Empreendedorismo transforma a vida de mulheres no ABC
Programas de capacitação empresarial têm aumentado as oportunidades de geração de renda, contribuindo para que mais mulheres saiam do chamado “trabalho informal” e se tornem líderes
- Data: 06/12/2019 09:12
- Alterado: 22/08/2023 21:08
- Autor: Publieditorial
- Fonte: Braskem
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Nos últimos anos, o empreendedorismo tem crescido consideravelmente no Brasil. Em parte, o cenário está conectado com a criatividade da população e com o fato de a inovação ser um tema cada vez mais presente em todos os setores. Porém, o crescimento nos índices de desemprego que, de acordo com o IBGE, já alcança mais de 12 milhões de pessoas, é um estímulo a mais para iniciar o próprio negócio.
De acordo com pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a Taxa de Empreendedorismo total no país alcançou 38% da população, ou seja, cerca de 52 milhões de pessoas já possuem um negócio próprio – o equivalente a dois em cada cinco adultos. O dado supera em muito países desenvolvidos, como Estados Unidos, onde a taxa é de 20%, reforçando a potência empreendedora do brasileiro.
Apesar da relevância de grandes startups nesse cenário, o pequeno empreendedor ganha cada vez mais destaque, tendo o apoio de programas de aceleração e capacitação para estruturarem seus negócios. Entre as mulheres, a situação não poderia ser diferente, e elas, como mostram os dados do Sebrae deste ano, já são donas de 34% dos negócios existentes no Brasil.
Geralmente buscando independência, flexibilidade de horário e aumento na geração de renda, as mulheres encontram no empreendedorismo uma forma de transformação profissional, econômica, social e pessoal. No entanto, manter um negócio sustentável requer mais do que vontade e, além das questões burocráticas, as mulheres enfrentam um cenário mais desafiador, pois na maioria dos casos ainda é preciso conciliar a atividade profissional com outras responsabilidades que pesam muito mais sobre elas, como a maternidade.
Foi com base nesse contexto que a Braskem decidiu criar neste ano um programa chamado “Empreendedoras Braskem”, cujo objetivo é promover a capacitação profissional de mulheres que vivem nas regiões do entorno de duas de suas unidades fabris, nesse caso específico, nas redondezas do Polo Petroquímico do Grande ABC e também na cidade de Duque de Caxias (RJ).
Para realizar o projeto, a Braskem firmou parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), primeira plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino do país, entidade que surgiu com a missão de fomentar a liderança feminina em novos negócios. A Braskem busca com a iniciativa proporcionar o desenvolvimento local com a geração e o aumento de renda através da empregabilidade e do fomento de negócios liderados por mulheres. É importante lembrar que o programa não é apenas para aquelas mulheres que desejam empreender. Ele é voltado também para as mulheres que já empreendem, formal ou informalmente, mas que ainda não tiveram nenhum tipo de capacitação.
A fundadora da RME, Ana Lúcia Fontes, explica que no geral as mulheres buscam maior conhecimento para empreender por se sentirem mais seguras quando adquirem embasamento para agir com propriedade. “As mulheres se sentem inseguras, mesmo quando se candidatam a vagas de emprego, elas buscam preencher todos os requisitos, enquanto homens o fazem preenchendo menos de 60% do que é pedido. ” Nesse sentido, torna-se ainda mais relevante trabalhar a autoconfiança da empreendedora.
A quarta edição da pesquisa Rede Mulher Empreendedora traz dados que só corroboram a situação. Das mais de 2.500 mil mulheres ouvidas, 59% são casadas, 52% têm filhos e 38% têm o negócio como principal fonte da renda familiar. Os motivos que levam homens e mulheres a empreender também são bem distintos e ficam evidentes na pesquisa; enquanto para eles pesa a geração extra de renda e a vocação natural, para elas a principal motivação é a flexibilidade de horários, proporcionando assim mais tempo para convívio com a família. Esse fato também impacta no desempenho delas, pois, de acordo com o levantamento, a empreendedora possui menos tempo para seu negócio por se dedicar mais à casa e aos filhos do que os homens.
Participante da primeira edição do Empreendedoras Braskem, Rayanne de Souza Ouriques é exemplo vivo dessa realidade. Nascida na Paraíba, a jovem de apenas 23 anos mudou-se para Santo André ainda criança com a mãe e duas irmãs. Desde cedo precisou trabalhar para ajudar nas despesas da casa e, ao ficar desempregada, viu em sua paixão pelo típico docinho brasileiro uma grande oportunidade de negócio.
“Depois que me tornei mãe, tive ainda mais dificuldade para conseguir um emprego. Comecei a Brigadeiros Ouriques como complemento de renda e ninguém acreditava que isso poderia ser um trabalho fixo. A mulher que empreende não é vista como empresária. Esse mundo ainda é muito mais masculino”, afirma.
Apesar de o negócio contribuir para a renda da família, Rayanne não possuía o conhecimento necessário para fazer a empresa deslanchar. “Soube do Empreendedoras Braskem por meio de uma amiga e me inscrevi. O programa mudou minha vida. Hoje sei como rentabilizar meu lucro, aplicar meu capital de giro, tenho um plano de negócios com metas e objetivos definidos, sei fazer meu marketing digital e tantas outras coisas importantes, o que contribuiu para que meu lucro aumentasse exponencialmente. Mas muito mais do que isso, o programa me fez acreditar no empreendedorismo feminino e em mim mesma. Como mulher, hoje entendo que devemos nos unir para aumentar nossa força”, explica.
A metodologia do Programa Empreendedoras Braskem consiste em quatro dias de oficinas e seis meses de acompanhamento por meio de encontros mensais, envolvendo temas como marketing digital, contabilidade e delegação profissional e pessoal. A RME, parceira da Braskem no programa, conduz as capacitações e proporciona às participantes o esclarecimento de dúvidas sobre seus negócios.
A iniciativa reforça a atuação da Braskem, que possui um robusto programa de Diversidade & Inclusão com iniciativas voltadas para a integração e o empoderamento de grupos historicamente minorizados. Em questões de gênero, a empresa incentiva e promove o protagonismo feminino, sendo que suas ações na questão do gênero são regidas pelos Princípios de Empoderamento da Mulher (WEPs) da ONU Mulheres e do Pacto Global.
Flávio Chantre, gerente de Relações Institucionais da Braskem, afirma que o programa endereça importantes questões para a empresa, que vão desde o desenvolvimento socioeconômico da região onde ela está inserida até o incentivo da Diversidade, causa na qual a empresa é reconhecidamente engajada. “Essa iniciativa que temos em parceria com a RME está alinhada com o quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que visa promover a igualdade de gênero”, pontua. “Ao apoiarmos o empreendedorismo feminino estamos ajudando mulheres a conquistar sua independência financeira, além de contribuirmos para o desenvolvimento local, promovendo geração e aumento de renda”, completa o executivo.