Brasileiros gastaram mais com compras no mercado em 2022
Produtos que mais elevaram o valor da cesta básica foram batata, cebola, queijo mussarela, farinha de mandioca, refrigerante e farinha de trigo
- Data: 27/01/2023 14:01
- Alterado: 27/01/2023 14:01
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Brasileiros gastaram mais com compras no mercado em 2022
Crédito:Divulgação
Segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros subiu 3,89%, em 2022 comparado ao ano anterior. O indicador de gastos com o carrinho de mercado desconta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que encerrou o ano acumulado em 5,79%, conforme medição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda de acordo com a ABRAS, o resultado superou as projeções para o ano, estimadas entre 3% e 3,30%.
Os vilões da cesta básica do brasileiro, com 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) , em dezembro ante novembro, o preço médio ficou em R$ 317,56. As principais quedas foram puxadas por leite longa vida (-3,83%), carne (-0,71%), queijo (0,39%), café moído (-0,31%).
Dentre os alimentos que mais pressionaram o preço da cesta de alimentos no ano os destaques são batata (+56,89), cebola (+51,10%), queijo mussarela (+48,05%), farinha de mandioca (+43,34%), refrigerante (+35,66%), farinha de trigo (+33,98%).
Em dezembro, os itens que apresentaram maior aumento nas Centrais de Abastecimento (Ceasa) foram a batata inglesa (57,7%) e a cebola (86,5%). Esta e outras informações foram divulgadas no 12º Boletim Prohort, publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Conforme análise conjuntural dos especialistas, o aumento do tubérculo aconteceu em razão da transição da safra de inverno (seca), para o verão (águas), que resulta sempre em aumento de preço. Da mesma forma, para a cebola o movimento ascendente de preço era esperado pela pressão que a alternância de safra exerce sobre os preços.
Segundo Fabio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada no comércio exterior, os dados apresentados indicam uma tendência de aumento no consumo de bens de consumo no mercado interno brasileiro. “Além disso, é possível observar o impacto da transição de safra na variação de preços de determinados produtos, como batata e cebola. É importante destacar que essa variação de preços pode ser influenciada também pela dependência de importação de alguns produtos e pela volatilidade dos preços dos insumos no mercado internacional”, explica o executivo.
No sentido contrário, a carne bovina registrou deflação no acumulado do ano e encerrou o período em queda de 4,77% para os cortes dianteiro e de 3,96% para traseiro. Outras variações negativas foram registradas no biscoito cream cracker (-8,03%), leite longa vida (-4,83%), açúcar refinado (-4,55%), óleo de soja (-4,41%).
Em relação à carne bovina, aproveitando a boa maré do mercado mundial, principalmente do mercado chinês que representou mais da metade das vendas, tanto nos preços (60,9%) como nos volumes (53,3%), o Brasil obteve uma receita de US$ 13,091 bilhões no ano passado e movimentou 2.344.736 toneladas.
“A demanda crescente dos mercados internacionais, especialmente da China, tem impulsionado as vendas de carne bovina brasileira e resultado em receitas expressivas para o país. Além disso, é importante destacar que a carne bovina brasileira é reconhecida internacionalmente pela sua qualidade e segurança alimentar, o que tem contribuído para aumentar a competitividade das exportações brasileiras no mercado mundial”, afirma Pizzamiglio.
Na categoria de higiene e beleza, os produtos com maior variação nos preços foram: sabonete (+27,15%), papel higiênico (+19,07%), creme dental (+15,06%), xampu (+14,72). Na cesta de limpeza, as maiores variações foram puxadas por sabão em pó (+28,93%), detergente líquido para louças (+18,10%) e desinfetante (+13,32%).
Na análise regional, a menor variação no acumulado do ano foi registrada na Região Nordeste (+6,53%), seguida pelo Norte (+8,25%), Sul (+9,12%), Centro-Oeste (+9,48%), Sudeste (12,56%). Quanto ao preço médio, a Região Sul registrou em dezembro a cesta mais cara do país (R$ 843,36), seguida pelo Norte (R$ 832,62), Sudeste (R$ 760,26), Centro-Oeste (R$ 703,47) e Nordeste (R$ 684,51).
Para Pizzamiglio, é importante continuar investindo em tecnologias e melhorias na cadeia produtiva para manter a qualidade e aumentar a eficiência, e seguir diversificando os mercados exportadores.