Em ‘Toda Forma de Amor’, personagens LGBT ganham novas dimensões

Com direção de Bruno Barreto e Gabrielle Joie no elenco, minissérie do Canal Brasil quer abordar múltiplas condições humanas

  • Data: 25/10/2019 08:10
  • Alterado: 22/08/2023 21:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Em ‘Toda Forma de Amor’, personagens LGBT ganham novas dimensões

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Duas histórias se desenvolvem na série Toda Forma de Amor, que estreia no Canal Brasil nesta sexta-feira, 25, às 22h30. Daniel (Romulo Arantes Neto) tenta salvar sua boate transformando-a em uma casa noturna voltada ao público LGBTQI. Coordenador de políticas LGBT de São Paulo, Claudio (Otavio Martins) tenta descobrir quem é o assassino em série que ataca travestis no centro da cidade.

Com uma temporada de 6 episódios, de 50 minutos cada, a série leva o título ao pé da letra. Traz personagens homossexuais, bissexuais, transsexuais, heterossexuais, crossdressers. E aborda o amor romântico, mas também

Diretor da produção, Bruno Barreto (O Que É Isso, Companheiro?), afirma que a série não tem como tema o universo LGBT. “Ela é, na verdade, uma história sobre a condição humana, sobre querer amar e ser amado”, explica. “Os personagens são diferentes do habitual, mas nem por isso são menos humanos”.

Uma das protagonistas da série, Marcela é uma jovem DJ transsexual que enfrenta as batalhas da vida adulta. Sem querer, desperta a paixão de Daniel, dono da boate em que toca, heterossexual e filho de pastor. Intérprete da personagem e também transsexual, a atriz Gabrielle Joie destaca a honestidade da produção. “Toda Forma aborda diversos assuntos, ambiguidades, um gradiente de possibilidades”, afirma. “É uma série muito verdadeira”.

A série tem um aspecto interessante. Ao contrário de uma parte significativa das produções que abordam o universo LGBT, não reduz seus personagens – e conflitos – à orientação sexual ou identidade de gênero. “É um outro momento do mercado e da televisão, que buscam mostrar essas questões de uma forma mais humanizada”, afirma Gabrielle. “É bom porque nos trata como seres humanos, que não frequentam só ambientes específicos, mas são pessoas ‘normais’, que existem em lugares ‘comuns’”.

A atriz destaca que a série não tem intenção de ser engajada ou didática. “Desde o início, eu e o diretor tínhamos em comum isso de não querer pregar para convertidos”, explica. “Também não queríamos que fosse uma coisa explicativa, porque esse não é um assunto novo”.

Para ela, não há motivo de apreensão em torno da recepção do público. “A única coisa que eu espero é que as pessoas se identifiquem”, diz. “E, se for para passar uma mensagem, que seja a de que a vida de uma pessoa trans não precisa ser doída”.

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