ONG Educando capacita mais de mil professores do programa Novotec

A Educando by Worldfund iniciou mais uma formação do STEM Brasil para professores da rede pública de São Paulo. Desta vez, a capacitação tem o apoio da Lenovo e Itaú Educação e Trabalho (IET) e vai beneficiar mais de mil professores de 362 escolas envolvidas no Novotec, programa desenvolvido pelo governo do Estado de São Paulo, em 2021, que proporciona, a alunos da rede pública, a oportunidade de cursarem educação profissional e tecnológica (em preparação a carreiras em alta demanda) paralelamente ao ensino médio. A formação será realizada a convite da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e do Centro Paula Souza.

STEM é a sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (Science, Technology, Engineering e Mathematics). A capacitação da ONG Educando oferece a professores de ciências da natureza (física, química e biologia) e matemática formação exclusiva, seguindo uma metodologia própria, que enfatiza a mão na massa para dar vida ao currículo obrigatório.

A formação dos professores do Novotec está sendo realizada 100% on-line, com quatro meses de duração. Nesse período, os professores inscritos terão acesso à plataforma virtual (CAV) da Educando no site STEM Brasil e poderão acessar conteúdos, plantões de dúvidas e acompanhamento junto aos educadores da ONG.

“O objetivo dessa formação é permitir que os estudantes que ingressaram nos cursos técnicos do programa Novotec em 2021 passem por uma revisão de conteúdos de STEM necessários para acompanhar a educação profissional”, diz Daniel Barros, subsecretário de ensino profissionalizante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. “Ficamos muito felizes que a Educando e empresas parceiras, como a Lenovo e Itaú Educação e Trabalho, tenham se sensibilizado com esse esforço de recuperação dos conteúdos num momento em que os estudantes estão precisando tanto”, completa.

Para Alice Damasceno, Head de Filantropia da Lenovo Foundation, investir na capacitação dos docentes é um meio para melhorar a performance dos alunos. “A contribuição da Lenovo acontece devido à necessidade de fortalecer o desempenho dos estudantes nas áreas das ciências, que estão diretamente ligadas à inovação”, afirma. A Lenovo doou 50 mil dólares para esta formação.

Para Cacau Lopes da Silva, gerente de Implementação e Desenvolvimento do Itaú Educação e Trabalho, esta ação poderá ampliar as perspectivas e oportunidades para que as juventudes sigam sua formação profissional por meio de aprendizagens efetivas.

O STEM Brasil é aplicado desde 2009 e, ao longo destes anos, capacitou mais de 9 mil professores, beneficiando 742 mil alunos de 21 estados. Kelly Maurice, diretora executiva da Educando, comenta que a organização tomou a decisão estratégica de criar o STEM Brasil para as escolas públicas motivada pela alta demanda do mercado de trabalho por jovens profissionais qualificados nas áreas STEM. “Esta falta de profissionais é uma das razões da pobreza e desigualdade social. Almejamos criar uma mudança sistêmica no método de ensino de ciências e matemática por meio da formação de professores qualificados que irão conduzir os jovens brasileiros para melhores resultados acadêmicos, guiá-los pela inovação e tecnologia, e inspirá-los a buscar melhores oportunidades de trabalho, direcionando-os para um futuro mais próspero”, afirma.

Somente no estado de São Paulo, o STEM Brasil já capacitou mais de 5 mil professores de quase 600 escolas, atingindo positivamente cerca de 310 mil alunos. Ao longo desses 12 anos de atividades, o programa teve resultados significativos por onde passou. No Enem, por exemplo, a média dos alunos subiu 7 pontos em matemática e 19 pontos em Ciências da Natureza. O sucesso no Brasil levou o programa a ser adaptado para o currículo mexicano pela ONG, por meio do siSTEMa Educando.

De acordo com última edição do Pisa – exame internacional de educação realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para medir o desempenho de estudantes de 15 e 16 anos -, em 2018, apenas um terço dos alunos brasileiros alcançou o nível básico em matemática e 45% atingiram o mesmo nível em ciências. A média brasileira é inferior à de países como Costa Rica, México e Uruguai e semelhante a países como Albânia, Brunei e Catar.