Festival Acessibilidança estreia montagens premiadas do Centro-Oeste
Projetos do Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás serão exibidos em vídeos com audiodescrição e Libras, no canal da Funarte no YouTube
- Data: 14/09/2021 10:09
- Alterado: 14/09/2021 10:09
- Autor: Redação
- Fonte: Fundação Nacional de Artes
magens dos espetáculos Capão Dançante
Crédito:Divulgação
A Fundação Nacional de Artes lança a quarta fase do Festival Funarte Acessibilidança, com a Região Centro-Oeste, representada por espetáculos premiados do Mato Grosso do Sul, do Distrito Federal e de Goiás. A montagem Capão Dançante, da Cia. Theastai de Artes Cênicas (MS), abre a temporada no dia 15 de setembro, quarta-feira, às 20h. A programação segue com a performance Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo (DF), no dia 22 de setembro. A agenda continua no dia 29, com Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante (DF). No dia 6 de outubro, TransBordar, do Grupo Dança Inclusiva (GO), encerra a presença da Região no festival.
As sessões em vídeos com audiodescrição e Libras ficam disponíveis para acesso gratuito no canal da Funarte no YouTube (bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca) logo após o lançamento. O Festival Funarte Acessibilidança teve início em junho, com premiados da Região Norte. No mês de julho, foi a vez da Região Sul e, entre o fim de julho e início de setembro, as montagens da Região Nordeste foram exibidas na plataforma. Os projetos contemplados no Sudeste serão apresentados a partir de outubro.
No dia 15 de setembro, às 20h, o festival disponibiliza Capão Dançante, da Cia. Theastai de Artes Cênicas, do Mato Grosso do Sul. O trabalho faz uma releitura de elementos culturais recorrentes do Estado, como festas nas fazendas e de padroeiros, bailes e tradições sertanejas. Ao mesmo tempo, levanta questões como violência, monocultura, monopólio político, machismo e coronelismo. O vídeo foi gravado no Teatro de Bolso do Sucata Cultural, em Dourados (MS), e dura 40 minutos.
Em cena, um DJ conduz o espetáculo, alterando e influenciando a história. A companhia optou pelo personagem do DJ no lugar de um sanfoneiro ou violeiro, referências musicais locais, para conferir uma abordagem “mais moderna”. “Os intérpretes-criadores se utilizam do bom humor e esperam seus convidados preparando um churrasco, com nuances de danças folclóricas, de forma estilizada, propondo técnicas da dança moderna, clássica e contemporânea, além das músicas tradicionais com o remix do DJ”, ressalta o grupo.
Na próxima quarta-feira, dia 22 de setembro, Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo, do Distrito Federal, será exibido na plataforma. A encenação dialoga com os elementos da dança e do teatro, com foco em coreografias que buscam traduzir a dor, a revolta, a capacidade de comunicação e o afeto. Alguns dos textos que compuseram a dramaturgia são inspirados na história da educadora Anne Sullivan (1866-1936), conhecida por ter sido a professora de Helen Keller, uma menina surda e cega, por meio da Língua de Sinais pelo tato, nos anos 1920. A montagem traz depoimentos da realidade atual dos cegos e surdos.
Além de apontar os conflitos e as dificuldades, Depois do Silêncio também aborda as conquistas das pessoas com deficiência. “Pretende-se, assim, democratizar o acesso à cultura e contribuir com a inclusão social, focando na capacidade produtiva das pessoas com deficiência, numa encenação que sintoniza os sentidos e dialoga com a dança, além de explorar os recursos cênicos da sonoplastia, iluminação e projeções”, destaca a companhia.
Já no dia 29 de setembro, Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante, do Distrito Federal, será apresentado ao público. Com a premissa “adaptar-se para superar obstáculos”, a obra em vídeo tem tomadas cênicas dos trabalhos coreográficos, além de depoimentos sobre a experiência vivida a partir de março de 2020. As gravações foram realizadas entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021 e, muitas vezes, foram registradas pelos próprios bailarinos com seus celulares. Dois videoclipes gravados externamente também foram incorporados.
“O nome em inglês lives se trata de um jogo de palavras com a respectiva tradução para o português, que são ‘vidas’. A pandemia nos prejudicou, mas também nos trouxe benefícios. Amadurecemos, nos adaptamos e nos superamos. Mais uma vez, mais uma dificuldade. E eu gosto de falar: a vida continua em movimento, sempre, como na dança”, pondera a fundadora da companhia, Carla Maia. O grupo mantém aulas gratuitas on-line, ao vivo, uma vez por semana. As atividades virtuais de dança são direcionadas a cadeirantes inscritos nas redes sociais da companhia.
Para encerrar a programação da Região Centro-Oeste, o Grupo Dança Inclusiva, de Goiás, exibe TransBordar, dia 6 de outubro. Para criar a obra e pesquisar os movimentos, a companhia se pautou em alguns verbos: fazer, afetar e transbordar. “Transpor as bordas, desviar-se dos limites, invadir e/ou alargar as margens e os sentidos. Um espetáculo que transborda os limites geográficos do Brasil e deságua em outros territórios que compartilham corpos, dores, amores e afeto. Nos resta, então, perguntar: O que você deseja transbordar?”, questiona o grupo.
