Economia circular avança como modelo inovador e sustentável
Valorizando o processo produtivo da concepção ao descarte, conceito foca na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais
- Data: 01/02/2021 12:02
- Alterado: 01/02/2021 12:02
- Autor: Publieditorial
- Fonte: Braskem
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O termo “economia circular” está cada vez mais conhecido entre as empresas e na sociedade de maneira geral. Apesar da familiaridade, o caminho até o empoderamento sobre o conceito e sua aplicação efetiva ainda tem alguns passos. Especialistas indicam que a essência de inovação e sustentabilidade com base em crescimento eficiente, menor impacto ao meio ambiente, uso de energia e recursos renováveis e de resíduos reciclados como matéria-prima para novos produtos devem marcar o processo.
A dinâmica que temos hoje é de consumo e descarte, chamada de economia linear. A proposta da economia circular implica, justamente, em uma transformação cultural a partir de decisões que começam no gerenciamento dos recursos para produção, passam pelo design do produto, pelo consumo consciente, destinação final e coleta adequadas, chegando à reciclagem e logística reversa para o desenvolvimento de novas soluções em produtos e serviços a partir da resina pós-consumo. Esse conceito representa o resgate aos ciclos da natureza.
Neste ciclo de uma economia mais próspera, inovadora e sustentável, todos podem contribuir. “Todos nós, tanto a indústria quanto a sociedade, temos papel fundamental. Se um elo deste caminho estiver enfraquecido, toda a cadeia será impactada. Na cadeia produtiva, três pontos são fundamentais: o trabalho em conjunto com os parceiros em prol do design circular, ou seja, da criação de produtos que já considerem o seu fim de vida útil, buscando a reinserção em um novo processo produtivo, dando início a um novo ciclo de vida, através do reuso e/ou da reciclagem; a parceria em ações de conscientização ambiental, que visam ampliar o conhecimento sobre consumo consciente, pós-consumo e a importância do descarte adequado; e a valorização do produto feito a partir de resina reciclada”, afirma a diretora de Economia Circular da Braskem na América do Sul, Fabiana Quiroga.
Ela reconhece que ainda existem grandes desafios, entre os quais o comprometimento da indústria de produção e transformação plástica no desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis, que considerem itens como o design e a escolha de matéria-prima, logo no início do desenvolvimento, para facilitar o processo de reciclagem.
Também é necessário maior engajamento do consumidor para dispor de forma adequada o resíduo que, consequentemente, aumenta o volume de material para reciclagem, o que é fundamental para que o setor cresça. Além disso, o maior envolvimento do setor público na ampliação da coleta seletiva e o investimento em tecnologia e inovação em sistema de lavagem e extrusão, que ampliem as possibilidades de aplicação da resina pós-consumo, são essenciais. Como maior produtora de resinas termoplásticas das Américas e líder mundial na produção de biopolímeros, a Braskem faz a sua lição de casa e está engajada em contribuir com a cadeia de valor para o fortalecimento da economia circular. Desde 2018, a companhia está formalmente comprometida em fazer parte de uma economia circular global, valorizando o processo produtivo que contempla a redução, a reutilização, a recuperação e a reciclagem de materiais.
No final de 2020, a companhia deu outro importante passo e anunciou a ampliação dos seus esforços para se tornar uma empresa carbono neutro até 2050, além de expandir seu portfólio de produtos com conteúdo reciclado, chegando a 300.000 toneladas em 2025 e 1.000.000 em 2030. Para alcançar a neutralidade de carbono, a estratégia da companhia concentra-se três frentes de atuação: redução das emissões com foco na eficiência energética, bem como no aumento do uso de energia renovável nas operações atuais, estabelecendo parcerias visando inovação e tecnologia; compensação de emissões com potenciais investimentos na produção de químicos e polímeros de origem renovável; e captura de emissões de carbono por meio da pesquisa e do desenvolvimento para seu uso como matéria-prima.
