Eleições Municipais 2020: São Caetano do Sul – Entrevista com Fabio Palacio
Candidato a prefeito, Fabio Palacio faz avaliação da atual gestão e fala sobre planos futuros na cidade
- Data: 13/10/2020 19:10
- Alterado: 22/08/2023 22:08
- Autor: Izabel Rufino
- Fonte: ABCdoABC
Candidato a prefeito
Crédito:Odair Jr. / ABCdoABC
As Eleições Municipais 2020 estão cada vez mais próximas, dessa forma, muitos candidatos estão em busca de uma oportunidade nos cargos políticos para prefeito, vice e vereador ou, até mesmo, de uma reeleição. Importante salientar, ainda, que o primeiro turno será realizado no dia 15 de novembro, enquanto o segundo está marcado para 29 de novembro.
Como forma de saber mais sobre os candidatos, o portal ABCdoABC trará uma série de entrevistas exclusivas. Desta vez, o convidado foi o candidato a prefeito de São Caetano do Sul, Fabio Palacio (PSD). Confira as respostas do candidato:
Qual sua avaliação da atual gestão da Prefeitura em sua cidade?
A atual gestão deixou muito a desejar em vários pontos. O grande problema da cidade é que ela perdeu sua pujança econômica, as empresas foram embora e com elas foram levados também os empregos. A riqueza não gira mais na cidade. Ainda assim, São Caetano é uma cidade que tem muita arrecadação, mas ela vem do setor privado, das residências. O IPTU representa muito mais do que representava no passado, há uma necessidade de colocar uma taxa de lixo absurda na responsabilidade das pessoas. Então, cada vez o morador de São Caetano é penalizado para sustentar uma arrecadação alta, já que as empresas e as indústrias foram embora. O grande desafio de São Caetano é fazer com que essa situação se inverta. Então, é uma gestão que perdeu o timing da história, perdeu o tempo necessário para fazer a retomada do desenvolvimento de São Caetano. A zeladoria, manter a cidade pintadinha, com o gramado cortado, com florzinha nas principais Avenidas, essa é a parte mais fácil que tem. Difícil é fazer São Caetano ter uma perspectiva de futuro grande.
Quais as principais dificuldades desses quatro anos?
É exatamente essa situação de fazer com que São Caetano consiga equilibrar as suas finanças. A gente tem uma situação completamente inchada no poder público, são mais de 10 mil pessoas que trabalham na administração, a maior parte delas é terceirizada, comissionadas, pessoas escolhidas politicamente, ou seja, uma baixa eficiência, o profissional ganhando pouco, mal capacitado, então você vê a eficiência do poder público muito baixa.
O que a cidade mais precisa?
A cidade precisa de emprego e renda. Esse é o nosso grande desafio e é por isso que eu trouxe para ser o meu vice, junto comigo, o Saul Klein, dono das Casas Bahia. Isso vai nos ajudar no setor público para que possamos fazer São Caetano mais próspera, fazer com que as pessoas tenham seu próprio recurso, que elas não dependam de um emprego na prefeitura. O mais é importante é que a gente volte a ter as pessoas empregadas aqui e que os nossos jovens enxergam os seus sonhos sendo realizados aqui em São Caetano.
Por que pretende ser prefeito e quais as suas propostas?
O grande objetivo em ser prefeito de São Caetano é poder inverter toda essa situação, é poder dar uma expectativa de futuro maior para a nossa cidade. São Caetano tem dinheiro e não consegue entregar tanto quanto as melhores cidades do nosso país, então esse é o nosso grande desafio. Na hora que São Caetano deixar para trás o velho ditado do ‘rouba, mas faz’ e todo o dinheiro da nossa cidade ser investido na melhoria da qualidade de vida, São Caetano vai ser outra e vai voltar a ser referência no país. Isso é o que me motiva em ser prefeito da cidade.
Na sua opinião, como foi o enfrentamento à pandemia em São Caetano?
Horrível! Marketing, muito marketing, muita propaganda, porque se a gente analisar friamente os dados de São Caetano, é a cidade onde mais morreu gente pelo covid. “Ah, mas fez teste, testou não sei quantos porcento da população”, muita propaganda e pouca eficiência. Pega o número de mortos, divide por cada 100 mil habitantes. São Caetano é a cidade que menos teve êxito no combate ao covid. Com esses números não da para classificar bem o trabalho que a administração fez.
Quais são os desafios para os próximos anos?
Os principais desafios do pós-pandemia são principalmente dois: economia e saúde. Na economia nós vamos criar um fórum permanente com pequenos, médios e grandes empresários, profissionais liberais, ambulantes, os sindicatos patronais e de trabalhadores. Esse fórum permanente se encontrará toda semana para avaliar o dia a dia, os efeitos do nosso comércio, como a economia está retomando, o que os comerciantes precisam. Na área da saúde o nosso desafio é cuidar não só das pessoas que tiveram covid, mas também das pessoas que não tiveram covid. Ou seja, tratar todos os reflexos do isolamento, da perda do emprego, da perda da capacidade de pagar suas contas e como a quarentena forçada podem ter gerado psicologicamente em tantas pessoas. Ainda dentro da saúde, houve um represamento de uma séria de exames, consultas e cirurgias. Então, há uma necessidade de se fazer vários mutirões de saúde para que a gente possa colocar tudo isso em dia. E eu queria abordar também um terceiro ponto que é a educação. A educação na forma virtual, através do computador, através da internet, supriu uma necessidade emergencial que a pandemia nos gerou, só que as nossas escolas e o nosso sistema educacional não estavam preparados para isso, então, faltou muita aprendizagem ao longo desse ano. No ensino fundamental nós criaremos toda uma grade de aulas de reforço para aqueles alunos que querem complementação do assunto que faltou. E no ensino médio teremos um quarto ano optativo, fora do currículo tradicional, mas para que todos aqueles jovens que queiram se preparar melhor tenham a oportunidade de se organizar para um vestibular.
Por conta da pandemia, hoje qual a principal prioridade: saúde, educação ou economia?
Todas são importantes, nós não podemos deixar nada de lado. A saúde é um trabalho agora de acompanhamento, a educação também em um período curto pode ser equilibrada, o grande desafio é a economia, para que a gente possa recuperar um setor que já não vinha bem. Nós precisamos ser muito enérgicos para apresentar para a população e para os empresários o braço forte da prefeitura os auxiliando, principalmente, para que as empresas daqui não fechem e daqui não saiam, mas sim que a gente ainda traga novas empresas para a nossa cidade.
Em termos eleitorais, como o senhor enxerga o cenário político em São Caetano?
É uma tristeza perceber que entra eleição, sai eleição, todas as vezes a gente tem o candidato a prefeito enrolado em tantos processos judiciais. Se a justiça no nosso país é morosa, a eleição é o momento de o morador da cidade definir o que ele quer para a administração do seu município. É uma tristeza ver São Caetano passando por situações como essa. Então, eu enxergo esse momento eleitoral como um momento para entender quem são as pessoas que toleram a corrupção e quem é a população de bem.