Cursos de medicina em São Paulo têm apenas 8% de alunos negros

Levantamento feito pela plataforma Quero Bolsa mostra que o estado está abaixo da média nacional

  • Data: 20/11/2019 08:11
  • Alterado: 20/11/2019 08:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Quero Bolsa
Cursos de medicina em São Paulo têm apenas 8% de alunos negros

Crédito:Agência Brasil

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A proporção dos autodeclarados negros no ensino superior aumenta a cada ano, mas, em alguns cursos, a participação ainda é limitada. No estado de São Paulo, o curso Medicina tem a menor proporção de negros no ensino superior, com apenas 8% dos alunos.

O dado foi apurado pelo Quero Bolsa, principal plataforma de inclusão no ensino superior com bolsas de estudo, ao analisar as informações da edição 2018 do Censo da Educação do Ensino Superior do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

A taxa de inclusão de negros é bem inferior à média geral de cursos no estado, 23,9%, e da média nacional de Medicina, que é de 24,64%.

“O curso de medicina demanda um alto investimento para estudar nas universidades privadas. As mensalidades superam facilmente R$ 8 mil. Mesmo bolsistas têm dificuldade para se manter exclusivamente estudando durante 6 anos ou mais, tempo de formação de um médico. Nas universidades públicas, apesar de não haver a mensalidade, o custo para se manter é o mesmo e a concorrência ainda mais elevada para conquistar a vaga”, explica Lucas Gomes, diretor de ensino superior da plataforma Quero Bolsa. “Como, segundo o IBGE, pretos e pardos têm, em média, renda 75% menor do que brancos, as políticas de inclusão têm efeito limitado”.

Já Logística é o curso com maior proporção de negros no ensino superior paulista, com 33,7%. A média nacional para o curso é de 40,48%.

Presença do negro no ensino superior em SP aumentou na última década

Entre 2010 e 2018, a presença do Negro passou de 100 mil para 485 mil estudantes em instituições de ensino superior do estado, com alta de 381%. Eles representavam 6,2% dos alunos, no início da década. Agora são 23,9% (pretos representam 5,4% do total enquanto pardos são 18,5%). No país, os negros são 35,8% dos universitários.

O salto ocorrido entre 2013 e 2016 deve-se à implantação da lei de cotas, realizada de forma progressiva no período. Em 2013, a proporção de negros era de 8,8% e chegou a 20,9% em 2016.

Entretanto, a taxa ainda é menor do que a proporção de negros na sociedade que, de acordo com dados do IBGE, é de 34,6% no estado de São Paulo (29,1% de pardos e 5,5% de pretos).

OS 5 CURSOS PRESENCIAIS COM MENOR INCLUSÃO DE NEGROS EM SP
Além de Medicina, completam a lista dos 5 cursos com menor inclusão de negros no ensino superior Medicina Veterinária (13,9%), Agronomia (15,2%), Engenharia Química (16,5%) e Economia (17,4%).

OS 5 CURSOS PRESENCIAIS COM MAIOR INCLUSÃO DE NEGROS EM SP
Na contra-mão, a lista dos 5 cursos mais inclusivos é composta por logística (33,7%), gestão de pessoas (32%), pedagogia (31,7%), enfermagem (31,6%) e gestão financeira (31,3%).

OS 5 CURSOS A DISTÂNCIA COM MENOR INCLUSÃO DE NEGROS EM SP
Falando em cursos a distância, a lista dos 5 cursos menos inclusivos é composta por Engenharia de Produção (20,8%), Marketing (21,8%), Contabilidade (22,6%), Gestão Comercial (22,8%) e Gestão de Negócios (24,5%).

OS 5 CURSOS A DISTÂNCIA COM MAIOR INCLUSÃO DE NEGROS EM SP
Na contramão, a lista dos cursos à distância mais inclusivos é composta por Serviço Social (29,5%), Gestão de Pessoas (27,4%), Logística (26,8%), Pedagogia (26,5%), e Sistemas de Informação (26,2%).

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  • Data: 20/11/2019 08:11
  • Alterado:20/11/2019 08:11
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