Santo André promove encontro virtual entre estudante com atendimento domiciliar e colegas
Iniciativa visa promover educação inclusiva a alunos da rede municipal de ensino
- Data: 27/06/2023 08:06
- Alterado: 31/08/2023 23:08
- Autor: Dérek Bittencourt
- Fonte: Secom/PSA
Iniciativa visa promover educação inclusiva a alunos da rede municipal de ensino
Crédito:Alex Cavanha
Estudar é um direito constitucional no Brasil e o Estado tem o dever de promover o atendimento. Para alguns estudantes, entretanto, algumas limitações fazem com que tal cenário fique um pouco mais distante, como, por exemplo, aqueles que têm algum tipo de deficiência. Com objetivo de promover uma educação inclusiva, a Prefeitura de Santo André promove soluções e oferece para estes alunos o atendimento em domicílio, com acompanhamento presencial na casa de jovens como Ítalo Luciano Tresso de Moura, de 8 anos.
O garoto recebe este tipo de acompanhamento desde 2022, mas nesta segunda-feira viveu um momento inesquecível: pela primeira vez pôde ver seus colegas do 3º ano da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Salvador dos Santos, na Vila Humaitá.
Mesmo que virtualmente – por meio de um tablet -, o aluno assistiu aos demais colegas da sua sala que, junto da professora Michele, fizeram uma grande festa ao conhecê-lo e se apresentaram um a um. E no sábado (1º) a emoção vai ser ainda maior: eles estarão juntos presencialmente em um festival multicultural, iniciativa que será realizada em escolas da rede municipal e tem o objetivo de integrar as famílias, promovendo diversidade das culturas.
Ítalo nasceu prematuro extremo, com apenas 27 semanas. Considerado pela mãe, Lúcia, “um milagre”, ele não anda e não fala. Por ter saúde fragilizada, acabou recebendo a sugestão de ter esse acompanhamento em casa, o qual faz sentado na cadeira de rodas e com auxilio das professoras e do tablet. Em Santo André, 16 estudantes da rede municipal têm atendimento domiciliar, sendo cinco na educação infantil/pré-escola e 11 no ensino fundamental.
“Estou muito feliz com essas aulas que ele está tendo, porque evoluiu grandemente, até mais do que se fizesse terapia ocupacional, uma fonoaudióloga. Está rendendo muito bem. Ele não fala, mas balbucia, tenta conversar com a gente, se expressar. Elas são encantadoras, fazem por amor e ele gosta, gosta delas. É muito gratificante para a gente e não tem preço”, enalteceu a mãe, a dona de casa Lúcia Tresso de Moura.
“A gente só tem a agradecer à Secretaria de Educação, à direção da escola, às professoras, porque esse recurso que nos é oferecido e a gente tenta aproveitar e aprender junto. Nos surpreendemos com as respostas e o retorno que o Ítalo vem apresentando com relação às aulas. No início ficamos reticentes se teria algum problema de adaptação, mas logo nas primeiras aulas se adaptou de maneira que surpreendeu a todos”, agradeceu o pai, o bibliotecário Fábio Tresso de Moura.
Os pais de Ítalo, inclusive, exaltaram este contato entre o filho e os colegas. “É uma novidade para ele. Está crescendo e a gente percebe que tem outras necessidades. Então esse convívio é muito importante”, destacou Lúcia. “A interação, a troca de experiências, o contato, são pontos que a gente sente falta. É um novo ciclo para ele. Entendo que vai ter outra visão a partir desse contato com outras crianças. Acredito que, do jeito dele, no tempo dele, vai ter seu aprendizado, sua forma de lidar, e as outras crianças também, porque é novo para elas lidar com crianças especiais”, completou Fábio.
De acordo com a assistente pedagógica Elisangela Gimenez, este trabalho personalizado realizado com Ítalo é fundamental para seu desenvolvimento. “O Ítalo tem saúde muito fragilizada e, por isso, entende-se que o melhor meio para que acompanhe a turma e o trabalho pedagógico seja na sua residência. Inicialmente foi feito trabalho de interação, socialização, para ter relação e contato maior com a professora por meio de histórias, e agora está entrando no mundo das letras. Ele não consegue verbalizar, mas tem amplo conhecimento. Esse atendimento proporciona o contato dele com a escola e agora também com os amigos”, explicou a assistente profissional, que falou sobre o contato virtual entre as partes.
“As crianças do outro lado sabiam sobre o Ítalo, mas não tinham contato. Então puderam conhecer. E aqui o Ítalo deu pra perceber que gostou bastante, porque acho que sente falta desse calor das crianças. E sábado vai poder ter contato com eles na festinha”, projetou.