Fórmula E deve movimentar R$ 300 milhões na economia da capital paulista
Evento acontece no próximo dia 25 de março, gerando três mil empregos. Adequações estão em andamento no Sambódromo do Anhembi e no entorno
- Data: 07/03/2023 15:03
- Alterado: 07/03/2023 15:03
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Campeonato Mundial de Fórmula E
Crédito:Prefeitura de SP
A etapa brasileira do Campeonato Mundial de Fórmula E movimentará R$ 300 milhões na economia da cidade de São Paulo, além de gerar três mil empregos. O anúncio foi feito pelo prefeito Ricardo Nunes, na manhã desta terça-feira (07), durante vistoria na montagem das estruturas temporárias para realização do evento que acontece em 25 de março, no Sambódromo do Anhembi.
Segundo o prefeito Ricardo Nunes, o circuito montado em São Paulo contará com a maior reta da competição. “A realização de grandes eventos com a geração de emprego e renda faz parte da nossa estratégia”, disse. Nunes também destacou que a administração municipal segue comprometida com as questões de sustentabilidade e mobilidade elétrica. “Nós vamos ter esse ano pelo menos 600 ônibus elétricos substituindo os veículos a diesel na cidade”, completou.
Essa será a sexta corrida da temporada na categoria inédita no Brasil. Na aparência, os veículos se assemelham aos de Fórmula 1, porém, os 22 monopostos são 100% elétricos. A etapa de São Paulo foi confirmada em 30 de abril de 2022, quando Gustavo Pires, presidente da São Paulo Turismo, esteve em Mônaco representando o prefeito Ricardo Nunes na assinatura do contrato com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Segundo o diretor da categoria na América Latina, Alvaro Buenaventura, o evento está garantido em São Paulo por cinco anos. “Para nós é um sonho finalmente estar no Brasil. Foram muitos anos de conversas e graças ao apoio da Prefeitura de São Paulo e do prefeito Ricardo Nunes nós conseguimos”, disse.
O acordo entre a Prefeitura e a Fórmula E não envolve repasse de verbas, mas a preparação do circuito não permanente. São realizados serviços de adequações geométricas no viário e instalação de sistema de proteção com barreiras de concreto, grades e telas para delimitação da pista de acordo com as especificações da FIA.
O prefeito Ricardo Nunes apontou que a Prefeitura de São Paulo está investindo R$ 38 milhões para realização do evento. “Entendemos a importância da realização desse evento para manter a cidade entre as principais cidades do mundo com a realização de eventos automobilísticos, culturais e artísticos”, explicou.
A Fórmula E está alinhada com os objetivos da SPTuris: atrair eventos que projetem a imagem de São Paulo, movimentem a economia, gerem empregos e promovam o desenvolvimento sustentável e a discussão sobre importância dos combustíveis de fonte renovável e baixa emissão. “Ao realizarmos um evento que mostra a alta performance de um veículo elétrico, conseguimos aproximar o tema da população. É preciso acelerar o futuro em relação a essa transição e a Fórmula E pode ajudar”, afirma Gustavo Pires.
A cidade de São Paulo tem o mais robusto programa de mobilidade elétrica do País. Desde outubro, segundo a Secretaria Executiva de Transporte e Mobilidade Urbana (SETRAM) e a SPTrans, não é permitida a compra de ônibus movidos a diesel para o sistema de transportes da capital. A prioridade da atual gestão municipal é o cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas e do Programa de Metas da Prefeitura, que prevê a inclusão de 2.600 ônibus elétricos, não poluentes, e a consequente melhoria na qualidade do ar da cidade.
As empresas concessionárias já apresentaram, até o momento, pedidos para aquisição de 2.152 ônibus elétricos, que deverão ser entregues entre 2023 e 2024.
Atualmente o sistema conta com 19 ônibus 100% elétricos a bateria e 201 trólebus. A linha operada com ônibus a bateria é 6030/10 Unisa Campus 1 – Terminal Santo Amaro.
Transporte para corrida
No dia do evento, uma linha de ônibus contando com veículos elétricos irá transportar o público no trajeto entre o Tietê e o Sambódromo do Anhembi.
