Fábricas de Cultura têm ampla programação voltada à Consciência Negra

Em novembro, a negritude, ancestralidade e conscientização sobre classe e gênero pelo recorte racial serão levantadas em diversas atividades artísticas e culturais

  • Data: 01/11/2019 10:11
  • Alterado: 01/11/2019 10:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Fábrica de Cultura
Fábricas de Cultura têm ampla programação voltada à Consciência Negra

Estamparia afro Adinkra

Crédito:Divulgação

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Festivais, oficinas, shows, performance, exposição, bate-papo nas bibliotecas, entre outras atividades voltadas ao mês da Consciência Negra, formam a programação diversificada das Fábricas de Cultura da zona norte, sul e Diadema, instituições da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciadas pela Poiesis. É uma rica oportunidade para conhecer mais sobre a cultura afro-brasileira com artistas e educadores das quebradas, e com imigrantes de países como Angola e República Democrática do Congo.

A Fábrica de Cultura Capão Redondo começa no dia 2 de novembro, sábado, às 14h, com o Festival Poder Preto – Essências culturais. Os próprios aprendizes da unidade idealizaram o evento para celebrar a riqueza, a resistência, e a beleza da cultura afro-brasileira por meio da música, desfile de moda, espaço para maquiagem e tranças, capoeira, expositores e culinária. O grupo buscou referência na Noite da Beleza Negra, tradicional festa do grupo Ilê Aiyê em Salvador (BA) onde ocorre a nomeação da Deusa do Ébano.

Em 6 de novembro, quarta-feira, é a vez da Adinkra, oficina de estamparia africana com a estilista angolana Maria Chantal. Entre as 14h e 17h, o público poderá aprender, na prática, a estamparia afro Adinkra, formada por símbolos geométricos africanos relacionados à filosofia dos povos Akan (Gana, Costa do Marfim e Togo). Da cidade Luanda, Chantal vive no Brasil desde os seis anos, formou-se em Produção de moda e design, além de desenvolver a própria marca de moda com peças que espalham símbolos e frases de conexão e resgate dos conhecimentos africanos.

Ainda em 6/11, um bate-papo com Afro-X ocorre na Fábrica de Cultura Jaçanã. O rapper, um dos fundadores do grupo 509-E, educador social e escritor (livro biográfico Ex-157 – A história que a mídia desconhece) vai dar a letra sobre o novo álbum (“Um Brinde à Vida”), compartilhar a experiência pela qual passou no Complexo Penitenciário do Carandiru e a transição para o mundo musical.

Por que Pele Preta, Postura Parda? Esse é o questionamento levantado na biblioteca da Fábrica Jaçanã, no dia 8 de novembro, sexta-feira, entre 14h30 e 16h30. Será feita uma releitura da música “Próxima Parte” do rapper GOG, a qual aborda o racismo e suas consequências, como a violação de direitos sociais, à saúde psíquica prejudicada, inibições a diversas participações e à experiência da negritude.

Em 13 de novembro, quarta-feira, a partir das 15h, ocorre Quilombos urbanos no território da zona norte – bate-papo com o coletivo Terça Afro na Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha. Há sete anos desenvolvendo debates com o recorte racial, o coletivo propõe novas perspectivas pedagógicas em atividades educativas e socioculturais com foco no público negro. A roda de conversa pretende resgatar saberes ancestrais, o histórico de quilombos urbanos da zona norte, a região como forte reduto do samba, tudo isso a partir da contribuição da população negra desse território.

A mesma unidade também recebe Kizomba em Palmares – A festa de Zumbi e Dandara, Salve 20 de novembro para conectar e dialogar com a comunidade local sobre o legado, memória, luta e resistência do povo negro. Como uma feira empreendedora, no dia 30 de novembro, sábado, com início às 14h, a festa traz música, dança, moda, roda de conversa pelo programa Sobre Tudo e a 6ª edição do Varal da Troca, a qual visa  estimular a troca de roupas femininas em bom estado entre o público e a marca Slva&Silva Luluzinha Boutique.

Já a Fábrica de Cultura Diadema, na biblioteca, apresenta a conversa Minas da resistência: Angela Davis no dia 14 de novembro, quinta-feira, das 10h às 12h. A trajetória da filósofa, escritora e ativista norte-americana será conhecida por participantes. Além do espaço para falar e refletir sobre a identidade negra, direitos e racismo, na atividade também serão feitos cartazes, stencil e colagem inspirados no trabalho do artista gráfico Emory Douglas, integrante do grupo Panteras Negras nos anos 1960 com Davis.

