Ataques em escolas paulistas eram organizados pelas redes sociais
Ataque em escola da zona Oeste de São Paulo poderia ser evitado e Governo do Estado anuncia ações para conter a violência escolar
- Data: 28/03/2023 12:03
- Alterado: 28/03/2023 12:03
- Autor: Be Nogueira
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Divulgação
O secretário de segurança, Guilherme Derrite, informou que o autor do ataque na escola da Vila Sônia tinha um perfil restrito no Twitter, que já está sendo investigado. No perfil, ele havia anunciado que faria o ataque. Segundo Derrite, todas as pessoas que curtiram ou responderam às postagens do menor poderão ser alvo da investigação.
Informações publicadas pelo Diário do Grande ABC, asseguram que no dia 16 de março, um adolescente de 15 anos foi apreendido por agentes do 64º DP (Itaquera), após investigação da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER) identificar que o jovem se organizava pelas redes sociais para praticar “possíveis atos graves de violência”. Segundo o jornal, a Secretaria de Estado da Segurança Pública confirmou as informações do caso, que foi registrado pelo Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas).
Com esse anúncio levantasse o questionamento sobre o porquê não foram tomadas providências, essas que talvez pudessem evitar o crime da última segunda-feira (27), na Escola Estadual Thomazia Montoro, Zona Oeste de São Paulo.
Ações preventivas
O secretário de educação, Renato Feder, anunciou de que a secretaria planeja contratar 150 mil horas de atendimento psicológico e psicopedagogo para as escolas estaduais, como uma medida para o combate à violência nas escolas do estado de São Paulo.
“A gente fazia atendimento virtual na época da pandemia. Independentemente da tristeza de hoje, já está no cronograma a contratação de 150 mil horas de atendimento de psicólogos e psicopedagogos para as escolas. Então o processo está na cotação de preços e em mais algumas semanas vamos fazer essa licitação. Isso já estava no planejamento para o atendimento presencial”, afirma.
Há outras ações destinadas a transformação do ambiente escolar, segundo a Agência Brasil, desde 2019, a Secretaria de Estado da Educação desenvolve um programa de melhoria da convivência e proteção escolar chamado Conviva SP. O programa foi criado após os ataques ocorridos a uma escola em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, e disponibiliza 300 profissionais dedicados a prestar atendimento psicológico nas escolas.
Apesar das iniciativas, os programas são insuficientes para atender os 645 municípios do estado que, juntos, somam mais de 5 mil escolas da rede estadual. E Feder diz que ampliará as praticas para alcançar todas as escolas estaduais.
O secretário de segurança, também se pronunciou sobre ampliar programas de segurança já existentes. “O que nos cabe agora é intensificar os programas que já existem como o de ronda escolar e o programa de vizinhança solidária escolar. Podemos fazer com que o policial esteja mais presente, mas sabendo que, com 5 mil escolas, é um desafio gigantesco ter uma patrulha por escola.”, mas não deu detalhes de como pretende aumentar o alcance desses programas.
Escola ficará fechada por uma semana
A Agência de Notícias oficial do Governo Federal confirmou que a Escola Estadual Thomazia Montoro ficará fechada por uma semana, e que toda a comunidade escolar receberá apoio psicológico.
“Infelizmente tivemos esse desastre e logo depois do ataque a gente conversou com a [secretária da] Saúde. Temos uma equipe de psicólogos atuando na comunidade escolar. Isso é importante para atender alunos, professores, funcionários da escola e pais de alunos. Essa equipe de psicólogos da Secretaria de Saúde vai dar atendimento exclusivo para essa comunidade para que o choque seja amenizado. A escola também vai ficar fechada por uma semana e vamos ficar acompanhando para ver se precisa estender o tempo de fechamento dessa escola. E vamos antecipar o recesso de julho, quando teremos uma semana a mais para repor esse conteúdo”, disse Feder.