Semana tem concertos da c e do Coro da Osesp na Sala São Paulo

Orquestra toca na Sala São Paulo com maestro alemão e violinista norte-americana, de 05 a 07/out; já o Coro da Osesp será conduzido pela regente italiana Valentina Peleggi

  • Data: 02/10/2023 13:10
  • Alterado: 02/10/2023 13:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Osesp
Semana tem concertos da c e do Coro da Osesp na Sala São Paulo

Sala São Paulo

Crédito:Mariana Garcia

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Dando continuidade à Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp se apresenta entre 05 e 07/out sob a regência do alemão Jun Märkl e tendo a violinista norte-americana Esther Yoo como convidada. O repertório reúne obras de quatro compositores: a contemporânea Gabriela Lena Frank na abertura (Concertino Cusqueño), seguida de Samuel Barber (seu Concerto para Violino), Felix Mendelssohn-Bartholdy (A Gruta de Fingal) e Claude Debussy (La Mer). E, no domingo (08/out), às 18h, o Coro da Osesp volta a receber a regente italiana Valentina Peleggi, em um recital com obras que vão da Renascença à música de nossos dias, de autores como Bach, Schubert, Rachmaninov, Ravel, Villa-Lobos e Aylton Escobar. Vale lembrar que a apresentação da Osesp de sexta (06/out), às 20h30, terá transmissão digital no canal da Orquestra no YouTube.

O Concertino Cusqueño data de 2012 e foi “escrito para celebrar os excelentes músicos da Orquestra da Filadélfia”, que também foram responsáveis por sua estreia nesse mesmo ano. Segundo a compositora norte-americana Gabriela Lena Frank (1972-), a obra encontrou inspiração em sua herança materna — a cultura peruana — e no compositor britânico Benjamin Britten.

O Concerto para Violino de Samuel Barber (1910-1981) constitui uma de suas composições mais representativas, ainda que seu Adágio para Cordas [1936], arranjado a partir do segundo movimento de seu Quarteto de Cordas, absconda o conjunto de sua obra. O ponto de partida para a criação do Concerto teria sido a encomenda de um importante mecenas e administrador do Curtis Institute of Music — instituição de ensino superior de música da Filadélfia de prestígio internacional e alma mater de Barber — para o filho violinista, Isaak Briselli. Barber compôs os dois primeiros movimentos na Suíça, em 1939, e, ao receber parte da obra, o destinatário a teria julgado “muito simples e pouco brilhante para um concerto”. Assim o compositor trabalharia em um terceiro movimento que pudesse agradar ao músico.

Deslocado da Suíça para Paris, seria logo obrigado a deixar a Europa devido aos eventos relacionados à Segunda Guerra. Ele retornaria então aos Estados Unidos e a composição para o final do Concerto seria praticamente concluída durante essa viagem, a bordo de um navio. Briselli mais uma vez contestaria o resultado da obra, porém desta vez julgando o terceiro movimento “muito difícil”. O delicado impasse levaria ao desentendimento entre os músicos e, consequentemente, à desistência do destinatário em realizar a estreia. Barber finalizaria seu Concerto em julho de 1940, e seria o virtuose Albert Spalding [1888-1953] que, a convite do próprio compositor, aceitaria imediatamente o desafio de estrear a obra, o que aconteceu na Filadélfia, em 7 de fevereiro de 1941, com a Orquestra da Filadélfia sob a regência de Eugene Ormandy.

Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847) termina de compor seu Opus 26 em 16 de dezembro de 1830, data talvez alusiva ao único dia do ano em que o Sol está suficientemente inclinado para iluminar o fundo da caverna de Fingal, na Escócia. A essa primeira versão de 1830, ele dá o nome de Die einsame Insel [A Ilha Solitária]. Mendelssohn dá aqui um testemunho insuperável de seu talento, reconhecido inclusive por Richard Wagner, de compor paisagens pictórico-musicais, sem nenhuma concessão, contudo, à narratividade literária e à música de programa. Escrita por um compositor impregnado de cultura clássica, A Ilha Solitária tornou-se paradoxalmente um ícone do “paisagismo sonoro” romântico da primeira metade do século, só comparável em capacidade evocativa e densidade simbólica ao que foi, para o romantismo fin de siècle, A Ilha dos Mortos, de Arnold Böcklin e Sergei Rachmaninov.

Escrita no início do século passado, La Mer ocupa, na produção de Claude Debussy (1862-1918), o espaço equivalente àquele que uma sinfonia relevante ocupava para compositores dos períodos clássico e romântico. Excluindo-se o fato comum de se tratar de uma peça para grande orquestra, aqui tudo o mais difere. O crítico norte-americano Alex Ross sugere que o ponto de virada para o compositor francês foi provavelmente a experiência da escuta, ainda no século XIX, da música de uma trupe teatral vietnamita e de um gamelão javanês: “Contém todas as gradações, até mesmo algumas que já não sabemos mais nomear, de modo que tônica e dominante não passam de fantasmas vazios para uso de crianças espertas”, escreveria o próprio Debussy naquela ocasião. La Mer flui, assim, nesse tênue vai e vem das sensações sutis das gradações suavemente distintas, nos movimentos pendulares entre os blocos harmônicos, nos tons pastéis de sua orquestração, com nuanças e transparências únicas.

SERVIÇO

05 de outubro, quinta-feira, às 20h30

06 de outubro, sexta-feira, às 20h30 – Concerto Digital

07 de outubro, sábado, às 16h30

08 de outubro, às 18h00 [Coro da Osesp]

Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16

Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares

Recomendação etária: 7 anos

Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 258,00 [Osesp]; R$39,60 [Coro da Osesp] (valores inteiros)

Bilheteria (INTI): neste link

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  • Data: 02/10/2023 01:10
  • Alterado:02/10/2023 13:10
  • Autor: Redação
  • Fonte: Osesp









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