PF investiga frigorífico e auditora da Agricultura por crimes sanitários

Investigadores da PF desvendaram como um frigorífico instalado em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, comercializou carnes em desacordo com as normas sanitárias

  • Data: 31/05/2021 17:05
  • Alterado: 31/05/2021 17:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
PF investiga frigorífico e auditora da Agricultura por crimes sanitários

Auditora federal do Ministério da Agricultura recebia propina para frigorífico comercializar carne fora das normas sanitárias

Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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A investigação que levou à deflagração da Operação Inopino nesta segunda-feira, 31, teve início há três anos a partir de uma denúncia e contou com uma força-tarefa de membros da Polícia Federal (PF).

A ação de hoje é a primeira etapa ostensiva do inquérito. A partir das provas colhidas desde 2018, os agentes identificaram uma auditora fiscal federal do Ministério da Agricultura que teria recebido propinas para facilitar o esquema, ajudando a dar “aparência legal” aos produtos. Por determinação judicial, ela foi afastada das funções e deve ser intimida para prestar depoimento nos próximos dias.

“Durante as investigações restaram demonstrados fortes indícios de que a referida servidora pública e prepostos da empresa investigada, agindo com união de desígnios, trocavam embalagens de forma a adulterar datas de vencimento, modificavam romaneios e relatórios de pesagem“, afirma a PF.

Na operação, os agentes cumpriram sete mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais em Presidente Prudente, Presidente Epitácio e Rancharia, no interior de São Paulo, todos expedidos pela 5.ª Vara Federal de São Paulo. O grupo é investigado por crime sanitário, corrupção ativa e passiva, prevaricação, falsidade documental, estelionato e organização criminosa.

A segunda etapa da investigação vai se debruçar sobre outros possíveis envolvidos no esquema. O material apreendido na operação, que inclui celulares, computadores e documentos a serem periciados, vai subsidiar a continuidade do inquérito. “A investigação segue sob sigilo absoluto, judicial inclusive“, disse o delegado Leopoldo Andrade de Souza, coordenador da investigação.

De acordo com o delegado, os indícios de propinas à servidora são “muito fortes”. “A servidora, responsável pela fiscalização inclusive de doenças, uma vez corrompida, faz vistas grossas e muita coisa acaba passando”, explicou.

Defesa

“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que ainda não foi notificado oficialmente sobre a operação policial deflagrada nesta segunda-feira (31/05) pela Polícia Federal em Presidente Prudente (SP). Assim que for notificado, o Mapa vai analisar quais as providências administrativas e correcionais a serem tomadas.”

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