Salles demite presidente do ICMBio por divergências sobre incêndios no Pantanal

A saída abrupta de Homero Cerqueira da presidência do ICMBio está atrelada a divergências ocorridas com Ricardo Salles, por causa dos incêndios que se alastram pela região do Pantanal

  • Data: 21/08/2020 11:08
  • Alterado: 21/08/2020 11:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Salles demite presidente do ICMBio por divergências sobre incêndios no Pantanal

Cerqueira foi demitido por divergências com Salles

Crédito:Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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O coronel Homero de Giorge Cerqueira foi exonerado da presidência do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal responsável pela preservação de todas as florestas protegidas federais.

Cerqueira, que é ex-comandante da Polícia Militar Ambiental de São Paulo, estava à frente do órgão desde abril do ano passado, após ser chamado para comandar a autarquia pelo ministro do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles. Sua nomeação fazia parte de um processo de militarização de postos de comando encampado por Salles.

Nesta quinta-feira, 20, os dois se reuniram com outros servidores para conversarem sobre compensações ambientais. Após esse encontro, seguiram ambos em uma reunião. No fim da noite, Salles decidiu demiti-lo.

Cerqueira assumiu o posto depois que o então presidente do órgão Adalberto Eberhard, entregou seu pedido de exoneração a Salles, após o ministro fazer acusações sobre a atuação de técnicos do órgão, durante uma reunião com produtores rurais do Rio Grande do Sul.

Ao jornal O Globo, o coronel revelou que Salles o demitiu por “ciumeira” e por ter ampliado o diálogo com organizações não governamentais (ONGs) ambientalistas, o que não é bem visto pelo ministro. “Temos conversado com ONGs, é um diálogo, mas a ciumeira infelizmente impediu”, declarou.

Coube a Homero Cerqueira fazer nomeações de mais militares para assumir comandos regionais do ICMBio, além de pessoal sem perfil técnico para o cargo. Em agosto do ano passado, mais de 350 servidores do instituto chegaram a divulgar uma carta de protesto. No documento, os funcionários públicos pediam o “fim à política de assédio e intimidação de servidores, envolvendo, entre outras estratégias, as remoções de cunho punitivo, o cerceamento à livre manifestação, além de críticas e insultos às instituições e servidores por parte do alto escalão do governo federal”.

O ICMBio é o órgão responsável por gerir as unidades de conservação federais – são 334 unidades, que compreendem cerca de 9% do território terrestre e 24,4% do território marinho do Brasil. O órgão é responsável também por 14 centros de pesquisa e conservação de espécies.

A exoneração está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 21 que ainda não traz o nome do substituto.

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