Criança de 5 anos e adolescente de 17 morrem após ação policial no Rio
De acordo com informações da PM, o ocupante de carona da moto carregava uma pistola e teria disparado contra os policiais, que teriam revidado
- Data: 12/08/2023 16:08
- Alterado: 12/08/2023 16:08
- Autor: Redação
- Fonte: João Pedro Pitombo/FolhaPress
Crédito:DIvulgação
Uma criança de cinco anos e um adolescente de 17 morreram na manhã deste sábado (12) após uma ação policial na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.
A Secretaria de Polícia Militar disse que equipes do 17º batalhão da PM da Ilha do Governador faziam patrulhamento na avenida Paranapuã quando tentaram abordar dois homens em uma motocicleta.
De acordo com informações da PM, o ocupante de carona da moto carregava uma pistola e teria disparado contra os policiais, que teriam revidado.
O adolescente de 17 anos foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros encaminhado em estado grave para o Hospital Municipal Evandro Freire, aonde já chegou sem vida. O condutor da moto foi detido e levado para a delegacia.
Após a morte na ação policial, moradores da comunidade do Dendê protestaram e queimaram ao menos três ônibus na avenida Paranapuã.
O Batalhão de Rondas e Controle de Multidão da PM foi acionado para apoiar o Corpo de Bombeiros, chamado por volta das 8h20 para debelar o incêndio.
No momento em que ocorria o protesto, uma menina de cinco anos identificada como Eloá Passos foi atingida por uma bala perdida dentro de casa na comunidade do Dendê, nas proximidades da avenida Paranapuã.
Em entrevista à TV Globo, Lidiane Passos, prima de Eloá, afirmou que a menina estava no quarto, brincando, quando em que foi atingida por um tiro. Ela chegou a ser levada para o Hospital Municipal Evandro Freire, mas chegou ao local sem vida.
“Estava acontecendo a manifestação. Eles mandaram tiro para dentro da comunidade, sendo que tinha uma criança de cinco anos. […] Não é a primeira nem a segunda [vez] que a polícia mata uma criança e adolescente. Até quando? Dentro da comunidade não tem só bandido”, disse.
Lidiane Passos contou que a prima estava em casa brincando, pulando na cama, quando foi atingida pelo disparo no peito. No dia anterior, a família havia celebrado o aniversário da irmã de Eloá.
“Ontem foi festa e hoje é só tristeza para a gente. […] Ela partiu com cinco anos de idade, tinha uma vida toda pela frente. O Estado acabou com a vida uma criança de cinco anos. Polícias que deveriam estar protegendo a gente só estão matando”, afirmou.
A PM disse que não houve operação policial no interior da comunidade e que instaurou um procedimento para averiguar as circunstâncias das ações. Os casos estão sendo investigados por equipes da Polícia Civil.
A corporação disse também que as imagens das câmeras corporais dos policiais serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações.
O Rio de Janeiro registrou outros episódios de violência policial na última semana.
No último domingo (6), Thiago Flausino, 13, foi baleado e morto enquanto passeava de moto na Cidade de Deus.
Segundo os familiares, o tiro que o atingiu partiu de um policial militar do Batalhão de Choque. Os parentes afirmam que o PM também disparou contra o jovem quando ele estava deitado ferido no chão. A Divisão de Homicídios e a PM apuram o caso.
Na madrugada do mesmo dia, um jovem morreu baleado por um PM na saída de um baile funk no morro do Santo Amaro, no Catete, na zona sul da cidade. A morte de Guilherme Lucas Martins Matias também é investigada pela Polícia Civil, que apreendeu a arma utilizada pelo agente.