Pacheco diz que imagens de Filipe Martins foram enviadas para polícia legislativa

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse hoje, 25, que a Polícia Legislativa vai investigar o gesto do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins

  • Data: 25/03/2021 17:03
  • Alterado: 22/08/2023 22:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Pacheco diz que imagens de Filipe Martins foram enviadas para polícia legislativa

Filipe Martins

Crédito:Reprodução

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Ontem, 24, durante audiência pública do chanceler Ernesto Araújo, fez um gesto ofensivo com a mão, interpretado por alguns como um símbolo de supremacismo branco e por outros, como simplesmente obsceno. Nas redes sociais, Martins disse apenas arrumava o paletó.

A sessão do Senado foi convocada para questionar Araújo sobre os motivos do atraso na compra de vacinas contra covid-19 e o que o Itamaraty tem feito para reverter esse quadro. Há queixas sobre a atuação do chanceler, que, de acordo com os parlamentares, não conduz a contento as negociações com Estados Unidos, China e Índia para a compra de vacinas por razões ideológicas. Araújo rebateu e disse que o Brasil está negociando com esses países. O ministro observou, porém, que o estoque excedente de vacinas é limitado e, além disso, há o problema de falta de insumos para fabricação dos imunizantes.

“Imediatamente determinei à Secretaria Geral da Mesa que colhesse as imagens e as encaminhasse à Polícia Legislativa, para que, através de um procedimento próprio, investigue o fato, materialize a conduta através das provas a serem constituídas, identifique a autoria e avalie a tipicidade penal do fato”, afirmou Pacheco.

“Não podemos ter pré-julgamentos em relação ao fato, mas, verdadeiramente, vendo as imagens, identificamos um gesto completamente inapropriado para o ambiente do Senado. Queremos repudiar todo e qualquer ato que envolva racismo ou discriminação de qualquer natureza e repudiar qualquer tipo de ato obsceno também, caso tenha sido essa a conotação.”

Pacheco disse que o Senado “não é lugar de brincadeira”, mas de trabalho sério. “Estávamos trabalhando e buscando soluções e informações de um ministério que está muito aquém do desejável para o Brasil.”

O presidente do Senado disse que será garantida ampla defesa e contraditório na apuração de fatos contra Filipe Martins. “Esse é o tratamento adequado em um Estado Democrático de Direito para um episódio dessa natureza.”

Assim que o gesto foi percebido, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) discursou afirmando que o gesto era um desrespeito e que Filipe deveria ser retirado das dependências do Senado.

Ele compartilhou um vídeo com os senadores.

É inaceitável, presidente. Em uma sessão do Senado federal, durante a fala do presidente do Senado, um senhor estar procedendo de gestos obscenos, está ironizando o pronunciamento do presidente da Casa. Não, presidente. Isso é inaceitável, é intolerável. Peço que conduza imediatamente este senhor, se ele ainda estiver aí, para fora das dependências do Senado Federal”, afirmou Randolfe.

“Isso é inaceitável. Basta o desrespeito que esse governo está tendo com mais de 300 mil mortos [pela Covid-19]. Não aceitamos que um capacho do senhor presidente da República venha aqui ao Senado, durante a fala do presidente do Senado, nos desrespeitar. Então, presidente, antes de começar a sessão, a primeira providência é que a polícia legislativa do Senado tome as providências necessárias em relação a esse senhor”, segue o parlamentar.

Martins pediu direito de resposta à Mesa Diretora e se manifestou no Twitter. “Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao ‘supremacismo branco’ porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um”, escreveu o assessor de Bolsonaro.

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Crédito:Reprodução Filipe Martins










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