Estudo indica que idosos são as principais vítimas fatais do coronavírus na RMC

Até o fim de junho, 84,9% das mortes em Campinas foram de pessoas acima de 60 anos; economista sugere medidas de proteção social à população idosa

  • Data: 08/07/2020 09:07
  • Alterado: 08/07/2020 09:07
  • Autor: Redação
  • Fonte: PUC-Campinas
Estudo indica que idosos são as principais vítimas fatais do coronavírus na RMC

Prof. Cristiano

Crédito:Divulgação/PUC-Campinas

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Um estudo do Observatório PUC-Campinas, que analisou os casos e as mortes por coronavírus até o fim de junho, indica que os idosos são as principais vítimas fatais da doença na Região Metropolitana de Campinas. Em Campinas, epicentro da pandemia na RMC, a população idosa responde por 84,9% do total de óbitos registrados, realidade que se estende aos demais municípios da região. (VEJA O ESTUDO COMPLETO)

A situação reforça a vulnerabilidade das pessoas acima de 60 anos no contexto da covid-19, incluídas nos grupos de risco determinados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na RMC, os indivíduos que integram essa lista representam aproximadamente 15% do conjunto populacional: são 475.700 os idosos residentes nas vinte cidades da região.

Para o economista Cristiano Monteiro, que coordenou o levantamento, as estatísticas já evidenciam a necessidade da criação de políticas públicas para proteção social e defesa da vida da população em idade mais avançada. Para ele, as medidas se fazem urgentes diante do declínio constante no índice de isolamento social na região, atualmente em torno de 50%.

“Com a possível flexibilização das atividades de comércio e serviços privados e públicos, que viabiliza maior interação social dos jovens e adultos, a taxa de distanciamento deve seguir em queda, cenário que se traduz em novos riscos à população idosa, que na maioria dos casos divide moradias com tais grupos”, analisa o professor extensionista.

A preocupação do docente é justificada em números: em Campinas, 75,5% dos casos de coronavírus até o fim de junho foram registrados em pessoas entre 20 e 59 anos, que se deslocam intensamente em razão das suas atividades de trabalho. Ao voltar para casa, onde reside com pessoas idosas, esse grupo aumenta substancialmente a probabilidade de contágio da população na faixa etária de risco.

“O atraso histórico na produção de moradias particulares para novas gerações; em outras palavras, o fato de muitos jovens e adultos residirem com as pessoas idosas, apresenta-se como um problema social que agrava a situação da pandemia da covid-19, em total desfavor dos idosos, cuja letalidade é demasiadamente mais alta”, acrescenta Cristiano.

Com isso, o economista sugere a adoção de certas medidas pelo setor público, de forma a assegurar a proteção da população idosa. São elas: contratação emergencial de “cuidadores de idosos”, que se responsabilizariam pelo contato direto com famílias que se enquadram no grupo de vulnerabilidade mencionado; adoção de home office aos jovens e adultos economicamente ativos que residem com idosos; e acompanhamento digital da taxa de isolamento social das pessoas que vivem com idosos.

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  • Data: 08/07/2020 09:07
  • Alterado:08/07/2020 09:07
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  • Fonte: PUC-Campinas









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