Em 22 de novembro, sexta-feira, às 14h30, é a vez de O Griot Osvaldo Faustino e quatro histórias de sua criação. Jornalista, palestrante e escritor voltado às vivências do povo negro, Faustino apresentará narrativas a respeito das africanidades e a importância da ancestralidade, presentes nas histórias O Espelho Mágico, Cá te espero, A Cor da felicidade e Entre cordas, couros e paus.

A Fábrica de Cultura Jardim São Luís promove a Oficina de tranças: arte, cultura e empreendedorismo com Monalisa Braga no dia 10/11, domingo, a partir das 15h. Para além do estilo, tranças e cortes afros serão ensinados como liberdade de expressão e como meios para geração de renda entre a população negra periférica. Já no dia 20 de novembro, quarta, às 18h, o músico Luiz Celestino lança o primeiro disco solo chamado “Celestino”, após se destacar no programa The Voice Brasil.

Gente de cor? Ou cor de gente? são algumas das questões levantadas na biblioteca da Fábrica de Cultura Brasilândia, em 12 de novembro, terça, das 14h30 às 16h30. Os livros Gente de Cor, Cor de Gente, de Mauricio Negro, e A Cor de Coraline, de Alexandre Rampazo, servirão de base na roda de conversa e para questionar os estereótipos que envolvem a pele negra.

Na mesma unidade ocorre a exposição Isidro Chiculo Sanene, formada por obras do pintor angolano que acredita na arte como caminho mais proveitoso para humanizar o mundo. Os trabalhos artísticos ficam expostos entre 15 e 30/11, de terça a sexta-feira, das 9h às 20h, e finais de semana e feriados das 12h às 17h. O público conhecerá o trabalho do artista que vive na capital paulista desde 2011 e com mais de 160 obras presentes em diversos países como Argentina, Portugal, Angola, EUA, África do Sul, México, Coreia do Sul, França, Zâmbia e Brasil.

Em 19/11, terça, às 15h, a performance com Shambuyi Wetu será apresentada na Fábrica da Brasilândia. O pintor e escultor, formado pela Academia de Belas Artes da capital Kinshasa, mostrará as performances “Bagagem”, sobre a própria ideia de que ‘um país recebe o corpo do imigrante, mas não recebe sua cabeça, sua bagagem intelectual’; e “Tântalo”, um metal utilizado na fabricação de smartphones e tablets, além do Congo como país com uma das maiores reservas de tântalo do mundo e, assim, ser alvo da guerra e contrabando desse produto. Wetu chegou ao Brasil em 2014 como refugiado político da República Democrática do Congo.

Sobre o dia 20 de novembro – em novembro é comemorado o mês da Consciência Negra. Há mais de 300 anos, no dia 20 de novembro de 1695, Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, morria e deixava um legado de luta pelo fim da escravidão, o que levou à criação da data.

Procure a unidade da Fábrica de Cultura mais acessível para você, aproveite para aprender e se divertir. A seguir, programação completa. Obs: algumas atividades são limitadas a números específicos de vagas.

Fábrica de Cultura Capão Redondo | Rua Bacia de São Francisco, s/n – Conjunto Habitacional Jardim São Bento – São Paulo/SP

Festival Poder Preto – Essências Culturais
Artes decorativas, cultura afro, dança, fotografia e música
2/11, sábado, das 14h às 20h
Faixa Etária: Atividade Livre

Adinkra, oficina de estamparia africana – com Maria Chantal
Moda

6/11, quarta-feira, das 14h às 17h
Faixa Etária: 14 anos | Vagas: 20

Tratores para derrubar terreiros – Com coletiva Inã  
Teatro
8/11, sexta-feira, das 19h às 21h
29/11, sexta-feira, das 19h30 às 21h *Nesta data, a apresentação teatral chega à Fábrica de Cultura Diadema.

Faixa Etária: Atividade Livre
Terreiros de candomblé demolidos e, no lugar, prédios construídos. Janaína, Dandara e Mãe Beata caminham em busca de si e do lugar que ocupam, percebendo a ancestralidade e formando uma teia entre presente, futuro e passado.Venha desvendar essa história!

O que acontece antes do 20 de novembro – no espaço da Biblioteca   
19/11, terça-feira, das 10h às 12h
Faixa Etária: maiores de 12 anos | Vagas :30
Debate acerca do 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, em referência a morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares e que leva a reflexão sobre a negritude, suas contribuições e como ainda é prejudicada em contextos de violência.