Para ampliar exponencialmente o volume de produtos reciclados, vem desenvolvendo parcerias, inovação e tecnologia para alcançar seus objetivos. Como exemplo, a parceria com a Tecipar, empresa brasileira especializada em engenharia ambiental, evitará que mais de duas mil toneladas de resíduos plásticos sejam despejadas anualmente no aterro sanitário de Santana do Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo. Além disso, em parceria com a Valoren, empresa especializada no desenvolvimento e operação de tecnologias para a transformação de resíduos, a companhia investirá R$ 67 milhões na construção de uma linha de reciclagem com capacidade para transformar cerca de 250 milhões de embalagens em 14 mil toneladas de resina pós-consumo de alta qualidade por ano.
Logística reversa
O desenvolvimento pode ser alcançado respeitando os limites da natureza. Nesta estratégia, a logística reversa tem papel fundamental ao possibilitar o resgate e o reaproveitamento de materiais pós-consumo. No caso do plástico, a Braskem assumiu o compromisso voluntário de que todas as suas unidades industriais adotem as melhores práticas para reduzir ainda mais a perda de pellets (matéria-prima para a produção de embalagens plásticas) nos seus processos.
Os resultados começam a aparecer. A Braskem coleta anualmente em torno de duas mil toneladas de embalagens dos tipos sacaria e big bag em todas as suas unidades industriais e armazéns de resina no Brasil.
“O nosso propósito não é aumentar a geração de resíduos de embalagem para produzir mais resinas recicladas. Nosso foco está em operacionalizar iniciativas que reduzem a geração desses resíduos. Mas, naturalmente, para tudo o que é eventualmente gerado, será buscado aproveitamento através de projetos”, destaca Nelson Beuter Junior, químico e gestor da iniciativa em Economia Circular da Braskem. O próximo passo será a coleta desses materiais nos clientes da Braskem que ainda não fazem a reciclagem das embalagens. “O sucesso desta e de outras iniciativas em prol da economia circular na Braskem passa pelas relações de parceria estabelecidas com empresas recicladoras como a Clean Plastic, Barreflex, Ecopel, Cimflex e Wise. O relacionamento com este elo da cadeia se fortalece a cada dia e será fundamental para que as metas de 2030 sejam alcançadas”, complementa.
A Braskem se posiciona como parceira e suporte para o desenvolvimento de iniciativas que permitam que o plástico retorne para a cadeia de produção e não vá parar em locais inadequados. Nessa trajetória, a empresa quer ampliar sua atuação para aumentar a coleta de plástico em aterros sanitários, descartes gerados no meio rural e, até mesmo, extraídos de rios e mares. “São plásticos que não estão sendo atualmente devidamente descartados e reaproveitados. Queremos viabilizar iniciativas que retornem estes plásticos para a cadeia de valor”, diz Nelson.
“O consumo sustentável é o que nos orienta. O fato de um produto ser feito de plástico não significa que ele seja ambientalmente inadequado. Metodologias de Análise de Ciclo de Vida de produto têm mostrado que o plástico é uma solução mais adequada em diversas aplicações, se comparado com outros materiais como papel, metal e vidro. Com coleta seletiva e descarte adequado, será possível ter soluções perenes com reuso e reciclagem de plásticos”, pondera Nelson.
No início deste ano, inclusive, a Braskem anunciou o desenvolvimento de metodologia exclusiva para criação de embalagens mais sustentáveis, baseada no conceito de design for environment (DfE), que considera toda a jornada, da produção ao retorno à cadeia, com foco em criar uma nova maneira de pensar esses projetos desde a escolha do formato e composição do material até a definição de rotas de circularidade, engajamento do consumidor e solução de fim de vida do produto. A ferramenta visa auxiliar as empresas a alcançarem seus compromissos de sustentabilidade e foi concebida para ser um serviço aberto de apoio à toda a cadeia de valor.