Milton Nascimento revisita icônicos álbuns em nova turnê

“Clube da Esquina” 1 e 2 serviram de base para o repertório dos shows do músico

  • Data: 13/05/2019 10:05
  • Alterado: 13/05/2019 10:05
  • Fonte: ABCdoABC
Milton Nascimento revisita icônicos álbuns em nova turnê

Crédito:Rodilei Morais

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Milton Nascimento fez três apresentações em São Paulo resgatando os temas dos clássicos álbuns do Clube da Esquina. As performances aconteceram no Espaço das Américas, na Barra Funda. Com a primeira noite, no dia 27 de abril tendo ingressos rapidamente esgotados, shows extras foram anunciados para o dia 28 e para o feriado de 1º de maio.

É inegável a importância e qualidade do trabalho assinado por Milton Nascimento e Lô Borges há quase 50 anos atrás. O disco “Clube da Esquina” trouxe clássicos da MPB como “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “Paisagem da Janela” e “O Trem Azul”, todos tocados por Bituca neste show. Do segundo álbum, lançado seis anos depois, vieram “Paixão e Fé” e “Maria, Maria”, indispensável nos shows de Milton e um dos pontos altos da noite.

O show soa muito pessoal para Milton. Apesar da característica timidez do cantor, ele fala bastante com a plateia entre as músicas, seja contando detalhes de sua vida ou relembrando e homenageando os artistas que o acompanharam no Clube. Tendo nascido no Rio de Janeiro e sido adotado por uma professora de música de Três Pontas, Minas Gerais, um dos momentos mais tocantes da noite é quando Milton fala de sua mãe. Após a canção “Lilia”, que leva o nome dela, Bituca justifica a ausência de letra na música: “não há palavra no mundo que possa definir a beleza dessa mulher”. Foi por influência dela que Milton se tornará músico, o que posteriormente o levou a encontrar em Belo Horizonte os jovens que formariam o famoso movimento que deu nome aos álbuns e aos shows. Milton lembra dos irmãos Márcio e Lô Borges, citando um divertido caso em que viu Lô pedir pela primeira vez uma batida de limão e o momento em que, após assistirem o filme “Jules et Jim” de François Truffaut, decidiu começar a compôr suas próprias músicas, incentivado por Márcio. Ronaldo Bastos e Fernando Brandt foram outros nomes do Clube lembrados com carinho pelo cantor.

Mais detalhes enriqueceram a noite. O fundo do palco, o telão dos artistas paulistanos Os Gêmeos inspirado na fotografia de Cafi, fotógrafo responsável pela capa de mais de 300 discos da MPB. Otávio e Gustavo Pandolfo, cujos grafites estão presentes de São Paulo a Europa, estavam presentes no sábado e foram homenageados por Bituca. Outro detalhe foi a bela participação de José Ibarra, vocalista da banda Dônica. O músico acompanhou Milton nos vocais em todo o show, além de poder performar sozinho algumas canções como “San Vicente” em um momento em que Bituca se ausentou do palco.

Milton não é o único membro do Clube em plena atividade. Lô Borges lançou na última semana o disco “Rio da Lua”, seu primeiro de inéditas em oito anos, e Toninho Horta se apresentou recentemente em São Paulo, no Sesc 24 de Maio, lançando seu disco duplo “Belo Horizonte”.

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  • Data: 13/05/2019 10:05
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