Fábrica de Cultura Jaçanã | Rua Raimundo Eduardo da Silva, 138 – Conjunto Habitacional Jova Rural – São Paulo/SP

Bate-papo com Afro-X
Música e debate

6/11, quarta feira, das 19h às 21h
Faixa Etária: Atividade Livre

Porque Pele Preta, Postura Parda? – no espaço da Biblioteca
8/11, sexta-feira, das 14h30 às 16h30
Faixa Etária: maiores de 14 anos | Vagas: 25

Conhecendo a obra da artista plástica Maria Auxiliadora – no espaço da Biblioteca
12/11, terça-feira, das 10h às 12h
Faixa Etária: maiores de 8 anos | Vagas :20
Maria Auxiliadora foi uma artista plástica da região do Jaçanã que retratava o cotidiano da vida no candomblé, além de outras temáticas, em suas pinturas e deu nome a uma escola infantil regional.

Roda de conversa: o que nos toca a pele não é dissabor, é o racismo! Sexualidade e a solidão da mulher negra – no espaço da Biblioteca
19/11, terça-feira, às 10h
Faixa Etária: 12 anos | Vagas: 40
Diálogo sobre afeto e como ele se dá na modernidade, com as condições sociais e identitárias, questões raciais e de gênero, além das formas de violência. O propósito é estimular a reflexão sobre estereótipos associados às mulheres negras.

Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha | Rua Franklin do Amaral, 1575 – Vila Nova Cachoeirinha – São Paulo/SP

Danças brasileiras – O Jongo na Fiu Abassá
Dança

8/11, sexta-feira, 18h30 às 19h30
Faixa Etária: Atividade Livre
Oficina de Jongo realizada pelo coletivo FIU Abassá e que transitará por quatro pontos em sua prática: a dança, os toques, a religiosidade e os pontos (cantigas). O Jongo é uma manifestação afro-brasileira de dança e música com origem na região sudeste do Brasil, quando os pessoas escravizadas, vindas de Congo-Angola, migraram para essa região e foram trabalhar nas fazendas de café, principalmente no Vale da Paraíba.

Quilombos urbanos no território da zona norte – bate-papo com Terça Afro
13/11, quarta-feira, das 15h às 17h
Faixa Etária: maiores de 12 anos

Master Class: Tambor de Jurema
Musicalidade da cultura negra

19/11, terça-feira, 15h às 17h
Faixa Etária: maiores de 12 anos | Vagas: 25
Com base nos ritmos tradicionais afro-brasileiros e com uma didática simples, a oficina proporciona uma experiência com tambores, com foco no Toque de Jurema, também chamado de Toque Nagô, bastante popular no Samba de Roda e em danças de umbigada da região sudeste e Vale do Paraíba.

Brincadeiras africanas – no espaço da Biblioteca
21/11, quinta-feira, das 14h30 às 16h30
*Nesse mesmo dia e horário na biblioteca da Fábrica Jardim São Luís
Faixa Etária: maiores de 6 anos | Vagas: 20
Que tal passar uma tarde na biblioteca para ampliar o repertório do brincar? Vamos passear por brincadeiras tradicionais de Moçambique, Zimbábue, Uganda e de outros diversos países africanos.

Kizomba em Palmares – A festa de Zumbi e Dandara, Salve 20 de novembro
Feira

30/11, sábado, das 14h às 18h
Faixa Etária: Atividade Livre

Fábrica de Cultura Diadema | Rua Vereador Gustavo Sonnewend Netto, 135 – Centro – Diadema/SP

Projeto Raiz Forte – Beleza e Resistência
Cultura Tradicional

> 9/11, sábado, 14h30 às 17h30 – Roda de conversa e apresentação de projeto “O racismo sofrido por conta da estética preta — no espaço da Biblioteca
Mediadora: Ifé Rosa Oadq
> 30/11, sábado, 18h às 21h – Formação e orientação sobre o desfile “Auto estima e representatividade” — na Sala Multiuso
Convidada: Andressa Maciel
Faixa Etária: Atividade Livre
Essas atividades propõem reflexões sobre como a beleza negra foi reprimida, como é importante a conscientização no processo de empoderamento e protagonismo negro, além do reconhecimento da identidade negra também como forma de resistência.

