Itaú Cultural celebra a Semana da Cultura Nordestina
A partir deste domingo, dia 2 de agosto, o site do Itaú Cultural publica uma série de textos para celebrar a Semana da Cultura Nordestina
- Data: 31/07/2020 16:07
- Alterado: 31/07/2020 16:07
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
Crédito:Divulgação
Para celebrar a Semana da Cultura Nordestina, que começa no domingo, dia 2 de agosto, em homenagem ao músico Luiz Gonzaga, falecido neste mesmo dia, em 1989, o Itaú Cultural relembra em seu site www.itaucultural.org.br as mostras da série Ocupação, realizadas na instituição, presencialmente, sobre artistas nordestinos, como Alceu Valença, Elomar, Nelson Rodrigues e Chico Science. Também posta textos celebrando as multifaces de Clarice Lispector, pernambucana de coração e alma; apresenta a fotógrafa e artista visual recifense Bruna Valença, dentro da coluna Um Certo Alguém; e estreia uma nova série de matérias do jornalista Cassiano Viana sobre fotografia, abrindo com Gê Viana, do Maranhão.
Programação
A ucraniana Clarice Lispector, naturalizada brasileira e que se declarava pernambucana, aparece duas vezes na programação, em textos assinados pelo jornalista André Bernardo. No primeiro, que vai ao ar no próprio dia 2, o público conhece a Clarice pintora, autora de 22 quadros, por meio de relatos de especialistas e de sua amiga e escritora Nélida Piñon, dona de duas de suas obras. A primeira pintura de Clarice é de 1960, mas seu interesse por telas, óleos e pincéis surgiu quando ainda morava na Europa e era casada com o diplomata Maury Gurgel Valente, momento em que começou a conhecer artistas visuais, frequentar ateliês, comprar catálogos e visitar exposições.
Certa vez, durante uma conferência na Universidade do Texas (EUA), Clarice chegou a declarar que estava desiludida com a escrita: “escrever não me trouxe o que eu queria, isto é, a paz”, disse ela. “O que me descontrai, por incrível que pareça, é pintar. É relaxante e ao mesmo tempo excitante mexer com cores e formas sem compromisso com coisa alguma. É a coisa mais pura que faço.”
O segundo texto, Que mistério tem Clarice? disponível no site do Itaú Cultural a partir da quarta-feira, dia 5, discursa sobre a capacidade que a obra literária dela tem de inspirar e originar produtos culturais de linguagens distintas, como peças, filmes, canções, enredos de carnaval, entre outros. Para ilustrar, Bernardo cita alguns: o espetáculo Perto do coração selvagem, de Fauzi Arapi, que, sem saber, foi o inaugurador do segmento “transposições cênicas da obra se Clarice Lispector”; e A estrela nua, filme do cineasta José Antônio Garcia.
No dia anterior, terça-feira, 4, o tema é a série de Ocupações que a instituição já realizou homenageando artistas nordestinos. Em ordem decrescente vem Alceu Valença, cuja mostra foi aberta em dezembro do ano passado; Ilê Aiyê, em outubro de 2018; Nise da Silveira, em novembro de 2017; Elomar, realizada em julho de 2015; Aloísio Magalhães, em julho de 2014; Antônio Nóbrega, exposição feita em abril de 2013; Nelson Rodrigues, em julho de 2012; Chico Science, em fevereiro de 2010; e Abraham Palatinik, em dezembro de 2009. A série Ocupação já conta 49 exposições e foi criada para fomentar o diálogo da nova geração de artistas com os criadores que os influenciaram, além de integrar uma das políticas permanentes do Itaú Cultural, que é a preservação da memória artística.
Seguindo com a coluna Um Certo Alguém, disponível semanalmente no site da organização, a próxima participante é a fotógrafa e artista visual recifense Bruna Valença, no dia 6, quinta-feira. Como de costume, o convidado responde a quatro perguntas dinâmicas que situam passado, presente e futuro. Ela fala do que mais sente saudade, de como imagina o amanhã, o que mais quer neste momento, compartilha pensamentos e desejos.
Para encerrar as ações da Semana da Cultura Nordestina, no dia 7, sexta-feira, entra no ar o primeiro texto da série Rumos da Fotografia no Brasil, com curadoria do jornalista Cassiano Viana, editor do blog About Light e autor de Olhares sobre a covid-19. A ideia é apresentar novos nomes e caminhos da produção fotográfica brasileira, de norte a sul do país, começando com a maranhense Gê Viana.
Na busca por uma expressão artística não-linear, ela usa a fotografia para a criação de fotomontagens, fotoperformances e experimentos de intervenção urbana e rural. Gê é descendente de indígenas, nascida no interior do estado do Maranhão, negra e moradora da periferia de São Luís. Neste contexto, a fotógrafa vê seus trabalhos como uma forma de empoderamento e resistência de diversos segmentos sociais marginalizados e invisibilizados: indígenas, negros, mulheres, gays e lésbicas.
SERVIÇO:
Semana da Cultura Nordestina
Agosto:
Dia 2: Cem anos de Clarice Lispector: “Quem sabe escrevo por não saber pintar?”
Dia 4: Ocupações
Dia 5: Que mistério tem Clarice?
Dia 6: Um Certo Alguém, com Bruna Valença
Dia 7: Rumos da Fotografia no Brasil, com Gê Viana
Disponível em www.itaucultural.org.br