Casos de esporotricose têm alta nos últimos dois anos

Dados são da Secretaria Municipal da Saúde, que monitora a situação no munícipio. Doença causa feridas profundas em animais e tem difícil cicatrização

  • Data: 29/03/2023 15:03
  • Alterado: 29/03/2023 15:03
  • Autor: Renata Nascimento
  • Fonte: PMD
Casos de esporotricose têm alta nos últimos dois anos

Gato Juninho

Crédito:Arquivo pessoal/Adriana Maurício dos Santos

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A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Diadema registrou aumento no número de casos de esporotricose nos últimos dois anos. Em 2020, foram registrados 69 casos. No ano seguinte (2021), houve crescimento para 73 casos. Já em 2022, a quantidade de casos saltou para 145 animais diagnosticados. E nos três primeiros meses deste ano, 34 casos foram registrados.

A doença é um tipo de micose que causa feridas profundas em pele, cabeça, caudas e patas dos gatos, que não cicatrizam e aumentam de tamanho rapidamente. O gato Juninho de dois anos foi diagnosticado em novembro de 2022 e, desde então está em tratamento. “A esporotricose foi detectada muito no início e ele está em remissão desde fevereiro de 2023. Ele não chegou a desenvolver feridas, mas ficou com a característica do nariz de palhaço e hoje ele está muito bem. O atendimento no CCZ foi o melhor. Agradeço A Dra Lívia e sua equipe são especialíssimas por me ajudar no diagnóstico e no tratamento do meu gatinho”, explica Adriana Maurício dos Santos, tutora de Juninho.

Transmissão

De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses de Diadema, os animais contraem a doença principalmente em brigas com outros animais já doentes ou através do contato com superfícies contaminadas, como troncos de árvores.

Embora a maioria dos casos ocorra em gatos, a doença também pode acometer cachorros e humanos. “A esporotricose é uma doença causada por fungos, sendo considerada uma zoonose, pois pode ser transmitida ao homem através da arranhadura ou mordedura do animal doente. Tanto nos animais, como nos humanos, a doença tem tratamento e tem cura.

Entretanto, como não há vacina para essa doença, a melhor prevenção é a castração e manter o gatinho dentro de casa, sem dar passeios pelo bairro, evitando a briga com outros gatos. Gato seguro é gato domiciliado”, explica a médica veterinária e coordenadora do CCZ, Nanci do Carmo.

Monitoramento

A notificação da suspeita da doença passou a ser compulsória desde outubro do ano passado, pelo Decreto nº 8.198. Com a obrigatoriedade do registro, é possível monitorar os casos, avaliar com maior precisão o cenário epidemiológico na cidade e, com isso, adotar as medidas mais eficientes para diminuir os .

Além disso, Diadema promove a Semana do Combate à Esporotricose, instituída pela Lei Municipal nº 3.697/2017. Assim, na primeira semana do mês de novembro, a Prefeitura promove atividades com o intuito de levar informação para prevenir e diagnosticar precocemente a doença.

O Centro de Controle de Zoonoses de Diadema realiza gratuitamente coleta de material para análise da doença, com orientações de manejo e tratamento e acompanhando do animal até a sua alta. O procedimento é realizado de terça e quinta-feira, na parte da manhã, e precisa ser agendado pelo telefone 4143 8119, ramal 8119

Para esclarecer as dúvidas da população, a Prefeitura apresenta as algumas perguntas e respostas sobre a esporotricose. Confira:

O que é esporotricose?

É uma micose transmitida por gatos a outros animais e a humanos. É conhecida popularmente como a ‘doença do gato’.

O que causa a micose?

A esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix encontrados na terra, em espinhos, farpas, em materiais em decomposição como madeiras, palha, gravetos.

Como o gato se contamina e depois transmite a doença?

O gato pode se contaminar em contato com a terra ou através de ferimentos adquiridos durante brigas com outros animais já infectados, como arranhões ou mordidas. Ao entrar em contato com humanos que tenham algum ferimento na pele, ou, ao arranhar o humano com suas patinhas, o gato transmite o fungo. É assim também que ele contamina outros animais, como cães.

O cachorro também pode ser contaminado e passar para os humanos?

O gato é o animal mais vulnerável aos fungos do gênero Sporothrix. São raros os registros de cães infectados e não há registros de transmissão de cães para humanos.

A esporotricose é uma doença grave?

Não é grave, mas, a partir do diagnóstico, deve ser muito bem tratada e rapidamente.

São raros os registros de mortes em humanos, mas eles existem. Principalmente em pessoas com a imunidade baixa, como portadores de HIV ou aquelas submetidas à quimioterapia para tratamento de câncer ou com doenças renais. Quando não tratada adequadamente, a doença pode levar também à morte de animais.

A doença tem cura?

Sim, tem cura tanto para humanos como para animais. Mas é preciso seguir à risca o tratamento e jamais interrompê-lo sem ter alta médica. O tratamento pode ser longo, dependendo do nível de contaminação.

O que fazer quando suspeitar de esporotricose em humanos?

Pessoas com suspeita de contaminação podem procurar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde para avaliação médica.

Quais os sintomas da doença que devem chamar a atenção do dono do animal para buscar ajuda?

Os principais sinais nos gatos são lesões na pele localizadas na região da cabeça, patas e cauda. Além disso, sinais respiratórios, principalmente espirros, também são muito frequentes.

Como o tutor do animal deve proceder se encontrar sinais da doença?

Deve levar o animal imediatamente ao veterinário para avaliação e, em caso positivo, iniciar o tratamento.

Sempre que o animal estiver infectado o tutor ou familiares também serão infectados ou há a possibilidade de se tratar do animal sem ser contaminado?

O tutor do animal infectado deve manuseá-lo com luvas durante o tratamento e para fazer a higiene do ambiente onde o animal circula. Tomando os devidos cuidados, são altas as chances de o dono e seus familiares não se contaminarem. A higiene do ambiente doméstico com água sanitária é muito importante. Seguindo as orientações de profissionais de saúde capacitados, dificilmente ocorrerá a contaminação por um membro da família.

O que fazer se o animal não resistir ao tratamento e morrer?

Os gatos com esporotricose que não resistirem ao tratamento e morrerem devem ser obrigatoriamente cremados.

Serviço:

Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Diadema

Rua Ipoá, 131 – Jardim Yamberê – Inamar/Diadema

Telefone: 0800 77 10 963.

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  • Data: 29/03/2023 03:03
  • Alterado:29/03/2023 15:03
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