Filmes que retratam o Brasil contemporâneo integram a mostra de cinema do Itaú Cultural
A curadoria da Francesca Azzi, da Zeta Filmes, selecionou quatro longas-metragens para compor a mais nova lista cinematográfica disponível no site da instituição
- Data: 14/07/2020 17:07
- Alterado: 14/07/2020 17:07
- Autor: Redação
- Fonte: Itaú Cultural
O filme Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos integra a mostra
Crédito:Divulgação
Incrementando a agenda de cinema em seu site, o Itaú Cultural disponibiliza, a partir do dia 18 de julho, a mostra online Brasil Cinema Agora! Com quatro longas-metragens premiados em festivais nacionais e internacionais, Francesca Azzi selecionou histórias que simbolizam em si a contemporaneidade brasileira, em seus aspectos socioculturais, para se compreender o país nos dias de hoje. Os filmes Árabia, Azougue Nazaré, Inferninho e Chuva é cantoria na aldeia dos mortos ficam disponíveis em streaming até 1º de agosto em www.itaucultural.org.br.
Vencedor da categoria melhor filme no 50º Festival de Brasília e exibido em grandes festivais internacionais, entre eles o holandês International Film Festival Rotterdam, o austríaco Viennale e o londrino BFI, Árabia, dos cineastas mineiros Affonso Uchôa e João Dumans, dialoga sutilmente com a precarização das relações de trabalho em uma região bastante explorada pela mineração. Na história, ao encontrar o diário de um trabalhador, em uma vila operária da cidade de Ouro Preto, o jovem André entra em contato com a comovente trajetória de vida de Cristiano, em meio às mudanças sociais e políticas do Brasil nos últimos 10 anos.
O filme Azougue Nazaré revela humor e apresenta acontecimentos fantásticos em uma pequena cidade perdida entre o Carnaval do Maracatu e a religião evangélica. Em meio aos canaviais, um grupo de pessoas vive suas vidas, suas tensões, seus desafios, seus sonhos e também rituais fantásticos à espera da chegada dos dias de festa. Enquanto isso, Catita esconde de sua esposa que participa do Maracatu, pois sua companheira é fiel da igreja do Pastor Barachinha, um antigo mestre de maracatu, convertido à religião evangélica, e que se vê na missão de evangelizar todas as pessoas da cidade. Dirigido pelo cineasta Tiago Melo, o longa-metragem pernambucano foi premiado, em 2018, no International Film Festival Rotterdam, na Holanda, e no Cinélatino – 30º Rencontres de Toulouse, na França.
Rodado no Ceará pelos diretores Guto Parente e Pedro Diógenes, Inferninho se tornou uma espécie de ícone de um cinema original, transgênero e, ao mesmo tempo, cheio de referências cinematográficas que inserem o espectador em um humor incomum e cativante. Dona do bar Inferninho, uma espécie de cabaré dos excluídos, Deusimar quer deixar tudo para trás e ir embora para um lugar distante. Por outro lado, Jarbas, o marinheiro que acaba de chegar, sonha em ancorar na cidade e fincar raízes. O amor que nasce entre os dois transforma por completo o cotidiano do bar que reúne sonhos e fantasias entre seus frequentadores. Inferninho recebeu o prêmio de melhor filme pelo Festival Internacional de Cinema Queer, em Lisboa.
Dirigido por João Salaviza e Renée Nader Messora, Chuva é cantoria na aldeia dos mortos dá voz sensível aos indígenas da aldeia Pedra Branca, Terra Indígena Krahô, no Tocantins. No conto, Ihja~c, um jovem amedrontado com os feitiços de seu pajé e triste pela morte de seu pai, se recusa a se tornar xama~ e foge para a cidade grande. Longe de seu povo e da própria cultura, ele enfrenta as dificuldades de ser um indígena neste Brasil contemporâneo.
Exibido em mais de 30 festivais internacionais, entre eles o de Cannes, recebeu o prêmio de melhor obra de ficção do Festival de Cinema de Lima, no Peru, e o prêmio especial do júri da seção Un Certain Regard no Festival de Cannes. O filme ainda foi agraciado no Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata, considerado o mais importante da América do Sul, depois de, dias antes, ter sido premiado no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro.
SERVIÇO:
Mostra online – Brasil Cinema Agora!
De 18 de julho a 1 de agosto
No link
Arábia, de Affonso Uchôa e João Dumans
Minas Gerais, 2017
Duração: 96 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Azougue Nazaré, de Tiago Melo
Pernambuco, 2018
Duração: 82 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Inferninho, de Guto Parente e Pedro Diógenes
Ceará, 2018
Duração: 82 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, de Joa~o Salaviza e Rene´e Nader Messora
Tocantins, 2018
Duração: 114 minutos
Classificação indicativa: Livre