Cientistas brasileiros participam de estudo de monitoramento de terremotos e tsunamis

Projeto financiado pela Fapesp, agência de fomento vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, tem como objetivo evitar tragédias como as ocorridas na Turquia e Síria

  • Data: 14/02/2023 17:02
  • Alterado: 14/02/2023 17:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: SCTI
Cientistas brasileiros participam de estudo de monitoramento de terremotos e tsunamis

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A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), entidade vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI), vai financiar um projeto de pesquisa de um grupo de instituições e universidades brasileiras para detectar terremotos e tsunamis em “tempo quase real”.

Em meio ao cenário de destruição causado pelo terremoto que atingiu parte da Turquia e da Síria e matou mais de 37 mil pessoas, a ciência busca avançar no monitoramento e na caracterização dos movimentos de falhas geológicas que permitam alertar para esse tipo de ocorrência. Até o momento, não existem instrumentos capazes de prever tremores.

Para atender a essa demanda, o projeto intitulado “Detecção ionosférica e imageamento de terremotos e tsunamis em tempo quase real”, é baseado na ionosfera – camada da atmosfera localizada entre 60 e 1.000 quilômetros (km) de altitude – composta de íons, elétrons e plasma ionosférico que exercem, por exemplo, influência na propagação das ondas de rádio para lugares distantes da Terra.

“Um pequeno tremor na atmosfera pode ser bem maior na ionosfera. Por exemplo: o deslocamento da superfície da Terra durante um terremoto pode ser de milímetros, mas na ionosfera o registro atinge um número 10 mil vezes maior. Sabemos que nas últimas três décadas há vários trabalhos nessa área, mas nosso foco é o monitoramento em tempo quase real, um desafio ainda a ser resolvido”, explica o pesquisador Esfhan Alam Kherani, um dos poucos especialistas na dinâmica da ionosfera/atmosfera em atuação no Brasil do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Um primeiro pulso de tremor dura cerca de dez minutos. Já conseguimos detectar em seis minutos depois do início do terremoto, mas queremos reduzir esse prazo, talvez para dois minutos ou poucos segundos.”

Segundo Kherani, com tsunamis é possível fazer alertas, mas em casos de terremotos a situação é diferente, principalmente se os tremores são de baixa magnitude.

Entre as instituições e universidades atuantes no projeto estão: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Universidade do Vale do Paraíba (Univap); Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto Global de Física de Paris (IPGP).

Medindo o terremoto

Uma das escalas usadas para medir a magnitude dos terremotos é a Richter, desenvolvida nos anos 1930 pelos sismógrafos Charles Richter e Beno Gutenberg, ambos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech na sigla em inglês). Ela quantifica a intensidade conforme a manifestação na superfície terrestre.

De forma geral, um tremor menor que 3,5 pontos é registrado pelos sensores sismológicos, mas pode não ser percebido se ocorrer longe das cidades. Entre 3,5 e 5,4 pontos pode ser sentido pela população, mas raramente causa danos. Já de 6,1 a 6,9 o terremoto pode ser destrutivo em áreas em torno de 100 km do epicentro e entre 7,0 e 7,9 – faixa em que está o registrado na Turquia no início de fevereiro de 2023 – pode provocar sérios danos.

Há também a Escala de Magnitude de Momento (abreviada como Mw), criada em 1979 por Thomas Hanks e Hiroo Kanamori, que substituiu a Richter para medir a magnitude dos terremotos em termos de energia liberada.

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  • Data: 14/02/2023 05:02
  • Alterado:14/02/2023 17:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: SCTI









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