Minas da resistência: Angela Davis – no espaço da Biblioteca
14/11 – quinta-feira – 10h às 12h
Faixa Etária: maiores de 15 anos | Vagas: 20

Performance: “Sagacidade Quilombola: Zumbi e Dandara são História” – no espaço da Biblioteca
19/11 – terça-feira – 15h às 17h
Faixa Etária: maiores de 8 anos | Vagas :20
Das lutas quilombolas por liberdade até as conquistas de leis como a 10.639/03 sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana e afro-brasileira em todas as instituições de ensino, a performance incentiva a reflexão e compartilhamento de avanços e desafios na busca pelo fim da discriminação racial. No encerramento, ocorre uma roda de coco com os participantes.

O Griot Osvaldo Faustino e quatro histórias de sua criação
Contação de histórias

22/11, sexta-feira, 14h30 às 16h30
Faixa Etária: Atividade Livre

Fábrica de Cultura Jardim São Luís | Rua Antônio Ramos Rosa, 651 – Parque Santo Antônio – São Paulo/SP

Oficina de tranças: arte, cultura e empreendedorismo – com Monalisa Braga
Cultura tradicional e estética
10/11 – domingo – 15h às 17h
Faixa Etária: Atividade Livre

Lançamento do CD “Celestino”, de Luiz Celestino
Música
20/11, quarta-feira, 18h às 20h
Faixa Etária: Atividade Livre

TEN (Teatro Experimental do Negro) outra forma de contar histórias – no espaço da Biblioteca
22/11 e 29/11, sexta-feira, 15h às 17h
Faixa Etária: maiores de 12 anos | Vagas: 25
Um debate sobre o recorte racial será feito no formato de roda e o público vai participar de uma leitura dramática de um dos textos do TEN – Teatro Experimental do Negro, grupo teatral que busca destacar o protagonismo negro desde os anos 1940.
PANELAFRO
Música, cultura tradicional e culinária
29/11, sexta-feira, 19h às 22h
Faixa Etária: Atividade Livre
Local: Casa de Cultura Mboi Mirim – Avenida Inácio Dias da Silva, SN – Jardim Santa Edwiges (Grajaú) – São Paulo/SP
Toda última sexta-feira do mês, apresentações de danças folclóricas, performances musicais, teatrais e poéticas, além de prato típico da culinária popular integram o Panelafro. Integrando a programação da Fábrica de Cultura Jardim São Luís – esse evento, criado pelo grupo Espírito de Zumbi, promove, difunde, cultiva e preserva a cultura afro-brasileira por meio do maculelê, ijexá, samba de roda, coco, ciranda, capoeira, maracatu, bumba meu boi, forró, rap, afoxé e reggae.

Fábrica de Cultura Brasilândia | Av. General Penha Brasil, 2508 – Vila Nova Cachoeirinha – São Paulo/SP

Gente de cor? Ou cor de gente? – no espaço da Biblioteca
12/11, terça-feira, 14h30 às 16h30
Faixa etária: Livre

Show de Hélio Ramalho 
Música

13/11, quarta-feira, 19h30 às 20h30
Faixa Etária: Atividade Livre
O músico de Cabo Verde, Hélio Ramalho, apresenta seu trabalho afrofuturista inspirado em ritmos de Cabo Verde como coladeira, funaná, batuque e tabanca. Ele canta no dialeto crioulo, mistura ritmos da música eletrônica com a percussão, e destaca a ancestralidade por sons e elementos tecnológicos. Venha conhecer!

Exposição Isidro Chiculo Sanene
Cultura afro

15 e 30/11, de terça a sexta-feira, das 9h às 20h, e finais de semana e feriados das 12h às 17h
Faixa Etária: Atividade Livre

Performance com Shambuyi Wetu
Performance e cultura afro

19/11, terça-feira, das 15h às 17h
Faixa Etária: Atividade Livre

Histórias fascinantes da Nigéria – com Ikechukwu Sunday Nkeechi (Sunny)
27/11, quarta-feira, 10h às 12h
Faixa Etária: Atividade Livre
O escritor nigeriano Ikechukwu Sunday Nkeechi, mais conhecido como Sunny, conta histórias que formam a tradição oral de seu povo. Nascido em Nkalagu, cidade localizada ao Sul da Nigéria, Sunny vive no Brasil há 16 anos em terras brasileiras e desde então publicou alguns livros, entre eles, Ulomma, A Casa da Beleza e Outros Contos (2006), As Aventuras de Torty, a Tartaruga (2012) e O Natal de Nkem (2014).

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  • Data: 01/11/2019 10:11
  • Alterado:01/11/2019 10:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Fábrica de Cultura









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