Soluções baseadas na natureza são cada vez mais utilizadas no Brasil para despoluir rios
Tecnologia dos jardins filtrantes trazida para o país pela Phytorestore do Brasil, associa as raízes das plantas aquáticas com microorganismos para despoluição da água
- Data: 24/04/2023 14:04
- Alterado: 31/08/2023 23:08
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Soluções baseadas na natureza são cada vez mais utilizadas no Brasil para despoluir rios e lagos
Crédito:Divulgação
Em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Phytorestore do Brasil, empresa especializada em recuperação ambiental baseada na natureza, inaugurou no dia 31 de março, em Recife, mais um jardim filtrante, localizado no Parque do Caiara.
O projeto-piloto, que usa a mesma tecnologia que despoluiu o rio Sena em Paris, desde fevereiro está limpando as águas do córrego do Cavouco, um dos afluentes do rio Capibaribe, principal rio da cidade. A ideia é espalhar por outros parques do país o mesmo método de limpeza.
Com 7 mil metros quadrados, os jardins filtrantes receberam cerca de R$8 milhões de investimento. Numa espécie de filtro natural, a água suja do riacho do cavouco passa por cinco tanques de pedras, com plantas e flores aquáticas e substratos, removendo resíduos sólidos, como metais, evitando assim a entrada diária de 350 mil litros de água poluída no rio Capibaribe.
“O Brasil possui um enorme potencial de utilização dessa tecnologia onde ganha o município, a natureza e principalmente a população em mais qualidade de vida”, explica o diretor de Operações da Phytorestore do Brasil, Vitor Hugo Terres.
No total, o local recebeu 7,5 mil mudas de macrófitas aquáticas nativas da região, que foram escolhidas considerando a resistência ao clima e o paisagismo projetado. Todas essas plantas oferecem o mesmo grau de contribuição para a despoluição.
Solução de baixo custo e fácil manutenção
A tecnologia, conhecida também como fitorremediação, foi criada na França pelo arquiteto paisagista Thierry Jacquet, que durante seus estudos percebeu que as plantas eram amplamente utilizadas por cientistas em pesquisas para o controle da poluição.
A fitorremediação ocorre por meio de tanques onde são plantadas espécies vegetais que promovem o tratamento em uma zona de raízes. Trata-se de um sistema natural, no qual não há aplicação de nenhum tipo de agente químico artificial no processo.
A cada um dos estágios do processo de filtragem há plantas combinadas com filtros, como o vertical (que envolve processo aeróbico e combina diferentes tipos de compostos de brita e tubulação específica para que os microrganismos do ar consigam ter relação com matéria orgânica presente na água), o horizontal (processo anaeróbico com substratos), o de areia e, por fim, uma lagoa plantada com ninféias aquáticas, que auxiliam na reintrodução de oxigênio na água. Completado o ciclo, a água é devolvida ao rio, contribuindo com sua resiliência.
Depois de plantadas as espécies vegetais, os microrganismos responsáveis pelo tratamento se proliferam na zona de raízes naturalmente, requerendo manutenção periódica de baixo custo. Para que o jardim filtrante seja bem sucedido, é necessário que ele seja planejado de forma a integrar a biodiversidade da fauna e flora locais.
Sobre a empresa
Em operação no país desde 2010, a Phytorestore do Brasil é uma empresa especializada em recuperação ambiental por método de soluções baseadas na natureza. É a responsável por idealizar o Amaparque, maior projeto de recuperação de áreas alagadas do mundo, localizado no Rio Amazonas, em Macapá. A empresa implementou ainda os jardins filtrantes da Natura em Benevides (PA), da Merck, em Sousas (SP) e da L’Oréal, no Rio de Janeiro.