Com leitos cheios, SP transfere pacientes para o interior
A Grande São Paulo já tem 89% dos leitos de UTI ocupados diante da crise do novo coronavírus e vai começar a transferir pacientes para o interior do Estado no fim de semana
- Data: 01/05/2020 12:05
- Alterado: 01/05/2020 12:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Lotação de leitos de UTIs em São Paulo provoca transferência de pacientes para o interior
Crédito:Reprodução/CNN
A informação foi dada pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann. No Estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 69,3%. De acordo com o balanço, 8,6 mil pessoas estão internadas em hospitais no Estado, 3.305 delas em UTI.
“Trabalhamos com cenários. Vamos adicionar recursos, insumos e leitos novos. Agora, como houve defasagem de chegada de respiradores, vamos usar, por um tempo, essa transferência de pacientes para o interior”, disse Germann. “A transferência será da Grande São Paulo para o interior. Estamos falando de um interior muito próximo. Mas precisamos lançar mão disso, pelo menos por alguns dias”, completou.
Em enfermaria, há 5.295 pacientes internados. Nesses leitos, a taxa de ocupação é de 73% na região metropolitana e de 48% no Estado.
Epicentro da doença no País, São Paulo tem 2.375 mortes pelo novo coronavírus, 128 registradas nas últimas 24 horas, aumento de 6% em relação ao balanço de quarta-feira. O total de casos confirmados é de 28.698, um aumento de 10%. De acordo com a Secretaria estadual da Saúde, houve um aumento de 1.345% no número de mortes na comparação com 1º dia do mês, quando havia 164 óbitos. Ao longo do mês, o número de mortes também evoluiu cerca de dez vezes na capital, passando de 114 para 1.522.
Segundo o balanço, praticamente metade das cidades do Estado já tem casos ou mortes do novo coronavírus. “Estamos em uma fase de aceleração da doença”, afirmou o diretor do Instituto Butantã, Dimas Tadeu Covas.
Isolamento social
A taxa de isolamento no Estado caiu e ficou em 47% na quarta-feira. O índice vem preocupando o governo, pois está abaixo da meta, que é de 60%. O ideal, para evitar o colapso do sistema de saúde, seria uma taxa de 70%.
A gestão João Doria estuda uma flexibilização na quarentena, mas o próprio governador já disse que a flexibilização não será possível se o índice se mantiver neste patamar. Doria tem feito teleconferências com prefeitos para discutir as medidas.