Em 2021, 91% dos indivíduos com mais de dez anos eram usuários de celulares

No Estado de São Paulo, em 2021, 91% dos indivíduos com mais de dez anos eram usuários de celulares, proporção que ficou estável em relação a 2019, mas restam pouco mais de 3,3 milhões de residentes que não utilizaram esse dispositivo, com tendência de concentração nas classes D/E. O estudo é fruto da parceria entre a Fundação Seade e o Cetic.br|NIC.br, que analisa as atividades realizadas na Internet pelos residentes no Estado de São Paulo.

Cerca de 17,6 milhões de residentes acessam a rede exclusivamente por meio de telefones celulares, indicando oportunidades de usos da rede menos diversificadas e, consequentemente, desenvolvimento mais limitado das habilidades digitais. Chama a atenção a relativa estabilidade dessa parcela entre 2019 e 2021, o que pode estar relacionado, de um lado, ao perfil de usuário da rede e seus propósitos no acesso, de outro à escassa capacidade de investimento em computadores entre os usuários menos favorecidos da população.

Associado a essa hipótese, observa-se que aproximadamente sete entre cada dez conectados das classes D/E, acessam à rede exclusivamente pelo celular.

Entre os que possuem celular, o plano pré-pago segue sendo a opção com maior adesão (65%), enquanto 33% possuem plano pós-pago.

Acesso à internet

O contingente de usuários de internet pelo telefone celular se manteve estável e representa em torno de oito entre dez indivíduos no Estado. Os segmentos das classes A/B são aqueles que agregam os maiores percentuais de uso por meio desse dispositivo, acompanhados de perto pelos da classe C. Nas classes D/E esse percentual tende a ser mais baixo, sinalizando limitações no uso da internet, inclusive pelo celular, o que pode estar eventualmente associadas à qualidade do aparelho.

Entre os que acessaram a rede pelo telefone celular, independentemente da classe social, informaram que se conectava por Wi-Fi, reflexo da significativa presença dessa forma de conexão nas residências: em 2021, 85% dos usuários paulistas apontaram a casa como local de acesso individual à internet mais frequente. Vale lembrar que essa opção representa uma forma de economia na utilização do pacote de dados móveis, que fica reservado para uso em deslocamento ou outros locais.

Atividades desempenhadas

A pesquisa reiterou que as atividades de comunicação, como o uso de mensagens instantâneas, e interação em redes sociais, seguem como os principais usos da internet no celular. Entre os paulistas que usam esse dispositivo para acessar a rede, houve um incremento importante no uso de redes sociais e acesso a páginas ou sites, ampliação que pode ser associada ao maior uso da web no período da pandemia. Apesar de comum entre os usuários da internet, a realização de atividades pelo celular tende a ser mais frequente entre usuários das classes A/B, em todas as modalidades de uso, reforçando as vantagens decorrentes da situação socioeconômica para o aproveitamento das oportunidades digitais.