Fonte de verba do novo Minha Casa gera dúvidas no setor
Empresas só devem seguir na empreitada quando houver mais clareza sobre a fonte de recursos para abastecer o programa
- Data: 16/02/2023 14:02
- Alterado: 16/02/2023 14:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
O anúncio da retomada pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV) foi visto pelo setor da construção civil como uma sinalização importante do governo de que dará ênfase à habitação social nos próximos anos. Por outro lado, as empresas só devem seguir na empreitada quando houver mais clareza sobre a fonte de recursos para abastecer o programa.
“Precisamos aguardar mais dados para poder ter uma avaliação correta”, disse o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, em entrevista nesta quarta, 15. “O que tivemos foi uma sinalização importante do governo, que mobilizou uma série de ministros para mostrar que estão empenhados”, afirmou.
Na terça-feira, 14, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva relançou o MCMV, que havia sofrido alterações e sido rebatizado de Casa Verde e Amarela no governo Bolsonaro, em 2020. A gestão petista trouxe de volta a faixa 1 do programa, que atende à população mais pobre. Ela vai contemplar famílias com renda bruta de até R$ 2.640 por mês e tem como meta contratar 2 milhões de moradias até 2026. A faixa 1 foi extinta no governo Bolsonaro sob a justificativa de falta de recursos para bancar as obras, que eram até 95% subsidiadas pela União. Já as outras faixas do programa continuaram funcionando porque têm porcentuais menores de subsídios e contam com financiamento originado no FGTS.
Na cerimônia de terça-feira, 14, não se falou nada sobre a origem do dinheiro para as novas obras. Nos bastidores, o que se fala é que seriam investidos R$ 10 bilhões no Orçamento.
O presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Ely Wertheim defendeu que a retomada da faixa 1 precisa vir acompanhada de uma definição da fonte orçamentária. “A faixa 1 precisará ter orçamento suficiente e resolver problema de obras atrasadas”, afirmou, ao ser questionado sobre o tema durante entrevista coletiva. “Apesar de ser uma questão social importante, ela requer orçamento e subsídio. Esse é um tema que depende da sociedade toda. A iniciativa privada não vai resolver a questão faixa 1”, disse Wertheim.