Puxada por passagens aéreas, inflação de serviços acelera a 0 52% no IPCA de abril
Alta em passagens aéreas também impede arrefecimento maior em Transportes no IPCA de abril
- Data: 13/05/2023 14:05
- Alterado: 13/05/2023 14:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Foto: Danilo Bueno/Pixabay
A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de uma elevação de 0,25% em março para 0,52% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“A alta dos serviços em abril foi influenciada, principalmente, pela alta de quase 12% nas passagens aéreas”, frisou André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. “Diversos fatores podem influenciar nos preços das passagens aéreas. Efeitos sazonais são fatores importantes, o câmbio é fator importante, o preço do querosene de aviação é fator importante. A gente teve em 2022 o preço do querosene de aviação tendo variação expressiva. São diversos fatores influenciando no resultado mês a mês”, completou.
Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 2,33% em março para 0,86% em abril.
De acordo com o pesquisador do IBGE, não é possível afirmar “categoricamente uma demanda menor”, mas as pressões sobre o IPCA de abril partiram de preços monitorados e de uma oferta menor de alguns alimentos.
“Essa influência no índice (IPCA) do mês veio mais dos monitorados, produtos farmacêuticos, plano de saúde, emplacamento e licença”, apontou Almeida. “Em abril, houve uma questão de oferta mais reduzida que impactou o preço de alimentos”, acrescentou Almeida.
No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 7,63% em março para 7,49% em abril. Já a inflação de monitorados em 12 meses saiu de -2,40% em março para -2,10% em abril.
Segundo André Almeida, a taxa em 12 meses acumulada pelos serviços ainda é influenciada por resultados passados, mais elevados, quando a demanda estava mais aquecida em meio à flexibilização de medidas de isolamento social adotadas contra a pandemia de covid-19.
“Houve maior inflação de serviços nos meses subsequentes à flexibilização de medidas adotadas (isolamento)”, disse Almeida. “Quando a gente olha para a cesta de serviços, especificamente, a variação em 12 meses teve um pico em julho de 2022, 8,87%, refletindo a retomada da demanda após a flexibilização das medidas de isolamento social. E, depois disso, a gente percebe uma desaceleração do índice de serviços acumulado em 12 meses.”
Alta em passagens aéreas impede arrefecimento maior em Transportes no IPCA de abril
A alta nos preços das passagens aéreas impediu um arrefecimento maior na inflação do grupo Transportes em abril. Os gastos com Transportes desaceleraram de uma alta de 2,11% em março para elevação de 0,56% em abril. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O grupo deu uma contribuição positiva de 0,12 ponto porcentual para o IPCA, que subiu 0,61% no mês.
A desaceleração foi influenciada pela queda de 0,44% nos combustíveis, que tinham subido 7,01% em março. Em abril, houve redução no óleo diesel (-2,25%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,52%), mas o etanol subiu 0,92%.
As passagens aéreas aumentaram 11,97% em abril, após recuarem 5 32% em março.
O metrô aumentou 1,24%, devido ao reajuste de 6,15% no Rio de Janeiro a partir de 12 de abril.
O ônibus urbano teve alta de 1,11%, reflexo de reajustes de 15 75% em Fortaleza, a partir de 19 de março, e de 33,33% em Belo Horizonte, em 23 de abril. O ônibus intermunicipal caiu 0,25%.