Paulo (MAR), realiza mais um mural importante na cidade
- Data: 01/12/2023 17:12
- Alterado: 01/12/2023 17:12
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Artistas indígenas levam a praia de São Gabriel da Cachoeira, do Amazonas, para a “praia de paulista”
Crédito:Paulo Desana
Com o verão chegando em terras paulistanas, a famosa “praia de paulista” fica por conta dos parques ou piscinas dos aparelhos culturais, como os CÉUs. Para levar mais cor e alegria para o CEU Parque Novo Mundo, localizado na Zona Norte de São Paulo, a artista indígena Daiara Tukano, com colaboração do fotógrafo Paulo Desana, lança um mural de 240m² que conecta São Paulo com a cultura Amazônica. Também fazem parte do projeto, como convidados, a artista visual Larissa Yepa da etnia Tukano e os grafiteiros Renato Moll, Xchex, Caru Vieira e produção de Beatriz Santana.
A produção é feita pela Gentilização, uma produtora de artes públicas de grandes proporções, como murais e empenas. A realização é da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, através do edital do Museu de Arte de Rua (MAR).
A arte traz uma cobra em cima da Serra de Curicuriari, conhecida como a Serra da Bela Adormecida. Para os povos indígenas do Alto Rio Negro, o mito da Cobra Canoa ou da “canoa da transformação”, explica como a humanidade foi formada no bojo da grande cobra, criando comunidades ao longo do rio. A Cobra, portanto, é a genitora, e o Lago de Leite seria o útero, sendo a responsável pelo transporte de todas as etnias pelo leito do rio e, por fim, o homem branco. Essa seria a visão dos povos indígenas do Rio Negro sobre a origem da humanidade. Já a Serra da Bela Adormecida é o monumento natural da cidade, como uma pintura. O complexo rochoso, na perspectiva de quem o observa da cidade, é de uma mulher que dorme com as mãos sobre o colo.
“É a praia de São Gabriel da Cachoeira, do Amazonas, chegando na praia da Comunidade Marcone em São Paulo! Añû (gratidão/obrigada) pela oportunidade de realizar minha segunda arte mural na cidade de São Paulo, na comunidade linda da Marcone que nos acolheu tão bem”, conta Daiara.
“Além de embelezar o espaço público, esse mural inserido na periferia de São Paulo também é um convite para que a população dessa região saiba mais sobre a arte indígnena. Quando uma obra de arte é feita em um espaço público, ela se democratiza. É uma forma de levar um pouco da cultura e dos conhecimentos dos povos tradicionais brasileiros para a capital paulista”, explica Vera Nunes, fundadora da Gentilização.
Daiara Hori, nome tradicional Duhigô, pertence ao clã Uremiri Hãusiro Parameri do povo Yepá Mahsã, mais conhecido como Tukano. Nasceu em São Paulo em 1982, é artista, comunicadora independente, ativista dos direitos indígenas e pesquisadora em direitos humanos.
Especializada em artes em grandes proporções, desde 2015 a Gentilização produz murais em todo o Brasil e viabiliza produções artísticas que sugerem um olhar de maior conexão e gentileza para o asfalto das cidades. As obras estão espalhadas por diversos territórios de São Paulo, Campinas, Salvador, Belém, entre outras.
A Gentillização
A Gentilização é uma produtora de artes públicas de grandes proporções, como murais e empenas, fundada por Vera Nunes Santana, produtora de arte, apresentadora e especialista em projetos. Com o intuito de ampliar o acesso à arte e gerar impacto social, a Gentilização viabiliza produções artísticas que sugerem um olhar de maior conexão e gentileza para o asfalto das cidades. Por meio de uma curadoria artística apurada, voltada sobretudo para artistas decoloniais, utiliza a arte pública como ferramenta de manifestação.
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