Itaú Cultural exalta o rastro de vanguarda nas artes cênicas deixado por Léa Garcia
O Itaú Cultural lamenta a sua morte, mas enaltece esse importante percurso que marca todas as gerações brasileiras.
- Data: 15/08/2023 14:08
- Alterado: 15/08/2023 14:08
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
Crédito:Arquivo Pessoal
Para a instituição, em mais de sete décadas de intensa atuação no teatro, cinema e TV brasileiros, a trajetória de Léa Garcia (1933-2023) refletiu a história das artes dramáticas nacionais e como as diferenças raciais são determinantes no Brasil.
“Léa Garcia é uma presença marcante nas artes cênicas brasileiras e nos deixa um enorme aprendizado e legado de paixão pela criação artística, em especial no teatro, desde o início de sua jornada até hoje”, observa Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural. “Léa é sinônimo de vanguarda e protagonismo na valorização das mulheres negras brasileiras”, completa.
Por todo esse caminho, em 2022, a atriz conquistou o Prêmio Milú Villela – Itaú Cultural 35 anos, na categoria Criar. Aqui, o seu depoimento na ocasião: “Nada acontece sem o verbo criar. Estamos criando a cada momento. Criar é vida, é movimento, é ação e se manifesta predominantemente nas variadas expressões artísticas. A categoria Criar que me foi atribuída pelo Prêmio Milú Villela – Itaú Cultural 35 Anos tem esse caráter de amplitude, de transformação com que a arte se apresenta. Criar me revela como um canal para a expressão da união, me dá a síntese do que sou.”
“Na contramão do tempo e de suas leis que, definitivamente, não dominamos, dona Léa seguia ativa, no exercício de sua vocação. Ainda no ano passado, ela e Emiliano Queiróz fizeram uma linda temporada em São Paulo e no Rio de Janeiro, com o espetáculo A vida não é justa”, recorda Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Artes Cênicas, Literatura e Música.
Recentemente, ela esteve no palco do IC em bate-papo com o público sobre sua biografia, Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: a trajetória e o protagonismo de Léa Garcia, escrita por Julio Claudio da Silva, doutor em história social pelo programa de pós-graduação da Universidade Federal Fluminense. Hoje, com Laura Cardoso, receberia o troféu Oscarito, pelo conjunto de sua obra. “Léa nos deixa em pleno exercício da atividade que a fez brilhar confirmando sua vocação de estrela. Uma atriz imortal”, completa Galiana.
Entre suas participações no Itaú Cultural, tem a série Cada Voz https://youtu.be/KPchDPj3nZ8, uma entrevista em vídeo conduzida pelo fotógrafo Marcus Leoni, na qual Leá conta um pouco da sua trajetória; depoimento para a Ocupação Abdias Nascimento (2016) https://www.youtube.com/watch?v=Fj9Cl0oCUoA, que foi seu marido e com quem teve dois filhos, e performance na abertura da exposição https://youtu.be/B55K-9nHL0w.
Ainda, a Ocupação Conceição Evaristo https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/conceicao-evaristo/, realizada em 2017, contou com o poema Fêmea-Fênix, em homenagem a Léa. Na Itaú Cultural Play itauculturalplay.org.br há três obras com a artista: Cruz e Souza, Feminino plural e A negação do Brasil.
Mais informações sobre Léa podem ser acessadas no verbete sobre ela na Enciclopédia Itaú Cultural: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa400953/lea-garcia .