Equipamentos de Saúde da Zona Norte promovem encontros para debater temática antirracista

Evento Kilombrasa é realizado mensalmente no bairro da Brasilândia, com representantes de várias secretarias municipais e usuários das unidades

  • Data: 22/04/2023 10:04
  • Alterado: 01/09/2023 17:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de São Paulo
Equipamentos de Saúde da Zona Norte promovem encontros para debater temática antirracista

Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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Compartilhar vivências e experiências, em um processo de fortalecimento de identidade individual, coletiva e também de saúde pública. Este é o objetivo do evento Kilombrasa, iniciativa antirracista que tem o apoio da Supervisão Técnica em Saúde (STS) da Zona Norte da capital, realizada mensalmente nos equipamentos municipais de Saúde no bairro Freguesia do Ó. A ação reúne trabalhadores, gestores e usuários das unidades, além de representantes das áreas de educação, cultura e assistência social. O último encontro foi realizado dia 14, no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas (AD) III e o próximo será em 5 de maio, em local a ser definido.

 A proposta do – a palavra é a junção da palavra “kilombo”, que no idioma banto significa “local de pouso e acolhida”, e a forma abreviada pela qual a comunidade da Brasilândia se refere ao território – é levar visibilidade às pautas das pessoas autodeclaradas pretas e pardas de modo intersetorial. Em saúde, inclui respeito às necessidades da população negra, além da igualdade e equidade no atendimento.

“Dentro da proposta de ser uma iniciativa antirracista, vale lembrar que o próprio Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra em 2010, e que 67% do público que utiliza o SUS se autodeclara preta e parda”, afirma a enfermeira Estefânia Ventura, uma das criadoras do movimento, juntamente com o psicólogo Emiliano de Camargo David, que é autor da dissertação de mestrado “Saúde mental e racismo: a atuação de um Centro de Atenção Psicossocial II Infantojuvenil”, defendida em 2018 na PUC-SP.

De acordo com Estefânia, a coleta de dados é de muita importância para oferecer serviços de acordo com a necessidade de cada raça/etnia.

“Mesmo o preenchimento correto do quesito raça/cor a partir da autodeclaração das pessoas em todos os serviços ainda é um desafio, porque mexe com a sua subjetividade e pode envolver processos doloridos”, enfatiza.

Criação do movimento

A estrutura do Kilombrasa teve início em 2014, em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) infanto-juvenil da região Norte, devido à necessidade dos profissionais de saúde e usuários do equipamento de discutir a aplicação de princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) como equidade, integralidade e universalização, ao atendimento prestado à população negra.

Atualmente, dentro da proposta de que o SUS reflita a realidade racial de utilização dos serviços públicos, o KilomBrasa não está mais restrito aos Caps da região.

“Durante a pandemia de Covid-19 o movimento se expandiu para toda a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do território, que inclui equipamentos como Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Centros de Convivência e Cooperativa (Ceccos), e já está sendo replicado em unidades de outras regiões”, comenta Joyce Gonçalves, fonoaudióloga do Centro Especializado em Reabilitação (CER) Freguesia do Ó/Brasilândia e uma das representantes da comissão de organização do KilomBrasa.

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  • Alterado:01/09/2023 17:09
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