A dramaturgia do trabalho foi criada considerando o contexto pandêmico de isolamento social, bem como a necessidade de se conseguir filmar com segurança e de dançar com máscaras. O coletivo realizou encontros virtuais e outras atividades à distância, para que os integrantes da companhia (muitos deles do grupo de risco) continuassem suas atividades, produzindo arte apesar de todas as dificuldades. As reuniões com as equipes do Brasil e de Portugal também foram realizadas virtualmente, durante todo o processo de montagem, filmagem e edição.
O Festival Funarte Acessibilidança
O Festival Funarte Acessibilidança, em estreia na instituição, foi criado a partir das ações do Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual 2020. No concurso público, foram premiados 25 projetos de vídeos de espetáculos, que promovem o acesso de todas as pessoas à arte.
Com a iniciativa, a Funarte busca realizar novas ações a partir do uso das mais recentes tecnologias, estendendo, desse modo, um novo modelo para todo o Brasil. Assim, a Fundação reforça seu compromisso de promover e incentivar a produção, a prática, o desenvolvimento e a difusão das artes no país; e de atuar para que a população possa cada vez mais usufruir das manifestações artísticas. Criada em 1975, a Funarte segue, portanto, empenhada em acompanhar as transformações no cenário artístico e social.
O coordenador de Dança da entidade, Fabiano Carneiro, destaca a importância de se levar essa linguagem artística à população, durante o período de distanciamento social. “Estamos estreando o Festival Funarte Acessibilidança, um projeto inédito com foco na acessibilidade e na inclusão. Ao longo dos próximos meses, serão apresentados espetáculos de dança das cinco regiões do Brasil, plenamente acessíveis ao público, contemplando uma enorme diversidade na sua programação”, explica o coordenador.
O festival foi lançado no dia 16 de junho, com Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (Tocantins). Na semana seguinte, foi exibido Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (Rondônia). Solatium encerrou a agenda das companhias da Região Norte. A segunda fase teve montagens premiadas da Região Sul. Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (Rio Grande do Sul), deu início à programação. Em seguida, Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (Santa Catarina), foi disponibilizado. Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (Paraná), fechou a temporada da região.
A terceira fase divulgou os trabalhos da Região Nordeste. A estreia foi com Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea (Rio Grande do Norte). Depois, foi a vez da montagem Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes (Pernambuco); de Maré – Versão virtual e acessível, do Coletivo CIDA (Rio Grande do Norte); de Rio sem Margem, do bailarino Elísio Pitta (Bahia); de Plenitude, da Cia. Dança Eficiente (Piauí); e de Ah, se eu fosse Marilyn!, do coreógrafo Edu O., (Bahia). Proibido Elefantes, da Cia. Gira Dança (Rio Grande do Norte), encerrou a etapa Nordeste do evento. A fase atual apresenta as montagens da Região Centro-Oeste. Os contemplados no Sudeste serão exibidos a partir de outubro.
Os projetos ficam disponíveis no canal da Funarte no YouTube (bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca). No decorrer do festival, o coordenador de Dança da Fundação, Fabiano Carneiro, participará de uma “live” com diretores e artistas de dança, além de convidados.
Festival Funarte Acessibilidança
Acesso gratuito, no canal:bit.ly/FunarteYouTubeFestivalAcessibiliDanca
Com audiodescrição e Libras
Agenda dos contemplados da Região Centro-Oeste
Dia 15 de setembro, quarta-feira, às 20h
Estreia com exibição do espetáculo Capão Dançante, da Cia. Theastai de Artes Cênicas (Mato Grosso do Sul)
Dia 22 de setembro, quarta-feira, às 20h
Montagem de dança Depois do Silêncio, da Arteviva Produções Artísticas e Universo Criativo (Distrito Federal)
Dia 29 de setembro, quarta-feira, às 20h
Espetáculo Rodas em Dança: Livre e Lives, da Cia. de Dança Street Cadeirante (Distrito Federal)
Dia 6 de outubro, quarta-feira, às 20h
Montagem TransBordar, do Grupo Dança Inclusiva (Goiás)
Agenda dos contemplados das demais regiões
Região Sudeste – Dia 13 de outubro
Região Norte (espetáculos já disponíveis): Lua de Mel, da Cia. Lamira Artes Cênicas (TO); Maculelê: Reconstruindo o Quilombo, do Grupo de Dança Reconstruindo o Quilombo (RO); e Solatium, do Corpo de Dança do Amazonas (AM)
Região Sul (espetáculos já disponíveis): Flamenco Imaginário, da Cia. Del Puerto (RS); Convite ao Olhar, da Cia. de Dança Lápis de Seda (SC); e Do Avesso, do Grupo Nó Movimento em Rede (PR)
Região Nordeste (espetáculos já disponíveis): Estado de Apneia, do Grupo Movidos Dança Contemporânea (RN); Ensaio sobre o Silêncio, da coreógrafa Taciana Gomes (PE); Maré – Versão virtual e acessível, do Coletivo CIDA (RN); Rio sem Margem, do bailarino Elísio Pitta (BA); de Plenitude, da Cia. de Dança Eficiente (PI); Ah, se eu fosse Marilyn!, do coreógrafo Edu O. (BA), e Proibido Elefantes, da Cia. Gira Dança (RN)
Os vídeos ficam disponíveis no canal da Funarte no YouTube após a exibição