Virada Cultural terá arte indígena com grafite

Artistas indígenas e não indígenas se reúnem para grafitaço no entorno da reserva Guarani no Jaraguá

  • Data: 12/12/2020 17:12
  • Alterado: 12/12/2020 17:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: SMDHC
Virada Cultural terá arte indígena com grafite

Crédito:Reprodução/Instagram

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Vem aí a Virada Cultural 2020. Promovida pela Prefeitura de São Paulo, a 16ª edição do evento terá mais de 500 atrações, entre 12 e 13/12, desenvolvidas de modo virtual em decorrência das necessidades de isolamento social, entre as quais, um “grafitaço”, no Jaraguá, resultado do trabalho de 12 artistas indígenas e não indígenas.

A ação nos muros e paredes em plena via pública do entorno da aldeia indígena Tekoa Pyau questiona o “apagamento” cultural, ao mesmo tempo em que pretende promover o acesso público à memória, existência e diversidade da arte indígena. Por meio da pintura, os artistas interferem na realidade da comunidade, para resgatar a sua cultura e demonstrar amparo social e acolhimento afetivo.

Do grupo de artistas, seis são indígenas, três da aldeia vizinha Tekoa Itakupe e três que não moram em aldeamento. Eles desenvolveram no ano passado um trabalho coletivo no interior das Terras Indígenas Guarani localizadas na região, junto com os demais artistas não indígenas. Nesta atividade, foram produzidos vários painéis artísticos.

A própria comunidade escolheu as áreas públicas onde serão pintados os grafites. A estimativa é a de que sejam utilizadas cerca de 200 latas de spray de cores variadas. O trabalho vai ser transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram, pela mídia indígena Mídia Guarani mbya. Cada mural coletivo terá 23m de comprimento por 7m de altura.

“São Paulo é o quarto município brasileiro em número de população indígena habitante. Divididas em 12 aldeias – na zona norte e zona sul da cidade – os povos indígenas fazem parte do histórico cultural da nossa capital. Incluir na Virada Cultural uma atividade com os povos indígenas é marcar na agenda o que a cultura já traz para os paulistanos: a sua integração histórica”, afirma a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto..

COPIND

No dia 14 de setembro deste ano, foi criada a Coordenação dos Povos Indígenas (COPIND), vinculada à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC). Até então, a defesa dos interesses indígenas no município estava a cargo da Coordenação de Promoção da Igualdade Racial (CPIR), também sob responsabilidade da SMDHC.

A coordenação da COPIND está a cargo do advogado Noel Villas Boas, que carrega a experiência e o legado de seu pai, o sertanista Orlando Villas Boas, morto em 12 de dezembro de 2002, e reconhecido internacionalmente como o maior indigenista do mundo, com duas indicações ao Prêmio Nobel. “Cresci entre os índios e ao lado do meu pai, eles são como uma extensão da minha família”, diz Noel.

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