Instituto Cuidare entrega 36 novos espaços para escolas públicas brasileiras
Durante o mês de novembro, 14 escolas em 8 estados brasileiros serão contempladas pelo projeto que busca melhorar indicadores da educação municipal
- Data: 10/11/2023 08:11
- Alterado: 10/11/2023 08:11
- Autor: Redação
- Fonte: Instituto Cuidare
Instituto Cuidare - Aldeia Krukutu
Crédito:Divulgação
Entre os dias 6 e 16 de novembro, o Instituto Cuidare realiza mais uma etapa de entregas e implementa 36 novos espaços, entre brinquedotecas, hortas, salas de leituras e parquinhos, em 14 escolas públicas (rurais e urbanas) de nove estados brasileiros. O objetivo é promover melhoria na infraestrutura das instituições, na experiência de aprendizagem dos estudantes e na formação de professores, contribuindo assim para a potencialização das instituições públicas de ensino.
A ação faz parte do Projeto Escola Transforma, por meio do qual o instituto vem beneficiando unidades de ensino em várias cidades do país com a implementação de espaços que atendem às especificidades da comunidade escolar, a exemplo de salas multissensoriais para estudantes com necessidades especiais, além de reformas de refeitórios e quadras e doação de equipamentos e livros.
Lançado oficialmente no último mês de setembro, o Instituto Cuidare, que tem a multinacional Nutrien Soluções Agrícolas como parceira do Escola Transforma, é uma entidade sem fins lucrativos, formada por pessoas que acreditam no poder transformador da educação para a regeneração de uma sociedade mais justa e equitativa, cuja atuação contribui com os objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A organização atua dentro das escolas públicas e trabalha em parceria com outras entidades e organizações para alcançar resultados na formação de estudantes e de professores, e na construção de um ambiente escolar acolhedor e motivador.
Entregas de novembro
No total, escolas públicas de 14 cidades de 8 estados brasileiros receberão ações do projeto Escola Transforma em novembro, com entregas de espaços e equipamentos. Desde que entrou em vigor em 2021, até o primeiro semestre de 2023, o Escola Transforma já beneficiou 26.700 estudantes de 55 escolas públicas contempladas pelo projeto, sempre em sintonia com as necessidades identificadas de acordo com a realidade do processo de ensino e aprendizagem de cada instituição de ensino.
Some-se isso, os 36 novos espaços que serão entregues na etapa de novembro, que também inclui doação de equipamentos como materiais desportivos educacionais, itens de cozinha, bebedouros, mesas de refeitórios, armários escolares, ar condicionados, freezers, roçadeiras, bancos e mesas de concreto para áreas externas. Entre os estados contemplados, estão Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás, Roraima, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais.
Com a próxima rodada de entregas, o projeto ganhará o incremento de mais 10 salas de leitura que se somarão às 35 já entregues, totalizando 45. O projeto também vai inaugurar mais 12 novas hortas, além das 40 já existentes, totalizando 52. Serão entregues ainda nove novos parquinhos, além dos 39 já instalados, perfazendo 48. Já o número de brinquedotecas implementadas passará de seis para sete. Além disso, até hoje já foram doados 14.600 livros e quatro quadras esportivas foram reformadas por meio do projeto.
Acessibilidade para o desenvolvimento integral e inclusão
Uma das unidades de ensino que já vem sendo beneficiada pelas ações do Instituto é a escola Benedita Vieira de Almeida Madalena, no município de Itapetininga, em São Paulo. A escola rural foi contemplada com uma Sala Multissensorial que conta com recursos pedagógicos com acessibilidade e adaptações, atuando para promover o desenvolvimento integral da comunidade escolar e também a inclusão. Em novembro, a ação de voluntariado do Escola Transforma também chega à instituição.
Para a diretora da escola, Patrícia Ribeiro Peci, “o impacto quanto à escola foi muito grande, porque além dos alunos do AEE (Atendimento Educacional Especializado), que é a sala especializada, a gente consegue atingir inclusive os alunos das salas regulares, quando eles vão para relaxar, para ter um momento de prazer e tranquilidade. Os potenciais efeitos são muito benéficos, através do cheiro, toque, som, visão, proporcionando bem-estar. Então, isso atinge todas as nossas crianças, não só as crianças com necessidades especiais”, explica a docente.
A professora Michele Souto corrobora da mesma opinião sobre como o equipamento vem apoiando o desenvolvimento e o aprendizado desses alunos. “A sala multissensorial é muito dinâmica, existem várias formas de utilizá-la com os alunos com deficiência, e até mesmo os que não são de inclusão, da sala regular”, afirma.
