Administradoras de shoppings decidem manter a cobrança do aluguel dos lojistas
Abrasce afirma que negociação é o caminho. "Prevalece o espírito de parceria, com negociações feitas caso a caso para que toda a cadeia se mantenha sustentável"
- Data: 22/03/2021 11:03
- Alterado: 22/03/2021 11:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
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Com as restrições para o funcionamento do comércio em grande parte do Brasil, as maiores redes de shoppings decidiram manter a cobrança do aluguel dos lojistas. Uma avaliação individual de comerciantes que atuam em setores cujas vendas ainda não se recuperaram bem, como vestuário, calçados, cosméticos e acessórios, poderá resultar em descontos pontuais.
Aliansce Sonae, BRMalls e Iguatemi, que administram juntas mais de 60 estabelecimentos, já comunicaram a manutenção da cobrança do aluguel. Outras redes devem seguir os mesmos passos. “Prevalece o espírito de parceria, com negociações feitas caso a caso para que toda a cadeia se mantenha sustentável“, disse o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai.
Entre março e abril de 2020, 601 shoppings foram fechados e as administradoras, negociando com os lojistas, renunciaram a quase R$ 5 bilhões em aluguéis, fundos de promoção e condomínio durante o ano passado (segundo estimativa da Abrasce), o que não deve acontecer neste ano. Hoje, o setor contabiliza 407 shoppings fechados e 194 abertos com horários e fluxo reduzidos, mas com um preparo melhor da rede de varejo para enfrentar a situação, segundo as administradoras.
Boa parte dos shoppings das grandes redes já oferece opções de comércio eletrônico, como marketplace, vendas por Whatsapp, centrais de entregas, sistema de drive thru para retirada, coleta de compras em armários, entre outras medidas. “O aprendizado do ano passado nos deu recursos para aprender melhor a lidar com o fechamento do comércio“, explicou o presidente da Aliansce Sonae, Rafael Sales. “Vamos continuar apoiando os lojistas, mas de uma forma mais cirúrgica. Tem setores que estão vendendo muito bem de forma online.”
“A situação atual é bem diferente do que aconteceu no começo da pandemia, em que ninguém sabia de nada, nem quanto tempo ia levar o fechamento“, ressaltou o presidente da Iguatemi, Carlos Jereissati, durante reunião com investidores e analistas.
Tivemos de ajudar mais os lojistas lá trás porque eles não tinham opções de capital. O governo demorou a editar medidas de ajuda, como o Pronampe”, disse o presidente da BRMalls, Ruy Kameyama. “Por isso, a política de descontos deste ano será diferente. Ano passado foi um desconto mais automático, por causa do rápido fechamento do comércio. Agora, será mais cirúrgico, porque há maior disponibilidade de funding.”