Festival Ka.Ora celebra a vida na Praia da Aparecida, em Santos
Evento reuniu 180 atletas e sobreviventes do câncer de mama em disputa de canoas havaianas
- Data: 22/10/2023 14:10
- Alterado: 22/10/2023 14:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação
Atletas e sobreviventes do câncer de mama se reuniram na Praia da Aparecida, em Santos, para uma grande celebração do esporte pela vida, na 6ª edição do Festival Ka.Ora em comemoração ao Outubro Rosa.
Ao todo, 180 mulheres se dividiram em duas categorias para provas de canoa havaiana: a categoria Ka.Ora, com mulheres sobreviventes do câncer de mama, e a categoria wahine, que quer dizer mulher em havaiano, e é para mulheres simpatizantes da causa.
“Esse evento é resultado de uma missão que recebi, depois de uma viagem à Argentina para inaugurar uma base de Dragon Boat, considerado o barco oficial de mulheres sobrevivente de câncer de mama no mundo. Resolvi abraçar esse propósito e direcionar esse trabalho a todas”, explicou o organizador do evento Fábio Paiva.
Mas esse foi apenas um detalhe. Cada momento organizado pelo experiente canoísta Fábio Paiva, emocionava quem estava presente: desde a alegria e animação contagiantes das participantes, o laço humano que formaram na areia da praia em prol da data embalado pelo hino “Epitáfio”, dos Titãs, a apresentação de Taikô e também a aguardada Cerimônia das Rosas, momento onde todos entraram em pensamento positivo pelas mulheres que não puderam estar presentes.
“A energia de hoje foi contagiante. Todos que estiveram presentes comprovaram isso. Não tem como não se emocionar com a força de viver que essas mulheres têm. Elas querem abraçar, querem beijar, é assim o tempo todo. E elas têm muita gratidão por tudo que fazemos por elas. E isso acaba nos motivando ainda mais a entrar nessa missão”, conta Paiva com a serenidade e paixão estampadas na fala.
Daiana de Medeiros é sobrevivente da doença e considerou a manhã deste sábado, dia 21 de outubro, como o segundo dia mais feliz de sua vida. “No ano passado, depois da remada, eu falei que ia levar isso para a vida e que esse ano eu ia remar muito mais forte porque eu estaria muito mais forte. Eu não sabia que ia precisar fazer quimioterapia, e agora estou comemorando que já terminei o tratamento e estou curada. O Projeto Ka.Ora mudou minha vida”.
Quem também ficou feliz com o resultado do festival foi Denise Pampolini, uma das pioneiras do Projeto Ka.Ora. “Nem o tempo atrapalhou a alegria e energia que temos nesses encontros. Essa alegria compartilhada faz toda a diferença. Conseguimos passar uma mensagem muito positiva mostrando a alma do Projeto Ka.Ora”.
Cristiane Valentini é psicóloga do Projeto Ka.Ora e ficou emocionada com o sucesso da 6ª edição. “Foi maravilhosa! Superou nossas expectativas porque não só recebemos equipes que se agregaram ao nosso festival, mas as nossas meninas ficaram muito animadas e formaram 6 equipes. Isso nos deixou muito orgulhosos. Todo treinamento exclusivo que elas receberam valeu a pena”.
O vereador Ruy de Rossis, embaixador do Festival, esteve presente e não escondeu a grande satisfação de estar imerso nesse Projeto desde o início. “Quando o Fábio me procurou eu não acreditava muito. Achava que ele estava louco. Mas ele persistiu no propósito dele e assim chegamos a este evento grandioso. É motivo de muito orgulho ver que a cada ano está aumentando o número de participantes e que tem cada vez mais tantas pessoas envolvidas. Eu particularmente estou muito feliz e tenho certeza que a cada ano vamos melhorar ainda mais. Hoje o Ka.Ora já está chancelado na nossa cidade”.
Para Audrey Kleys, a Secretária de Desenvolvimento Social de Santos, é preciso olhar com carinho para aquilo que está fazendo vidas se transformarem, como o Projeto Ka.Ora, e isso faz a gente pensar em como fortalecer essas pessoas para que elas possam ganhar mais ânimo e restabelecer a vida dessas mulheres.
“Esse é o papel da gente como sociedade. Fazer com que projetos de sucesso possam caminhar com mais força. Precisamos olhar por essas mulheres como o Fábio e tantas outras pessoas fazem. Isso é uma grande fisioterapia, um lugar de socializar, de resgatar energias e essas mulheres têm esse direito. A boa informação salva vidas. Isso arrepia e nos emociona de verdade. A gente precisa estar junto para entender o que é isso. Só com pertencimento a gente ganha mais força para fazer ainda mais ao lado de anjos como o Fábio”.
“Começamos em 2016 com 11 mulheres e hoje estamos com 130. É uma felicidade. Para mim o Projeto Ka.Ora se tornou uma missão. Saber que o que eu mais gosto de fazer, que é remar, é o que faz bem para elas, fica mais fácil”, finaliza o organizador.
O Festival Ka.Ora é patrocinado pela DP World, com copatrocínio da Opium High-Tech Caiaques e Canoas; apoios do PROMIFAE, SEMES, Panificadora Rainha da Barra, Baraçaí, Prefeitura de Santos, Nine Wear, Performance Run. A organização é da Canoa Brasil, com supervisão da Abracha – Associação Brasileira de Canoa Havaiana.