Mortes por covid-19 crescem a taxas mais elevadas na Região Metropolitana de Campinas
Taxa de letalidade se aproximou de 4% entre os dias 7 e 13 de junho; na semana anterior, percentual era de 3,3%
- Data: 15/06/2020 14:06
- Alterado: 15/06/2020 14:06
- Autor: Redação
- Fonte: PUC-Campinas
Crédito:Depositphotos
Dos 1.759 casos confirmados de coronavírus na Região Metropolitana de Campinas (RMC), entre os dias 7 e 13 junho, 70 resultaram em mortes. Com os números, divulgados em nota técnica do Observatório PUC-Campinas, a taxa de letalidade atinge 3,98%, superando o percentual de 3,3% registrado na semana epidemiológica anterior. Na ocasião, foram contabilizados 48 novos óbitos entre as 1.447 pessoas infectadas pela doença.
O município de Campinas, com 1.078 novos casos e 47 mortes, desponta como o principal alvo da pandemia na região em números absolutos. Proporcionalmente, considerando o tamanho da população local, a cidade de Indaiatuba é a mais impactada até o momento, com taxa de óbitos de 12,5 para cada 100 mil habitantes. Anteriormente incluída na lista dos piores municípios com esse indicador (relação de casos e mortes), Hortolândia apresentou queda no período analisado, enquanto Nova Odessa exibiu comportamento crescente.
Encerrada a semana epidemiológica no último sábado (13), a região totalizava 6.320 casos e 256 óbitos causados pela covid-19, aumento de 21,5% e 45,8%, respectivamente, comparando-se ao período anterior. Mais uma vez, os números indicam tendência crescente da curva de contágio. Com os resultados, o Departamento Regional de Saúde de Campinas, que integra 42 municípios, foi é o segundo do Estado em novas ocorrências fatais da doença, atrás apenas da Grande São Paulo.
Contudo, segundo a nota técnica, ainda não é possível apontar uma relação entre o relaxamento das medidas de isolamento social e o aumento dos casos. Para o infectologista da PUC-Campinas André Giglio Bueno, professor da Faculdade de Medicina, os efeitos dos decretos municipais que flexibilizam as restrições de deslocamento, incluindo a reabertura do comércio, devem ser vistos nos próximos relatórios.
“Em Campinas, que permitiu o retorno de algumas atividades no dia 08 de junho, o crescimento da transmissão deverá ser percebido no prazo de uma ou duas semanas, considerando o tempo entre o início dos primeiros sintomas e sua evolução para quadros mais graves”, destaca Bueno, que também atua na área de infectologia no Hospital PUC-Campinas.
Dada a aceleração no ritmo de crescimento das mortes na região, o economista Paulo Oliveira, coordenador da análise, afirma ser necessária a articulação entre as prefeituras que compõem os polos econômicos regionais, de maneira a controlar a pandemia e garantir um retorno seguro e efetivo das atividades econômicas, atualmente marcadas por quedas de demanda e produção, além de redução dos postos de trabalho.
“Mesmo com a liberação das atividades, o índice de isolamento não cai consideravelmente. Isso indica que muita gente pode estar consumindo em estabelecimentos mais próximos de sua residência, que os consumidores ainda estão receosos quanto aos riscos da contaminação, evitando ir até certos pontos comerciais e até mesmo que os efeitos adversos sobre a renda e a elevada incerteza estão freando a retomada do consumo. De todo modo, esses primeiros sinais indicam que a retomada será possivelmente lenta, com desafios consideráveis para o comércio no contexto do novo normal”, reforça Paulo.