“Assim nós poderemos demonstrar esse comprometimento da Prefeitura de São Paulo. O nosso Plano de Metas prevê a substituição de pelo menos 20% da frota de ônibus para veículos não a diesel”, apontou o prefeito.
O legado do E-Prix
A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) é a responsável pelas intervenções de adaptação do pavimento já existente na av. Olavo Fontoura. Ao todo, são 35 mil m² de área, composta pela soma da avenida com o Sambódromo, que também entra no circuito e onde da arquibancada a população vai poder torcer e acompanhar.
Apesar de mexer o mínimo no leito da via, alguns serviços foram feitos como a adequação estrutural do pavimento e adaptação para implantação do circuito. Em áreas onde há curvas e chicanes foi feita uma estrutura completa de pavimento para possibilitar os encaixes necessários. E na avenida, entraram a mesma qualidade técnica e de material que acontece no maior programa de recapeamento em curso no país.
A escolha da avenida levou em consideração a localização privilegiada e, por lá a pavimentação será de SMA (Stone Matrix Asphalt, composto por polímero e fibra), o mais adequado aos veículos elétricos por garantir maior tração e aderência.
O SMA é usado no recapeamento da cidade de São Paulo. Essa mistura, presente em países como a Alemanha, Suécia e Inglaterra, é mais resistente à fadiga.
Como o aproveitamento de circuitos de rua dos grandes centros faz parte da cultura da FIA para a categoria, a equipe de engenharia da SMSUB fez pequenas adaptações, elevações do pavimento ou correções de greide que, embora muitas vezes imperceptíveis ao motorista no dia a dia, são fundamentais quando se trata de veículos de alta performance como os carros de corrida do E-Prix.
A preocupação ambiental é outro ponto de destaque da implantação do circuito, além de nortear o recapeamento que vem sendo feito na capital. A ênfase nas soluções ambientais aparece, por exemplo, no reuso do asfalto e do concreto de guias e sarjetas. Na estrutura do pavimento por onde passarão os pilotos estão o “RAP espumado” (Reclaimed Asphalt Pavement) e a sub-base que utiliza o chamado RCC, referente à construção civil. Outras medidas ambientais são o descarte apropriado com volume minimizado, menos uso de matéria-prima e melhor gestão dos recursos.
Depois dos pilotos do E-Prix, os motoristas que circulam pela maior cidade da América Latina poderão utilizar este pavimento como legado do evento.
Benefícios climáticos e alívio no bolso
A atuação na área ambiental vem sendo intensificada na cidade. A atual gestão garante o benefício de reembolso para quem possuir carro elétrico ou híbrido e lançou um robusto e ousado Plano de Ação Climática do Município de São Paulo (PlanClima SP) que incentiva a mobilidade elétrica.
O PlanClima SP foi desenvolvido para responder às mudanças climáticas das últimas décadas e orientar a ação do governo para incluí-las nos processos decisórios. Os objetivos são empreender atos para a redução até 2030 de 50% das emissões de gases de efeito estufa e implementar medidas para diminuir as vulnerabilidades sociais, econômicas e ambientais em um processo de adaptação. As ações visam, por exemplo, incrementar a adoção de fontes energéticas renováveis em substituição aos combustíveis fósseis no transporte e fomentar a mobilidade ativa e zero emissões de GGE (gases de efeito estufa). A meta é levar São Paulo a zerar a emissão de gás carbônico até 2050.
Para quem possuir carro elétrico ou híbrido é possível reembolsar a quota-parte do IPVA (Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores), já descontado o percentual destinado ao FUNDEB, o que corresponde a cerca de 40% do valor do imposto. O munícipe pode optar por receber o crédito em conta corrente ou abater o valor do IPTU. Quanto maior o preço do veículo, maior o reembolso, cujo teto é de 103 UFESP, que em 2023 equivale a R$ 3.528,78. Para ter direito, o automóvel precisa estar cadastrado no Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM), com o código que indique uso de eletricidade ou gás hidrogênio como combustível, de forma exclusiva ou em associação com outros combustíveis. Nos últimos cinco anos, a SVMA recebeu 3815 solicitações para o desconto do valor do IPVA.