Três maiores bancos fecham 2022 com lucro de R$ 64,3 bi
Resultado foi 7,3% inferior ao visto em 2021, ano em que o setor financeiro ainda se ressentia dos efeitos da pandemia da covid-19 sobre a atividade econômica
- Data: 11/02/2023 10:02
- Alterado: 11/02/2023 10:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Os três maiores bancos privados do País encerraram o ano de 2022 com lucro líquido de R$ 64,3 bilhões, de acordo com dados compilados. O resultado foi 7,3% inferior ao visto em 2021, ano em que o setor financeiro ainda se ressentia dos efeitos da pandemia da covid-19 sobre a atividade econômica. É um reflexo da “ressaca” da inadimplência nos contratos de pessoas físicas, agravado pela recuperação judicial da Americanas.
Deste grupo, Bradesco e Santander são os bancos mais expostos à companhia, e fizeram provisões de parcelas diferentes de suas exposições. O Santander separou 30% do que a varejista lhe deve, enquanto o Bradesco provisionou toda a exposição, o que levou a operação bancária a fechar o quarto trimestre de 2022 no vermelho.
Com essa provisão, o banco se juntou ao Itaú, que também fez um colchão para toda a exposição à companhia já no balanço que fechou o ano passado, e isolou as projeções e a operação para este ano do efeito de uma recuperação judicial que está com negociações travadas.
“Estamos falando de uma companhia aberta, com balanço auditado, controladores relevantes. Fraude não era algo esperado”, disse em entrevista coletiva o presidente do Itaú, Milton Maluhy. Segundo ele, o banco não identificou fragilidades semelhantes em outras empresas que operam o risco sacado, operação financeira que foi o estopim do rombo de R$ 20 bilhões que levou a Americanas à recuperação judicial. No risco sacado, o banco é quem faz o pagamento dos fornecedores para a empresa.
O Santander também não identificou problemas disseminados e segue operando a linha, mas admitiu que diante do estágio das negociações, é difícil prever o quanto do crédito será previsto. “É difícil prever a provisão desse caso. Vai depender da renegociação, do progresso da recuperação”, disse o presidente do banco, Mario Leão.
Em comum, nos informes de resultados, nas coletivas e nas teleconferências, nenhum dos bancos citou a Americanas nominalmente, por questões relacionadas ao sigilo bancário.