Os benefícios proporcionados pela Sala Multissensorial também já são percebidos por Liliana Barros Baiochi no processo educacional da filha Isabelly Cassiane Barros e como isso interferiu no desenvolvimento dela. “O que eu percebi é que é uma sala muito calma, tem uma piscina de bolinhas, tem cores e texturas para ela pegar, tem cama elástica, que é uma coisa que ela ama e a tranquiliza. A sala a ajudou na parte motora, para segurar nas coisas, que é algo que ela tem dificuldade”, descreve a mãe da aluna.
Escola transformando vidas
A chegada da Horta, da Sala de Leitura, do Parquinho também trouxe impactos e benefícios para a experiência pedagógica na Escola Municipal do Ensino Fundamental Geraldo Cruvinel Leão, no município de Montividiu, em Goiás. A diretora Aline Cruvinel conta que os espaços estão sendo usados para enriquecer e agregar nos processos de ensino e aprendizagem das crianças.
“Incluímos esses espaços no planejamento. No caso da horta, podemos proporcionar um cardápio variado, além de contribuir para a aprendizagem durante a sua manutenção. A diferença é que agora podemos contar com recursos didáticos diferentes no processo ensino-aprendizagem, facilitando ainda mais na assimilação dos conteúdos trabalhados. Eu diria que a escola agora é “mais rica”, didaticamente falando”, afirma a gestora.
Outro espaço impactado foi a biblioteca. A professora Lurdes Conceição Martins conta que o equipamento ficou esquecido por anos e, com a chegada do projeto Escola Transforma, “nosso cantinho se tornou algo prazeroso e aconchegante, dividimos horários entre professores para compartilhar toda semana do momento literário utilizando os novos livros, materiais didáticos e brinquedos”.
“Antes das novas estruturas, nós professores e alunos fazíamos tudo para entregar nosso melhor e, depois do projeto, tudo é feito com prazer, encanto e valorização. Depois da reforma, nossa clientela de alunos aumentou, pois a comunidade está ciente de que temos livros de qualidade, ambiente de lazer e uma horta que remete às memórias afetivas tanto dos pais quanto das crianças e nossa também enquanto professores”, relata a docente com emoção.
Mãe de dois alunos, uma menina de 10 anos que está no último ano (5º) e um menino no 2º ano, Cristina Ferreira conta que os filhos amam o dia de ir na biblioteca e escolher um livro ou de fazer uma aula diferenciada. “O interessante é que são idades e gostos diferentes, mas um curte o livro do outro, eles em casa trocam e pedem para eu ler, porque faço vozes diferentes. Meu filho ama gibi, eu amava também. Então isso ajudou muito ele na leitura, lá tem os jogos, os puffs para sentar. Pude conhecer a biblioteca, é um ambiente acolhedor, colorido, calmo, com ar-condicionado fica melhor ainda”.
Educação como compromisso de todos
De acordo com dados do Ministério da Educação, o Brasil conta com 43.347.687 estudantes matriculados da creche ao ensino médio. Nos anos iniciais, 18,9% dos alunos frequentam escolas privadas – essa rede cresceu 5,3% entre 2021 e 2022. Nos anos finais do Ensino Fundamental, a rede municipal atende 5,3 milhões de alunos (44,4%) e a estadual, 4,8 milhões (39,9%). Já as escolas privadas, com 1,8 milhão de estudantes, reúnem 15,5% das matrículas.
Neste cenário, garantir e lutar pelo direito à educação pública de qualidade é uma tarefa coletiva que deve ser abraçada por todos numa espécie de ação orquestrada. Está na lei, conforme prevê o artigo 205 da nossa Constituição Federal: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Nesta perspectiva, o Instituto Cuidare vem dando a sua contribuição para promover a valorização dos diversos atores envolvidos, desenvolvendo ações articuladas com a participação da escola, da sociedade civil e de instituições parceiras.
Para a presidente do Instituto, Kátia Rocha, a responsabilidade é coletiva. “Você pode ajudar a escola pública valorizando o trabalho do professor, valorizando o trabalho da escola, acompanhando seu filho, sendo parte também da educação do seu filho e da sua família, trazendo a escola como um valor para a família. O que estamos fazendo é um trabalho muito pequeno perto do universo de escolas que existem no Brasil, especialmente escolas que estão em regiões de zonas rurais do país. A educação é um compromisso de todos e nós fazemos a nossa pequena parte”, reforça a gestora.